quinta-feira, 28 de junho de 2007

CPFL: re-ligue já a luz da Flaskô!


Durante uma semana a CPFL realizou trabalhos clandestinos para implantar um sistema tecnológico para cortar a energia diretamente da central, como último recurso para impedir a mobilização dos trabalhadores contra este tipo de ataque. Assim, ontem (27/06), às 17h55, realizaram o corte, numa clara tentativa de fechar a fábrica ocupada pelos trabalhadores.
Os trabalhadores decidiram utilizar todas as armas possíveis para reverterem este ataque que ameaça diretamente os postos de trabalho. E estão organizando uma mobilização ainda durante o dia de hoje (28/06).
Para ajudar nesta batalha convidamos todos os apoiadores a enviarem moções, carta de apoio à presidência da CPFL, ao Ministério de Minas e Energia e ao governo federal. (modelos e contatos abaixo).
Os trabalhadores não aceitarão que a CPFL, uma das maiores empresas privatizadas, com os maiores lucros do Brasil, que acaba de receber R$ 278 milhões de dinheiro público do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) faça um dos maiores ataques que a fábrica ocupada Flaskô sofreu.
Durante os 4 anos de ocupação os trabalhadores sempre pagaram todos os meses as contas de energia. Mais do que isso os trabalhadores durante os últimos 3 anos pagaram mais de 300 mil reais de dívidas deixadas pelos antigos patrões.
Mas ainda restam as contas atuais que pretendemos pagar como sempre, de um jeito que não coloque em risco o funcionamento da Flaskô. Por falar nisso, o corte repentino de energia desligou de maneira incorreta o maquinário, que pode acabar quebrando, trazendo um prejuízo superior aos trabalhadores. Além disso, o corte também interrompe a bomba que abastece gratuitamente de água potável centenas de famílias que moram na região.

Cadê a responsabilidade social da CPFL?
Re-liguem a luz dos trabalhadores da Flaskô, já!
Queremos trabalhar em paz!

Modelo de Moção:
Senhores responsáveis pelo corte de energia elétrica da Flaskô, fábrica sob controle dos trabalhadores,
solicitamos que o fornecimento seja religado imediatamente para que a produção seja retomada e mais de 90 empregos sejam mantidos e também para voltar a oferecer água potável gratuitamente para centenas de famílias que moram na região.

Gerência da CPFL - Campinas
A/C Carlos Alcântara
guerreiro@cpfl.com.br
(19) 3756-6948
(19) 9206-4561

Depto Comercial da CPFL – Campinas
A/C Airton Rosek

arosek@cpfl.com.br

Presidência da República
A/C presidente Luís Inácio Lula da Silva

protocolo@planalto.gov.br

Ministério de Minas e Energia
A/C ministro Silas Rondeau
Esplanada dos Ministérios Bloco "U" CEP:70.065-900 Fone:(61)3319-5555 Brasília-DF

terça-feira, 26 de junho de 2007

Reunião do Comitê SP pelo Fim da Intervenção nas Fábricas Ocupadas

Para que nossa luta seja vitoriosa precisamos arrecadar fundos para arcar com despesas de viagens. Nossos representantes já foram a Brasília para abrir negociações, também já fomos em caravana à Joinville/SC, levando companheiros de SP, Campinas e região e temos que voltar à Brasília para realizarmos um grande ato em 05 de julho de 2007, pois nesse dia está marcada uma nova rodada de negociações com representantes do governo federal.
Por isso, contamos com a participação e a colaboração financeira de todos, contra o golpe reacionário nas fábricas ocupadas pelos trabalhadores!
Realizaremos uma reunião na Flaskô, próxima segunda-feira, dia 02 de julho, às 19h (Rua 26, 300. Pque Bandeirantes – Sumaré/SP) para organizarmos coletivamente essa luta que é de todos!

Contatos:
Pedro Santinho, do Conselho de Fábrica: (19) 8102-6228.
pedro.santinho@uol.com.br
Fernando Martins, do Conselho de Fábrica: (19) 8164-1971.
mobilizacaoflasko@yahoo.com.br
Rafael Prata, Assessoria de Comunicação (19) 9723-4695. chavetetra@yahoo.com.br

Ameaças e tentativas de sabotagens contra a Flaskô

O interventor da Cipla e Interfibra, Rainoldo Uessler telefonou à meia-noite ao membro do Conselho de Fábrica da Flaskô, Pedro Alem Santinho, no dia 21/06, gritando e ameaçando:

“Se eu não conseguir a Polícia Federal, eu consigo o Exército, a Marinha, eu acabo com vocês!” “Cuidado ao andar na rua!”

As ameaças não irão paralisar nossa luta, mas é preciso cuidado porque o intuito da intervenção é estabelecer um regime de terror nas fábricas, como acontece atualmente na Cipla, onde seguranças armados vigiam os trabalhadores.
Mais do que ameaçar, ele também tenta sabotar o funcionamento da Flaskô. Através de procedimentos administrativos conjuntos que existiam entre a Flaskô e a Cipla, o interventor atrapalha nossas operações e já ligou para vários clientes e fornecedores para tentar suspender compras, entregas e vendas, além de espalhar calúnias e mentiras.
Também estamos sofrendo pressão da CPFL, que não aceitou nossa proposta de acordo para o pagamento de contas de luz atrasadas, fechou negociações conosco e ameaça cortar o fornecimento a qualquer momento. Por isso, os trabalhadores da Flaskô convocam uma reunião com todos os apoiadores para darmos juntos os próximos passos na luta pelo fim da intervenção.

Congresso do MST e a CUT aprovam moção de apoio ao movimento das fábricas ocupadas

“Nós participantes do 5° Congresso Nacional do MST, em mais de 17 mil delegados reunidos em Brasília, de 11 a 15 de junho, vimos repudiar a ação da Polícia Federal a mando do governo federal, que no dia 31 de maio de 2007, em ação violenta expulsou o Conselho de Administração das fábricas da CIPLA e INTERFIBRAS, que era composto por 43 membros que juntos recebiam R$ 70.000,00 por mês, e autoritariamente nomeou um interventor com salário de R$ 87.000,00 mensais.
As fábricas citadas foram ocupadas pelos trabalhadores há cinco anos, quando os antigos proprietários estavam em vias de demitir os mil trabalhadores e se declararam em falência. No período da administração dos trabalhadores houve a recuperação e o aumento da produção, além do pagamento dos salários e seus reflexos em atraso há mais de um ano. Outro fato importante foi a redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, sem redução de salário e criando novos postos de trabalho.
Nesse sentido, repudiamos a ação da Polícia Federal, que trouxe de volta as práticas autoritárias e repressivas relembrando a ditadura militar. Exigimos a imediata devolução das fábricas ao controle dos trabalhadores, e que se dê todo apoio e crédito para que as fábricas continuem funcionando”.
Delegados do 5° Congresso Nacional do MST
Brasília, 11 de junho de 2007.

Moção da CUT
“A Executiva Nacional da CUT - Central Única dos Trabalhadores, declara apoio à estratégia de luta dos companheiros das Fábricas Ocupadas – Cipla – Interfibra – Flaskô e Flakepet - fábricas que estão sob o controle dos trabalhadores, mas que sofreram intervenção imposta pela Justiça Federal no último dia 20.
Informamos que a CUT fez gestões sobre o caso a ministros do governo Lula, para que não haja nenhum tipo de truculência e que se busque uma linha de negociação que garanta os direitos dos trabalhadores”.
São Paulo, 21 de junho de 2007.

sábado, 23 de junho de 2007

Interventor judicial da Cipla extrapola poderes

O interventor judicial da Cipla, Rainoldo Uessler, nomeado pelo juiz federal Oziel Francisco de Souza, da Justiça Federal de Joinville, será processado nas próximas oras por abuso de poder, pelos trabalhadores da empresa Flaskô Industrial Ltda., de Sumaré-SP.
No dia 20 de passado ele tentou investir seus poderes na empresa de São Paulo, de onde foi expulso pelos trabalhadores.
No dia de ontem ordenou que o sistema operacional da empresa fosse desligado, já que opera em conjunto com a Cipla, ao mesmo tempo em que passou a comunicar-se com os clientes da Flaskô, orientando para que todos os pedidos fossem cancelados.
O advogado Francisco Lessa, do Movimento das Fábricas ocupadas, alerta que os atos do interventor só podem ter resultados em face da Cipla, por ora, já que a intervenção foi decretada em processo da INSS conta esta última, e que o interventor não tem poderes para operar em qualquer outra empresa.
Disse ainda o advogado Francisco Lessa que a responsabilidade, nesse caso, não é apenas do interventor, mas do juiz que decretou a intervenção, pois tem permitido que o mesmo pratique todo tipo de arbitrariedades, desde a perseguição de trabalhadores até a prática de mais de quatro dezenas de demissões por justa causa, sem sequer citar qual o motivo da despedida.
Se o juiz federal Oziel Francisco de Souza não fizer cessar de imediato as atitudes ilegais do interventor, na próxima semana será representado na corregedoria da Justiça Federal, por acobertamento de atos ilegais de sua representação, afirma o advogado Francisco Lessa.

Contatos:
Chico Lessa (47) 9971.1773 (47) 3433.1231 -
chicolessa@terra.com.br
Antônio Hélio (47) 9608-0019 - ahpereira@terra.com.br

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Trabalhadores da Flaskô resistem contra a intervenção

O interventor da Cipla – Interfibra, Rainoldo Uessler (foto) e os comparsas Camilo Piazzeira Neto (procurador das fábricas), junto com um representante da Dhromus (empresa de auditoria) e mais um capanga tentaram assumir o controle da Flaskô, no lugar dos próprios trabalhadores.
No dia 20/06, essa comitiva de interventores visitou a empresa e anunciou a demissão do coordenador-geral do Conselho de Fábrica, Pedro Alem Santinho e outros dois representantes dos trabalhadores, Joaquim Amaro e Fernando Gomes Martins, munida com a decisão judicial de intervenção nas fábricas ocupadas.
Em assembléia no dia anterior, os trabalhadores haviam decidido que não aceitariam nenhuma demissão e, portanto, em resposta, pararam as máquinas durante toda a quarta-feira. No começo da noite, pressionado, o interventor foi embora, mas ameaçou trazer a Polícia Federal para assumir a posse da Flaskô, da mesma maneira que fez na Cipla e na Interfibra.
Por isso, um piquete foi convocado para o dia 21/06, que contou com a presença de diversos apoiadores do movimento. Participaram do ato: a Esquerda Marxista do PT, o Sindicato dos Químicos de Campinas, Osasco e Vinhedo, Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, Sindicato dos Sapateiros de Franca, Sindicato dos Pesquisadores, trabalhadores demitidos da Cipla, trabalhadores da Ellen Metal (Caieiras), Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP), assessor do Dep Fed Zaratini (PT), vereadora Marcela Moreira (PSOL – Campinas), Corrente O Trabalho do PT, Partido Comunista do Brasil (PCB - Campinas), uma comissão de moradores da Vila Operária e Popular, Movimento Negro Socialista, Juventude Revolução e um grupo de professores de SP.
Mais uma vez, a mesma comitiva de interventores apareceu para entrar na unidade, mas sem a presença da polícia, foi recebida com palavras-de-ordem e com a determinação dos trabalhadores em manter a fábrica sob controle operário.
Assim, os interventores foram convidados a se retirar e, após uma assembléia geral, os trabalhadores da Flaskô retomaram a produção. O movimento das fábricas ocupadas pelos trabalhadores exige do presidente Lula e do ministro da Previdência, Luís Marinho, a retirada da intervenção na Cipla-Interfibra, pois o recente ataque policial - judicial se baseia numa ação movida pelo INSS, órgão público federal. Pedem também a re-integração dos demitidos e o direito ao pleno funcionamento do Conselho de Fábrica eleito pelos trabalhadores.
Além disso, a assembléia da Flaskô pede o apoio nacional e internacional da classe trabalhadora para “blindar” a empresa contra a intervenção, que pretende fechar as fábricas recuperadas e derrotar esse exemplo histórico de luta por uma sociedade sem explorados e exploradores.

Abaixo, segue carta do Conselho de Fábrica da Flaskô:

Aos trabalhadores de todo o mundo,

Os trabalhadores da Flaskô declaram aos trabalhadores de todo o mundo e suas organizações:
1- Não aceitaremos nenhuma intervenção judicial com o objetivo de fechar a Flaskô ou transformá-la em uma cooperativa, demitindo os trabalhadores e acabando com os direitos, como esta sendo feito na Profiplast em Joinville e com ajuda do aparato militar querem fazer na Cipla e na Intefibra.
2- Ocupamos a fábrica há mais de 4 anos e temos com nosso suor e o apoio do movimento operário, democrático e popular de todo o mundo conseguido manter a fábrica aberta. Sempre afirmamos e para isso fizemos 4 Caravanas a Brasília para reivindicar que o Presidente Lula cumpra sua promessa e salvar os empregos nas fábricas ocupadas. E mais do que isso o BRDE/BADESC e BNDES após estudo propõem que o governo assumisse as fábricas. Mas o governo Lula se cala diante de tudo, mais do que isso o Ministro Luis Marinho, ex-presidente da CUT mantém a decisão do INSS de intervir na Cipla.
3- Sabemos que as fábricas ocupadas são a prova viva que os trabalhadores não precisam de parasitas destruindo e pilhando a sociedade, como é prova a lista pública dos milhos de devedores do INSS entre eles o Banco Itaú, o Unibanco e a Vale do Rio Doce. Por isso as declarações do Presidente da FIESP e da ABIPLAST (patronal dos plásticos) contra as fábricas ocupadas e o acordo de cooperação econômica com o governo da Venezuela.
Por tudo isso, afirmamos:
- Manteremos a Flaskô sob o controle democrático dos trabalhadores. Com nosso conselho de fábrica eleitos pelos trabalhadores para dirigir a fábrica e a luta pelos empregos e pelos direitos.
- Não aceitaremos a intervenção!
- Não aceitaremos nenhuma demissão! Nenhum ataque a qualquer dos trabalhadores!
- Um ataque a um é um ataque a todos!
- Retomaremos a produção sob o controle dos trabalhadores e a manteremos!
Por fim, diante da ameaça iminente de qualquer ataque convidamos todos os trabalhadores, suas organizações para virem a Flaskô. Manteremos uma vigília permanente.
Conselho de Fábrica da Flaskô
(19) 9233-1391
pedro.santinho@uol.com.br

quarta-feira, 20 de junho de 2007

A todo movimento operário, sindical, estudantil, popular e organizações políticas que apóiam a luta dos trabalhadores das fábricas ocupadas,

o interventor da Cipla - Interfibra, Rainoldo Uessler, acaba de visitar a Flaskô em Sumaré e de se reunir com o coordenador geral do Conselho de Fábrica, Pedro Alem Santinho, demitindo-o.
Assim que souberam da decisão, os trabalhadores da produção pararam as máquinas e avisam que só voltarão a produzir se o camarada puder exercer plenamente suas funções.
Frente a paralisação, o interventor realmente mostrou a que veio, pois disse que não queria a presença na empresa dos camaradas Fernando, Amaro (membros do Conselho de Fábrica) e Rafael Prata (assessor de imprensa).
A vereadora Marcela Moreira (PSOL - Campinas) compareceu à fábrica para prestar solidariedade e o interventor (com toda arrogância e cercado de uns comparsas, como Piazeira e Miltão) tentou intimidar a camarada, que respondeu à altura. "Eu vim visitar os trabalhadores e não você".
Amanhã, dia 21 de junho de 2007, às 7h, na portaria da Flaskô, haverá ato contra a intervenção e por nenhuma demissão. Pelo controle operário e manutenção de todos os empregos.
O clima é tenso e a qualquer momento, a conexão com a internet poderá cair.

Paulo Skaf (FIESP) contra trabalhadores das fábricas ocupadas e governo venezuelano

Em matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo de 18 de janeiro de 2007 (http://www.estadao.com.br/ultimas/economia/noticias/2007/jan/18/156.htm), o presidente da FIESP, Paulo Skaf expressa o ódio da maior patronal do país ao acordo feito entre o governo revolucionário do presidente Hugo Chávez da Venezuela e as fábricas ocupadas. Leia o trecho embaixo:
A ajuda de Chávez, que apóia esse tipo de ocupação na Venezuela e em outros países da América Latina, desagrada a setores tradicionais da indústria. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), esse tipo de cooperação caracteriza ingerência em assuntos internos brasileiros. "A Fiesp respeita a soberania nacional e não reconhece nenhum tipo de ingerência política de outro país nas questões internas brasileiras", diz Paulo Skaf, presidente da entidade. "A opinião do presidente da Venezuela pertence única e exclusivamente a ele e não é entendida como referência para qualquer tipo de atitude a ser tomada no Brasil".

Manifestação na Embaixada do Brasil na Venezuela

Notícia publicada no site Aporrea http://www.aporrea.org e na página da organização Corrente Marxista Revolucionária da Venezuela: http://venezuela.elmilitante.org. A nota foi enviada em português por Wanderci Silva Bueno, representante dos trabalhadores da Cipla na Venezuela e militante da Esquerda Marxista do PT.
A Frente Revolucionária de Trabalhadores em Empresas em Congestão ou Ocupadas FRETECO esteve hoje às 3:00 na Embaixada do Brasil em Caracas, na Venezuela para entregar um carta com mais de 150 assinaturas, recolhidas em menos de dois dias, ao Embaixador brasileiro, João Carlos de Souza Gomes, com copia ao Presidente LULA, aos seus ministros, à direção do PT e da CUT.
Logo na entrada do edifício onde está sediada a Embaixada Brasileira, a delegação de FRETECO foi surpreendida por uma recepção da Guarda Nacional que havia sido incorretamente informada, não se sabe por quem, que faríamos uma Marcha de Trabalhadores até a Embaixada. Rapidamente o impasse foi superado quando nos apresentamos e explicamos nossos objetivos.
A coordenação de FRETECO integrada pelas fabricas GOTCHA (Maracay), INVEVAL (Carrizal) e INAF (Cagua), esteve representada por: José Quintero e José Ramirez, membros do Comitê de Fábrica da INVEVAL, Richard Lopez e Yajaira da Fabrica INAF, que acompanhados pelos representantes da Corrente Marxista Revolucionária (CMR), Willian Zanabria e José Antonio Hernandez e por um representante dos trabalhadores da CIPLA na Venezuela, Wanderci Silva Bueno, que após entrevistarem-se Graciela Pereira, secretária do embaixador do Brasil explicando o conteúdo da carta que exigia: o fim da intervenção policial fascista, a exigência de que a fabrica seja entregue de volta aos trabalhadores, retirada de toda repressão particular, afastamento imediato do interventor e reintegração da Comissão de Fabrica como legitima representante dos trabalhadores, uma vez que foi eleita em Assembléia da Fábrica.
A delegação explicou também que os trabalhadores da CIPLA são os responsáveis pelo convenio com o governo de Venezuela para a construção de uma fábrica em Guacara-Estado de Carabobo, PETROCASA, a qual produzirá perfis de PVC para serem utilizados na construção de moradias na Venezuela.
Essa parceria CIPLA e Governo Chávez é um passo importante na via de resolver os graves problemas de moradia herdados de vários governos anteriores. Essa parceria que inaugurou um intercambio direto entre os trabalhadores em luta por seus direitos no Brasil e o governo revolucionário bolivariano, demonstra o real caminho pela integração socialista entre os povos e ao mesmo tempo demonstra que a solidariedade entre os trabalhadores é a chave mestra para resolução de seus problemas, no Brasil e na Venezuela.
Esta parceria está hoje sendo violentamente truncada pela ação fascista da Justiça brasileira e é covardemente acobertada pelo governo LULA. Com este ato, se mantido pelo governo LULA, consideraremos que estará pisoteada a solidariedade internacional entre os trabalhadores, e mais que isso, Lula estará obstaculizando o pleno desenvolvimento do plano de vivendas que está sendo aplicado pelo governo Chávez na Venezuela. Continuaremos nossa luta, o trabalhador venezuelano organizados na FRETECO não tem interesses distintos dos trabalhadores de CIPLA: somos irmãos.
Quando saíamos da Embaixada prestamos declarações a um repórter da Folha de São Paulo, Fabiano Maisonnave, que soube pelo APORREA que estaríamos na Embaixada e se dirigiu para lá para acompanhar e noticiar nossa luta e o trabalho que estamos fazendo junto a FRETECO e ao governo Chávez.

VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES DA CIPLA!
VIVA OS TRABALHADORES DA VENEZUELA E DE TODO MUNDO!
NO BRASIL E NA VENEZUELA DERROTAREMOS O FASCISMO!

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Tirem as Mãos da Cipla - ato nacional internacional

Trabalhadores lutam para retomar o controle da empresa e campanha se estende

A empresa Cipla de Joinville/SC há quase cinco anos se manteve sob controle dos seus mil trabalhadores, mas mesmo depois de quatro caravanas à Brasília e diversas mobilizações contra as ameaças de fechamento da unidade... Mesmo depois das tentativas de acordo com órgãos públicos em relação às dívidas herdadas dos antigos donos e mesmo depois do BNDES/BADESC afirmarem que a “empresa é viável desde que o passivo milionário seja transformado em ativo mediante a encampação pelos entes públicos”, tal como deseja os trabalhadores desde o início da ocupação da fábrica...
Mesmo assim, o juiz federal Dr Oziel Francisco de Souza decidiu colocar um interventor no lugar do Conselho de Fábrica eleito pelos trabalhadores em assembléia. Para isso se baseou numa ação movida pelo INSS (ligado ao Ministério da Previdência) e com uma força armada de 150 homens da Polícia Federal (ligada ao Ministério da Justiça).
Todo o Conselho de Fábrica e mais alguns trabalhadores escolhidos a dedo pelo interventor Rainoldo Uessler foram demitidos por carta e impedidos de entrar na Cipla. Os que ficaram na empresa trabalham sob um regime de terror, com capangas armados circulando e vigiando os trabalhadores - que estão com medo de perderem seus empregos. Além disso, em menos de uma semana, o interventor já aumentou a jornada para oito horas por dia, quando os próprios trabalhadores haviam reduzido para 30 horas semanais no acordo coletivo histórico assinado pela CNQ/CUT em 2006. A decisão do juiz autoriza ainda o “saneamento” da empresa, o que pode levá-la ao fechamento.
Imediatamente em resposta, um acampamento se formou em frente à Cipla com os demitidos e apoiadores do movimento das fábricas ocupadas. Uma campanha nacional e internacional chamada “Tirem as mãos da Cipla” tem agregado cada vez mais adeptos pelo fim da intervenção judicial-militar na empresa e pela re-integração dos trabalhadores despedidos.
Ato na frente da empresa e campanha internacional
Além disso, ontem (13 de junho), uma manifestação na troca de turnos reuniu centenas de pessoas, de diversas entidades e movimentos sociais, incluindo uma delegação internacional. Entre as representações nacionais, destacam-se a da Federação Nacional dos Ferroviários (e seus sindicatos, como o de Bauru, MT, MS, SE, BA, Tubarão e PR), a CUT/SC, Sintrasem, Sind Têxteis e Rodoviários de Blumenau, Sind Quim do Vale dos Sinos (RS), trabalhadores da Ellen Metal (Caieiras/SP), MST, MTST, estudantes e funcionários da ocupação da reitoria da USP, entre outros.
Da Argentina, Eduardo Murua, do Movimento Nacional de Empresas Recuperada, expressou sua solidariedade. Do Paraguai, César Gonzáles, representou duas fábricas sob controle operário e transmitiu o apoio da CUT-Autêntica. Da Venezuela, Francisco Rivero, trouxe uma forte mensagem solidária da Freteco (Frente de Empresas Tomadas e em Co-gestão) e avisou que o governo do presidente Hugo Chávez não irá manter o acordo comercial que existe entre a Pequiven (estatal do ramo químico) e a Cipla, se a empresa brasileira permanecer sob intervenção judicial.
A campanha internacional também se estende à Inglaterra, Grécia, Dinamarca, México, Espanha, Áustria, Bélgica e Alemanha, onde foram feitas visitas às embaixadas brasileiras pedindo uma solução que atenda os trabalhadores. Em breve, outras embaixadas serão visitadas pela campanha.
Veja mais em
www.marxist.com e acompanhe o dia-a-dia da luta contra a intervenção na Cipla pelo blog www.tiremasmaosdacipla.blogspot.com e continuem a enviar moções para que cessem as ameaças contra as fábricas ocupadas.
Em breve divulgaremos trechos das falas dos companheiros que usaram o microfone no ato.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Patronal do setor plástico abertamente contra nosso acordo com a Venezuela

Leia trechos do boletim de maio dos patrões e veja que eles estavam loucos para nos atacar de vez!

O interventor não está sozinho. A burguesia não estava agüentando mais nossa administração. Nosso exemplo de manutenção dos empregos e de luta por direitos e soberania nacional estava incomodando demais. Nosso acordo com o governo Hugo Chávez da Venezuela então, vixe! É insuportável para o governo Bush (EUA) e os donos da Tigre, Amanco, Braskem... Esses capitalistas têm um sindicato no Brasil e se chama Associação Brasileira da Indústria de Plástico. Veja o que eles dizem!
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico/CUT - que nos apóia – já está investigando esse cidadão que assina o texto.

N° 1- Ano I - Maio de 2007 - Informativo da Associação Brasileira da Indústria do Plástico
Página 3
ARTIGO
A ingerência do governo venezuelano em negócios brasileiros precisa ser repudiada com veemência. Reunindo cada vez mais poderes arbitrários em seu país, o coronel Hugo Chávez, presidente da Venezuela, não se contenta apenas em estatizar empresas em seu país. Há algum tempo tenta influenciar os negócios nos países vizinhos. No Brasil, segundo noticiaram recentemente os jornais, o governo venezuelano apóia ocupações de indústrias de plásticos que foram assumidas por operários. Já são três (Cipla, Interfibra e Flasko) as empresas que recebem apoio na forma de compra subsidiada de matéria-prima vinda da Venezuela.
É absolutamente inaceitável esse tipo de intromissão de um governo estrangeiro em qualquer empresa brasileira. Cabe aos empresários e também ao governo brasileiro denunciarem, com todas as forças e em todas as instâncias, o quanto absurda e descabida é a interferência de um governo estrangeiro em negócios de empresários brasileiros.
Se isso não for feito, a tendência é o governo venezuelano se sentir à vontade para repetir, em outros segmentos, a intromissão demonstrada no caso das indústrias de plástico.
Em razão dessas atitudes, é imprescindível que os empresários e a sociedade civil de forma geral, organizem um manifesto de repúdio contundente a esse tipo de prática antes que isso se torne cotidiano e prejudique a democracia.
Precisamos resgatar a indignação diante da interferência em nossos interesses, com o risco de sermos coniventes e passivos em demasia com esse nível de intromissão.
Merheg Cachum, presidente da Abiplast

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Ato Nacional pelo fim da intervenção na CIPLA e INTERFIBRA

13 de junho/2007
10:00 hs – Rua São Paulo, 1.600 – Joinville/SC

Dia 31 de maio, às 07:00hs da manhã, 150 policiais federais armados até os dentes invadiram a Cipla, fábrica controlada pelos trabalhadores desde 2002, e “empossaram” um interventor nomeado por um juiz federal com base em um pedido feito pelo INSS (Ministério da Previdência Social).
A direção eleita pelos trabalhadores e outros trabalhadores escolhidos a dedo foram expulsos ou impedidos de entrar. O terror armado é imposto na fábrica.
Uma das primeiras providências do interventor foi cobrir com uma lona negra a enorme placa na entrada da fábrica que dizia: CIPLA, empresa controlada pelos trabalhadores”.
O objetivo oficial da operação de ocupação da Cipla e Interfibra é garantir a penhora sobre o faturamento, para pagar dívida milionária ao INSS deixada pelos antigos proprietários, Luis e Anselmo Batschauer, datada de 1998. O objetivo verdadeiro é fechar estas empresas controladas pelos trabalhadores.
Os trabalhadores que integram as comissões de fábrica, ativistas estão sob duros ataques dos patrões, do poder judiciário, da imprensa, de sindicatos e sindicalistas pelegos como o dos Plásticos de Joinville, e de toda a burguesia e do patronato do país.
Um Comitê pelo Fim da Intervenção na Cipla foi constituído no dia seguinte pela CUT e diversos sindicatos, MST, CDH, deputados, vereadores, partidos, dezenas de associações e outras organizações políticas e populares.
Fábricas recuperadas por trabalhadores e se mobilizam frente às embaixadas brasileiras na Argentina, na Venezuela, na Bolívia, no Uruguai, no Paraguai, nos EUA e dezenas de outros países na Europa, África e Ásia.
A campanha de apoio se estendeu pelo Brasil, e pelo mundo, com milhares de mensagens aos ministros do governo Lula e ao juiz federal responsável pela intervenção policial/militar na Cipla.
Agora todos estão convidados para expressar sua solidariedade e apoio manifestando sua indignação contra este ato de ditadura militar contra os trabalhadores e seus legítimos dirigentes eleitos.
Companheiros, a sua presença e de sua entidade será fundamental para o sucesso do ato, de ânimo para os trabalhadores em luta, e uma demonstração para os patrões e para o estado que os trabalhadores da CIPLA, INTERFIBRA não estão sozinhos nesta luta.
Todos juntos pelo fim da Intervenção na CIPLA e INTERFIBRA!
Viva a luta da classe trabalhadora por um futuro para a humanidade!
Comitê Pelo Fim da Intervenção na CIPLA e INTERFIBRA
Comissão de Fábrica da Cipla e Interfibra
Para confirmar presença entre em contato:
Maritânia Camargo Fone: (47) 84 03 02 66 e-mail:
maritaniacamargo@ig.com.br
Serge Goulart: Fone: (47) 99 63 30 15 e-
mail:sergegoulart@terra.com.br

O ato nacional será precedido de uma atividade na Flaskô - fábrica que se mantém sob controle dos trabalhadores – em solidariedade à Cipla e em comemoração aos quatro anos de ocupação da unidade de Sumaré.

12 de junho
19 hs – Rua 26, 300 – Sumaré/SP
Em seguida, saída de ônibus à Joinville/SC
Garanta seu lugar! Ligue (19) 3864-1106, Pedro ou Fernando

Carta dos trabalhadores de Sanitários Maracay - Venezuela

A assembléia geral dos trabalhadores da fábrica ocupada Sanitários Maracay de Venezuela aprovou uma carta ao presidente Lula em defesa dos companheiros da Cipla (embaixo traduzida). Também enviaram para nós um relato de como foi a assembléia. Destacamos a intervenção do camarada Perez e o comentário do relator:
Perez: “O amigo de Bush ataca a CIPLA porque eles são os que querem a unidade dos trabalhadores e realizaram o Encontro Panamericano... Os patrões e os imperialistas estão unidos a Lula, são os mesmos que defendem a RCTV junto com os mafiosos do Congresso Nacional do Brasil. Chávez está certo: os trabalhadores do Brasil devem estar envergonhados com seu presidente e seu Congresso de marionetes. Estamos com nossos irmãos, os trabalhadores do Brasil, e hoje com os da CIPLA muito mais. Haveremos de acabar com a propriedade privada dos meios de produção e implantar o controle operário em todos os países! Varreremos os burocratas e seu estado burguês. Vamos camaradas, ao socialismo. VIVA CIPLA”!
Relator: “Isso foi aprovado ovacionado de pé pelos trabalhadores que logo depois aprovaram a carta (em anexo) que apresentamos e gritaram: fuera BUSH, fuera el imperialismo, CIPLA de VUELTA PARA LOS TRABAJADORES Y SU COMITE DE FABRICA. FUERA LA POLICIA Y INTERVENTOR”!

Carta de Sanitários Maracay

Senhor Presidente da Republica do Brasil
Luiz Inacio Lula da Silva
Srs. Ministros

OS TRABALHADORES DE SANITARIOS MARACAY EXIGIMOS A IMEDIATA RETIRADA DOS MILITARES DA PLANTA DA FABRICA OCUPADA PELOS TRABAJADORES- FORA O INTERVENTOR DA CIPLA- CIDADE DE JOINVILLE- EDO SANTA CATARINA-BRASIL

Senhor Presidente, Senhores Ministros

Nós, trabalhadores da Fabrica Sanitarios Maracay, reunidos en Assembléia Geral de nossa fábrica tomada pelos trabalhadores, estamos em luta desde 14 novembro de 2006, em defesa de nossos direitos, em defesa de nossos postos de trabalho, de nossas vidas. Tomamos todas as instalações da fábrica, pois o patrão se retirou, nos ameaçando com o fechamento da fábrica. Nós não necessitamos de patrões. O capitalismo é a desgraça da humanidade.
Esta luta é igual à luta que nossos irmãos, trabalhadores de CIPLA, levam a mais de 4 anos em seu país.
Nós estamos trabalhando em irmandade e solidariedade com os trabalhadores de CIPLA e não podemos aceitar que o governo Lula, que seus ministros, que têm origem no Partido dos Trabalhadores e na classe operária, tenham permitido e autorizado que a Polícia Federal, em nome dos patrões, e do Estado, tenham invadido a planta de CIPLA e proibido que os trabalhadores continuassem a produzir sob controle operário. Não há justificativa para tão monstruoso ataque aos direitos elementares dos trabalhadores.
Sr. Presidente, você que em anos passados foi arrastado pelas tropas da ditadura militar sabe que a represão somente serve aos interesses capitalistas.
Se há uma dívida do patrão para com o Estado esta dívida deve ser cobrada do patrão e não dos trabalhadores. Se há alguma pessoa que deve ser presa, esta pessoa deve ser o patrão que abandonou, roubou y massacrou os trabalhadores.
Sr. Presidente, senhores Ministros, não é possível que sejam tão insensíveis em não perceber que o bandido está do outro lado da barricada.
Sr. Presidente seu mandato pertence ao povo e aos trabalhadores. Tenham respeito para com quem lhe elegeu.

SOLICITAMOS A IMEDIATA RETIRADA DAS TROPAS DE CIPLA!
FORA O INTERVENTOR BURGUES!
QUE NENHUM CAMARADA DO COMITÉ DE FABRICA OU QUALQUER OUTRO TRABALHADOR SEJA AMEAÇADO DE PRISÃO OU DE SER DESPEDIDO.
CIPLA DE VOLTA PARA SEUS TRABALHADORES E SEU COMITÉ DE FÁBRICA.
PRISÃO SI: MAS DO PATRÃO LADRÃO.
VIVA OS TRABALHADORES DA CIPLA E DE TODAS AS FÁBRICAS DEL MUNDO EN LUCHA PELA ESTATIZAÇAÕ E PELO CONTROLE OPERÁRIO.
VIVA A REVOLUÇÃO SOCIALISTA!
ASSEMBLÉIA GERAL DOS TRABALHADORES DE SANITARIOS MARACAY - FABRICA TOMADA SOB CONTROLE OPERÁRIO.
Em nome de todos os trabalhadores e da Assembléia
Junta Diretiva do Sindicato-SINTRAPICEA e Comité de Fábrica

Apelo de Alan Woods em defesa dos trabalhadores de Cipla

Escritor e militante inglês, dirigente da Corrente Marxista Internacional (veja link) que impulsiona, em vários países do mundo, a campanha contra a intervenção na Cipla.
“Com a mais absoluta indignação, inteirei-me da ocupação brutal da fábrica Cipla em Joinville (Brasil) por parte das forças repressivas do Estado e da demissão dos dirigentes operários. É incrível que sob um governo encabeçado por Lula, presenciamos ações deste tipo que nos recordam aos lamentáveis dias de governo militar em Brasil. Tive a honra de participar na Conferência Panamericana de Fábricas Ocupadas que se celebrou em Joinville no mês de dezembro passado, na fábrica Cipla, com a presença a mais de 1.000 trabalhadores. Ali pode se ver o tremendo espírito de luta destes trabalhadores e a forma maravilhosa pela qual dirigiam a fábrica sob o controle dos trabalhadores. As instalações estavam limpíssimas e muito bem dirigidas em todos os níveis. Os trabalhadores administravam a fábrica de uma forma mais eficiente que qualquer empresa capitalista privada, demonstravam um orgulho óbvio e justificado ante suas conquistas.
O único “crime” dos trabalhadores da Cipla foi lutar pelo direito a trabalhar e aprender a ganhar- um pedaço de pão para suas famílias. Os proprietários tinham levado a fábrica à falencai e a ruína, fazendo inevitável o fechamento. Os trabalhadores salvaram-na e têm-na estado dirigindo sob controle democrático. Sua luta inspirava aos trabalhadores de todo Brasil e do resto das Américas. Criaram condições modelos para a fábrica, incluída a jornada de 30 horas semanais, enquanto seguiam produzindo com uma grande eficácia.
A situação era intolerável para os empresários decididos a terminar com a ocupação, já que estavam a converter-se num ponto de atenção para os trabalhadores militantes. É a única razão do ocorrido na semana passada em Joinville. É evidente que os capitalistas e seus agentes no Estado, querem dar um exemplo aos dirigentes da ocupação. Não só lhes despediram, mas também os ameaçaram com prisão e julgamento. Se os empresários saírem-se como vitoriosos, daria luz verde aos ataques contra outros trabalhadores e camponeses que estão a lutar por seus direitos em Brasil.
É um dever elementar de todos os trabalhadores, sindicalistas, socialistas e progressistas, defender aos trabalhadores perseguidos de Cipla e protestar contra este ato de repressão injusto e arbitrário. O governo de Lula foi eleito com os votos de milhões de trabalhadores e camponeses pobres para que representasse seus interesses, não aos dos banqueiros, capitalistas e latifundiários.
Os trabalhadores do Brasil e de todo mundo não esperam que Lula e seu governo atuem como fizeram no passado os governos de direitas anti operários!
Faço um apelo a todos os trabalhadores para que enviem cartas de protesto às embaixadas e consulados brasileiros dirigidas a Lula e o governo.
O movimento operário internacional deve pressionar imediatamente às autoridades brasileiras para que retirem todos as ameaças contra os trabalhadores da Cipla e os reincorporem imediatamente a seus postos de trabalho e posições.
Enviem mensagens de apoio aos trabalhadores de Cipla e expressai vossa solidariedade com ações de protesto. Que os trabalhadores brasileiros saibam que não estão sozinhos. Levantemos nossa voz condenando esta monstruosa injustiça contra trabalhadores que estão lutando por seus direitos básicos.
Um ataque contra um é um ataque contra todos!
Trabalhadores do mundo uni-vos!
Londres, 6 de junho de 2007”

terça-feira, 5 de junho de 2007

Maravilhoso texto de resposta ao juiz

Artigo de Serge Goulart, coordenador dos Conselhos de Fábricas Ocupadas
Ao movimento dos trabalhadores em todo o mundo

(Resposta ao Juiz Oziel Francisco de Sousa, que decidiu a invasão da Cipla por 150 policiais armados com objetivo de fechá-la)

Dia 31 de maio, às 07:00hs da manhã, 150 policiais armados até os dentes invadiram a Cipla, fábrica controlada pelos trabalhadores e “empossaram” um interventor nomeado por um juiz federal com base em um pedido feito pelo INSS (Ministério da Previdência Social). A direção eleita pelos trabalhadores e outros trabalhadores escolhidos a dedo foram expulsos ou impedidos de entrar. O terror armado é imposto na fábrica. Uma das primeiras providências do interventor foi cobrir com uma lona negra, a enorme placa na entrada da fábrica que dizia: "CIPLA, empresa controlada pelos trabalhadores”.
Uma extraordinária campanha nacional e internacional exigindo o fim da intervenção na Cipla se desenvolveu desde poucas horas depois da operação de guerra realizada pela polícia federal. Mensagens começaram a ser enviadas ao governo Lula e seus ministros, da Justiça, Tarso Genro, responsável pela Polícia Federal, e Luis Marinho, ministro da Previdência, de cujo ministério partiu o pedido ao juiz para que interviesse na Cipla. Assim como ao ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. A reação imediata é tão forte nos deu um grande alento e forças para organizar a resistência contra este absurdo.
Horas depois da invasão, dia 31/05/07, em contato com o Ministro Carlos Lupi, do Trabalho, ele nos comunicava sua posição contrária à intervenção e que seu ministério trabalharia para que a polícia fosse retirada e o INSS retirasse o pedido de intervenção. Hoje, 05/06/07, ainda não houve nenhuma atitude concreta do governo Lula para que isto ocorresse e a intervenção continua, agora com dezenas de homens armados contratados, controlando tudo dentro da fábrica.
Um clima de terror foi estabelecido. E como nos tempos da ditadura militar uma “lista negra” foi feita e uma perseguição claramente política foi desencadeada contra os principais ativistas. Tudo isso feito com a presença e apoio ativo do presidente/gangster do sindicato dos plásticos de Joinville, que se desfiliou da CUT e é conhecido como agente patronal e inimigo da ocupação de fábricas há anos. Este falso sindicalista caçou ativistas dentro da fábrica junto com a polícia e ajudou a fazer a “lista negra”.
Agora, uma campanha infame de calúnias contra os membros da Comissão de Fábrica é desenvolvida pelo Interventor e seus comandados com objetivo de desmoralizar e impedir a resistência. O interventor pediu ao juiz a incriminação de mais de 40 trabalhadores por “formação de quadrilha”, “impedimento de cumprimento de ordem judicial”, perturbação da ordem e da paz social”, entre outras barbaridades. E o juiz atendeu na hora, na esteira da política hoje imperante no Brasil, de criminalizar os movimentos sociais.
Mas, menos de 24 horas depois da invasão, uma plenária com mais de 100 presentes constituiu um Comitê pelo Fim da Intervenção na Cipla, formado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST, (Movimento Sem Terra), CDH (Centro de Direitos Humanos), deputados, vereadores, partidos, e dezenas de associações e outras organizações políticas e populares. O MST, nosso aliado de longa data, nos convidou para falar no seu Congresso Nacional que reunirá mais de 16 mil delegados, de 12 a 15 de maio, em Brasília. A CUT está publicando nossos comunicados em sua página WEB. A Confederação Nacional dos Químicos da CUT – CNQ - que reúne os setores plásticos, petroleiros, químicos, papel, borracha, etc., já nos convidou para falar na abertura de seu Congresso e nos hipotecou apoio. Deputados federais fazem pronunciamentos. Fábricas recuperadas por trabalhadores nos telefonam e organizam a campanha na Argentina, na Venezuela, na Bolívia, no Uruguai, no Paraguai e outros países.
A campanha de apoio se estendeu pelo mundo com pressão sobre as embaixadas em inúmeros países (isto é muito importante) e com milhares de mensagens aos ministros do governo Lula e ao juiz federal responsável pela intervenção policial/militar na Cipla.
A solidariedade que temos recebido da população de Joinville também é impressionante e reconfortante. Neste momento estamos preparando um Ato Nacional em frente à Cipla no dia 13/06/07 exigindo o Fim da Intervenção. E atos se preparam em diversos países em frente às embaixadas do Brasil no dia 12/06/07.
Contra esta campanha imensa, o juiz Oziel tem emitido uma resposta automática no seu e-mail tentando justificar seus atos injustificáveis.
O objetivo desta intervenção judicial/policial/militar é fechar a Cipla e liquidar com o movimento nacional das fábricas ocupadas que é tão ligado a todo o movimento da classe trabalhadora. Nossa reivindicação central sempre foi “Estatização das Fábricas Ocupadas” (função pública e social das fábricas) com controle democrático dos trabalhadores. Mas, para os patrões e seus lacaios é insuportável a demonstração prática de que os capitalistas são desnecessários e que os trabalhadores podem gerir e controlar as fábricas sem estes parasitas. Se podem fazer isto nas fábricas porque não em toda a sociedade?!
Para acabar com isso intervieram. Pois como diz o juiz Oziel em sua decisão: “Quinto, e talvez o mais importante reflexo negativo do custo social da atitude da executada(Cipla): a acolher-se o argumento de que tudo pode ser feito para a manutenção de mil postos de trabalho, estar-se-á legitimando o desrespeito odioso das leis e jogando por terra o Estado Democrático de Direito. Imagine se a moda pega?”.
De nosso ponto de vista, odioso é desrespeitar os trabalhadores e tratá-los como escravos do capital. Odioso é ver homens e mulheres humilhados pela força dos interesses dos poderosos da classe dominante. Odioso é ver gente trabalhadora desesperada por não ter como alimentar sua família enquanto os ricos ficam mais ricos. Odioso é ver juizes e outros agindo a serviço das classes proprietárias e usando todas as forças policial/militar que podem dispor para invadir uma fábrica e aterrorizar trabalhadores e trabalhadoras.
Por isso abaixo respondemos a esta odiosa resposta automática do e-mail do juiz Oziel. Mas, não é possível esquecer que o pedido de intervenção foi feito pelo INSS, ministério da Previdência do governo Lula, que nós e todos os trabalhadores da Cipla ajudamos a eleger duas vezes. Isso também é odioso e indigno.

Sobre as calúnias transformadas em decisão judicial com objetivo de fechar a Cipla
No dia 31 de maio de 2007, a Cipla, em Joinville/SC, pioneira e maior empresa do movimento das fábricas ocupadas, foi invadida por decisão da Justiça Federal e 150 homens armados impuseram uma intervenção judicial na empresa.
Como se sabe, desde outubro de 2002, os trabalhadores da Cipla ocuparam e assumiram a gestão da empresa, como única forma de garantir os postos de trabalho de maneira duradoura e para efetuar os pagamentos dos direitos devidos.
Desde então, o Movimento das Fábricas Ocupadas, especialmente a Cipla, vem sofrendo diariamente com as ameaças de fechamento da empresa, o que deixaria seus 800 trabalhadores desempregados. Tais ameaças, como penhoras de faturamento e constrangimentos em relação à comissão de fábrica, ocorrem porque os antigos proprietários por mais de 15 anos não pagaram os tributos, direitos trabalhistas, encargos sociais, fornecedores, etc. Este passivo passa dos 600 milhões e com juros e multas pode ir à 1 bilhão de reais (500 milhões de dólares).
E o passivo é praticamente todo com a União, com o Estado, não restando dúvidas de que se faz necessária a negociação e a prevalência do bom senso, com o intuito da manter a fábrica aberta, garantindo os quase 1000 empregos da empresa. Inclusive para que um dia o Estado possa receber parte do que nunca cobrou dos ex-proprietários por quase duas décadas.
Quando foi ocupada a Cipla estava quebrada e fechando. Isto é de conhecimento público e das autoridades que assinaram o Acordo Trabalhista entregando o controle para os trabalhadores. Nos ofereceram as ações da empresa e nós recusamos. Somos trabalhadores e irmãos de toda nossa classe e não proprietários de uma empresa quebrada.
Sem capital, sem ajuda do governo, arrancamos de quase zero e chegamos hoje a um faturamento mensal na Cipla de mais de 3 milhões mensais. Com isto conseguimos pagar os salários, comprar matéria prima e resgatar mais de 90% dos salários atrasados e não pagos pelos ex-patrões. Além disso, fizemos um acordo com a justiça trabalhista e já pagamos da dívida trabalhista com antigos trabalhadores, deixada pelos ex-patrões, cerca de 2 milhões de Reais. Recolhemos a parte “empregado” do INSS e do IR declarando a impossibilidade de recolher a parte “empresa” destes encargos. Isto sempre tornamos público e comunicamos aos ministros da Previdência, do Trabalho, da Fazenda, e inclusive ao Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, em mais de uma ocasião, desde 2003.
Desde a ocupação tentamos um acordo com o INSS sobre a dívida deixada pelos ex-patrões mas sempre encontramos uma recusa injustificada e inexplicável. E que agora é entendida. Os atuais dirigentes do INSS não têm interesse em receber a dívida, mas sim em fechar a fábrica e liquidar o movimento político das fábricas ocupadas, pois todos sabem que a venda de todo o patrimônio da empresa não chega a 10% da dívida.
É por isso que uma Comissão criada pela Presidência da República com técnicos do BNDES, BRDE e BADESC (bancos estatais de desenvolvimento) chegou à conclusão de que:
“As empresas (Cipla e Interfibra, nota minha) são viáveis e estão muito bem administradas. O problema é o passivo impagável... A solução recomendada para salvar estes mil empregos é que seu passivo, quase todo com o governo federal e estadual, seja transformado em ações assumidas pelo BNDES, BRDE e BADESC, resolvendo assim este problema social e viabilizando estas empresas”(Relatório dirigido ao Presidente da República pelo Superintendente do BRDE em nome da Comissão).
Em 2004, conseguimos estabelecer o sábado livre, reduzindo a jornada de trabalho para 40 horas semanais, e em dezembro de 2006, reduzimos a Jornada para 30 horas semanais. Tudo isso sem redução salarial e sem diminuir o faturamento.
Todas as principais decisões são tomadas em assembléias e a fábrica é gerida por uma Comissão, um Conselho, eleito pelos trabalhadores. As decisões administrativas e financeiras são tomadas diariamente por um Comitê Administrativo e Financeiro (CAF), de cerca de 10 membros, designado por este Conselho. Os diversos turnos de trabalho elegem representantes que participam do CAF. Estas eleições são anuais, sempre no mês da ocupação da fábrica, e todos votam em nomes ou em listas, variando a forma segundo decisão da Assembléia Soberana.
E agora o Estado, por meio do INSS (Poder Executivo) pede uma intervenção através da Justiça Federal. Sendo que estas instituições, durante tantos anos negligenciaram ao não atuar, fiscalizar e penalizar os responsáveis que, por mais de 20 anos, sonegaram tributos, se apropriaram indevidamente dos direitos previdenciários, mas que continuam impunes e milionários.
A “Justiça” até agora não busca os bens pessoais dos ex-patrões. O Juiz Oziel sabe que poderia alcançar os bens pessoais dos sócios, por meio da responsabilidade solidária. No entanto, percebe-se que tal prerrogativa legal não lhe interessa.
O Juiz Oziel não faz “Justiça”, mas o papel de patrão, colocando o valor da propriedade privada acima de qualquer outro valor social, e alega estar respeitando o “Estado Democrático de Direito”. Reproduzo trecho de uma mensagem enviada, de São Paulo, aos ministros e ao presidente, por um conhecido intelectual:
“...A ação judicial e policial não é apenas injusta e moralmente insustentável: é também ilegal. A Constituição brasileira protege a propriedade privada, mas enfatiza que essa propriedade só se legitima ao exercer uma função social. Nas mãos dos antigos proprietários, a Cipla e a Interfibra desempenhavam funções anti-sociais, pois serviam de instrumentos para os crimes de seus dirigentes, que inviabilizavam a continuidade da geração de riquezas e empregos. Sob controle dos trabalhadores, a Cipla e a Interfibra cumprem funções sociais insubstituíveis, no contexto da cidade de Joinville”. Depois o juiz diz que:
“...pode-se defender que a sociedade brasileira, no geral, e a joinvillense, no particular, não podem ser compelidas a suportar esse alto custo social, com base única e exclusivamente no discurso da comissão de trabalhadores, desprovido de qualquer base empírica, de que não há outra solução para a preservação desses empregos a não ser o calote geral no pagamento dos tributos”.
Calote?! O desejo dos trabalhadores é de honrar todos os pagamentos devidos, desde que dentro da realidade da empresa e que se busque os bens pessoais dos antigos administradores, estes sim, os verdadeiros caloteiros. É impossível cumprir todos os pagamentos de uma empresa quebrada.
Custo social? O que o juiz entende por isso?
“Um, o preço por esses mil postos de trabalho é, em última análise, a isenção total, ampla e irrestrita do pagamento das obrigações tributárias e encargos sociais da empresa, o que não pode ser tolerado por uma sociedade honesta, cujos membros pagam em dia seus impostos e contribuições”. Mas, de que isenção fala este juiz? Nós recolhemos tudo que podemos e honramos os acordos feitos com a justiça trabalhista, com a Fazenda e com o governo estadual. E o fechamento da empresa vai ajudar a recolher que impostos?
E o juiz prossegue em delírio:
“Dois, ao deixar de recolher aos cofres públicos federais os milhões de reais que deve de impostos federais, a executada e as empresas do Grupo estão impedindo que esses recursos retornem na forma de serviços e benefícios essenciais à comunidade joinvillense. De fato, é com o recebimento das receitas tributárias que o Estado cumpre sua função de garantir os direitos mais básicos dos cidadãos. Como o dinheiro do Grupo Cipla não entra na conta da União, os cidadãos de Joinville, indiretamente, sofrem, na exata medida em que têm ainda mais reduzidas as chances de obter maiores investimentos na rede pública de ensino ou de incrementar o número de leitos oferecidos pela rede de saúde pública, por exemplo. Basta ligar a televisão e sintonizar as notícias do meio-dia para se ver o quanto a comunidade joinvillense está carente de investimentos na área da saúde. Faltam ambulâncias, leitos nos hospitais, medicamentos, médicos..” Então, a Cipla e seus trabalhadores são responsáveis pelo caos na Saúde, Educação, Moradia, que desgraçam esse país?
Porque o juiz não fala dos bilhões desviados do Orçamento Federal dos setores sociais para as mãos dos banqueiros, multinacionais e latifundiários?!
Porque não fala de seus amigos patronais que devem milhões à previdência e continuam soltos, ricos e bebendo uísque escocês, vinho francês e andando de jatinho particular?!
Os próprios trabalhadores é que sempre denunciaram a sonegação de tributos, prática rotineira no meio empresarial brasileiro. Os trabalhadores sempre defenderam que os tributos devem ser pagos para serem investidos no atendimento das mais sentidas reivindicações populares.
Os trabalhadores das fábricas ocupadas não possuem isenções fiscais, como tantas outras empresas que possuem e ainda sonegam e/ou recebem investimento público. Esta falsa e hipócrita argumentação do juiz não se sustenta.
E o juiz prossegue:
“Quatro, é incalculável o custo social gerado pela concorrência desleal. Como não paga nenhum tributo, a executada consegue colocar seus produtos no mercado com preço infinitamente menor, prejudicando as sociedades empresárias que cumprem suas obrigações sociais. Estas, se não fosse a ilegal e desleal concorrência da Cipla, certamente poderiam crescer ao ponto de conseguir absorver, com folga, os mil postos de trabalho de que tanto se vangloria a devedora”.
O juiz fala em “concorrência desleal”. De que está falando, sem nenhum conhecimento de causa?
Nossas tabelas de preços são públicas e disputam e na maior parte do tempo perdem para as concorrentes. Estas sim, gigantes multinacionais como a TIGRE (R$ 1,3 bilhões no ano passado), a AMANCO, suíça e a maior do mundo no setor, entre outras. E é absurdo dize que sem a Cipla estas empresas cresceriam e contratariam os mil trabalhadores. É ridículo.
Por fim, o juiz escancara sua visão conservadora, reacionária e criminosa e demonstra a ideologia que o orienta:
“Quinto, e talvez o mais importante reflexo negativo do custo social da atitude da executada: a acolher-se o argumento de que tudo pode ser feito para a manutenção de mil postos de trabalho, estar-se-á legitimando o desrespeito odioso das leis e jogando por terra o Estado Democrático de Direito. Imagine se a moda pega?”.
O Juiz sabe bem do que falando quando diz: “Imagine se a moda pega”. O juiz entende que o “reflexo negativo da atitude da executada” é o exemplo prático que a Cipla dá para toda a classe trabalhadora. Este é o grande problema.
A Cipla é um exemplo de luta e conquista dos trabalhadores, que assumiram o controle e a administração de uma empresa completamente falida e melhoraram as condições de trabalho e de vida. Tomaram a coragem e adquiriram a consciência necessária para ocupar e retomar a produção, invertendo o controle dos meios de produção, “chutando” os patrões que haviam prejudicado a sociedade e todos os trabalhadores da Cipla por mais de 20 anos.
E o juiz que fala em “Estado Democrático de Direito” envia a tropa a pedido do INSS (o governo, portanto) e implanta o terror.
Seu objetivo é fechar a Cipla e isto fica claro na decisão do juiz Oziel:
“Em outras palavras, talvez o momento seja propício para que a sociedade joinvillense faça a seguinte reflexão: será que a manutenção do Grupo Cipla, nessas condições, gera, de fato, o bem à sociedade? Será que, nesses termos, sua existência não estaria mais para um mal do que para um bem social, já que beneficia uns poucos em detrimento da maioria?”.
Se a Cipla é um mal, então, deve ser extirpado. E pelo terror armado. Nada mais claro.
E para isso o juiz preparou a conspiração judicial/policial em segredo, desde 21 de maio, data em que assinou a “Decisão Judicial”. E durante 10 dias organizou e reuniu tropas federais para conseguir realizar a “operação”. E o juiz faz tudo isso assumindo hipocritamente todas as calúnias do gangster político conhecido como presidente do sindicato dos plásticos sendo que estas calúnias já foram rechaçadas na justiça e o pelego sofre atualmente mais de 10 processos nossos por calúnia e difamação. O juiz baseia sua decisão em calúnias e difamações absurdas para justificar sua posição real: defesa dos patrões e o objetivo de fechar as fábricas ocupadas.
Por isto, estamos, além da mobilização e da campanha nacional e internacional, tomando todas as medidas judiciais exigindo a imediata revogação da intervenção na Cipla, a reintegração da direção da fábrica eleita pelos trabalhadores.
Estamos, também, e fundamentalmente pedindo ao presidente Lula, ao Ministro Luis Marinho, da Previdência, que determine a retirada imediata do pedido de intervenção feito pelo INSS.
Esperamos assim, abrir uma nova etapa de negociação para restabelecer propostas e acordos, não só com o INSS, mas com os demais credores, tendo o Estado a obrigação de assumir sua parcela de responsabilidade em todos os aspectos.
Não tenham dúvidas de que levaremos a resistência e a luta até o final de nossas forças. Trata-se da classe trabalhadora e de seu direito inalienável de lutar por emprego e vida digna. Nossa concepção é socialista e os socialistas não tem o direito de abandonar o combate para arrancar a classe trabalhadora deste mundo de opressão e exploração.
Viva a luta a classe trabalhadora no Brasil e no mundo inteiro!
Viva a luta das Fábricas Ocupadas por um futuro para a humanidade!

Verdades e mentiras

Sobre a operação judicial-militar na Cipla/Interfibra
Na manhã de quinta feira, a Comissão de Fábrica foi surpreendida por uma invasão militar, onde 150 Policiais Federais fortemente armados impediram os dirigentes eleitos democraticamente pelos trabalhadores e que vinham recuperando as empresas, de entrar nas fabricas. A ação foi determinada por um Juiz Federal a pedido do INSS.
Para colocar a opinião pública contra a Comissão de Fábrica, uma série de mentiras foram usadas como argumentos no Mandado Judicial. Alguns radialistas e colunistas de jornais, bocas de aluguel da patronal da cidade, também vem reproduzindo calunias dos pelegos do Sindicato dos Plásticos e aplaudindo a intervenção militar nas fabricas. Abaixo estas mentiras serão respondidas:

MENTIRA
Diz o Mandado Judicial que “hoje, passados quase cinco anos (...) constata-se que a situação nada ou muito pouco mudou”.
VERDADE
Quando a Comissão de Fábrica assumiu a direção da Cipla/ Interfibra, a situação era a seguinte: as duas empresas faturavam menos de um milhão de reais, sendo que para pagar todos os seus custos, deveria faturar seis milhões; os trabalhadores recebiam na faixa de R$ 50,00 por semana; as férias e o 13º salário não eram pagos; quem era demitido não recebia; o governo não recebia nenhum imposto a mais de dez anos; o FGTS não era depositado; a moral e a auto-estima dos operários inexistia.
A Comissão salvou a Cipla/ Interfibra do fechamento e teve grandes conquistas. Qual a situação hoje? As empresas faturam na faixa de quatro milhões, portanto, continuam com um déficit mensal de dois milhões. Isto obriga a direção a priorizar o que vai e o que não vai ser pago; falta quitar o salário de abril, o dos demais meses estão todos pagos; a maioria dos demitidos e dos pedidos de demissão foram pagos, os demais estavam em processo de pagamento; o passivo trabalhista está sendo pago através do repasse de 3% do faturamento mensal à Justiça do Trabalho; os salários, férias e 13º salário em atrasos, não pagos pelos patrões, estão quase liquidados; o trabalhador tem orgulho de trabalhar na Cipla/ Interfibra; conquistou 30 horas semanais e todas as decisões eram tomadas em assembléias de turno ou geral. Portanto, afirmar que a situação mudou quase nada, é um ato leviano e maldoso.

MENTIRA
O Mandado afirma, de forma mentirosa que “não se registra o recolhimento dos impostos federais e das contribuições previdenciárias, tanto da parte patronal quanto da parte dos empregados, desde longa data”. Diz mais: “nesses quase cinco anos, a administração dos trabalhadores teve tempo mais do que suficiente para colocar em dia pelo menos a escrita fiscal da executada, assim como as declarações que por lei está obrigada”.
VERDADE
A Cipla/ Interfibra estão quase em dia com o recolhimento da parte patronal do INSS e do IRF. Portanto, é uma mentira absurda afirmar que não tem nada pago da parte patronal.
Dizer que as empresas tiveram tempo suficiente para colocar em dia o pagamento de seus impostos, é uma afirmativa falsa e maldosa, já que, tanto a Justiça Federal, como o INSS sabem que as fabricas não podem emprestar dinheiro de banco para se capitalizar. Sabem também que todos os meses ficam alguns milhões de divida para traz, porque ainda não foi faturado o suficiente para dar conta de pagar tudo.
A ordem de prioridade de pagamento sempre foi: salários, matéria prima, recolhimento do que era possível pagar de impostos, quitação dos salários em atraso, energia elétrica.
O interessante é que os bancos e as multinacionais são os maiores devedores da Previdência Social, e o INSS não determina a mesma ação militar feita na Cipla/ Interfibra para receber o que lhe é devido. Mas nas empresas controladas pelos trabalhadores “o ferro e o fogo”. Por que será?

MENTIRA
A intervenção pretende recuperar a Cipla/ Interfibra.
VERDADE
Está claro, o objetivo da intervenção é fechar as duas fabricas para acabar com o incomodo gerado pela reivindicação política da estatização apresentada ao Presidente Lula, além de ser um inconcebível aos patrões os trabalhadores ocuparem e recuperarem fabricas em estado falimentar. Isto é a comprovação concreta que a sociedade não precisa de patrão burguês para sugar a riqueza gerada pelo trabalho dos operários. Até hoje, os grandes patrões de Joinville não engolem a idéia das 30 horas aprovada na Cipla/ Interfibra.
A tentativa clara de fechamento das fabricas é possível constatar nos seguintes argumentos do Mandado Judicial: “poder-se-á notar que o CUSTO SOCIAL da manutenção desses mil postos de trabalho é EXCESSIVAMENTE ALTO (...) talvez o momento seja propicio para que a sociedade joinvilense faça a seguinte reflexão: será que a manutenção do Grupo Cipla, gera, de fato, o bem à sociedade? Será que sua existência não estaria mais para um mal do que para um bem social?”. Em outras palavras, está dizendo: “Será que não é melhor fechar estas fábricas e jogar na lata do lixo os mil empregos?”;
Estas são as verdadeiras razões da intervenção.
O salário do Interventor
Em dezembro de 2005, a direção da Cipla/ Interfibra quando negociava o acordo de 3% com a Justiça do Trabalho, foi proposto pela Justiça a intervenção. A conversa sobre isso acabou quando a Presidente do TRT, Dra. Agueda, apresentou como salário ao interventor, setenta mil reais por mês, além de duzentos mil reais para fazer o diagnóstico, já feito, tanto pela Comissão de Fábrica, como pelo BNDES, BRDE e BADESC.
Se a situação das empresas já é difícil, se o salário que as fabricas terão que pagar, for o mesmo proposto pela Juíza, ficará insustentável, além de ser vergonhoso.
Interventor está liquidando a Profiplast
O interventor que assumiu a Cipla/ Interfibra, é o mesmo que administra a Profiplast. Ao invés de recuperar a empresa, está organizando a falência e uma cooperativa, onde dos 130 operários, vão ficar apenas 22.
Os trabalhadores estão sendo pressionados a aceitar a demissão, mas sem receber a rescisão e ser recolocado na cooperativa sem nenhum direito.
É isto que estão preparando para Cipla/ Interfibra.

Modelo de Moção

Assunto: intervenção judicial a pedido do INSS e executada pela Polícia Federal na Cipla/Interfibra para garantir o seu fechamento e o fim de mais de mil postos de trabalho.

Prezados Senhores:
Vimos através do presente expediente até Vossas Excelências, para externar nossa preocupação com a intervenção judicial nas empresas Cipla e Interfibra, que desde 1º de novembro de 2002 se encontram sob o controle e administração dos seus próprios trabalhadores.
Ainda mais preocupante é o fato do cumprimento da decisão judicial ter sido sustentada por um aparato policial federal de mais de 150 homens, e em intervenção pedida em processo movido pelo INSS.
Solicitamos imediatas providências desses três Ministérios, para que seja retirada a Polícia Federal da fábrica e suspensa a intervenção judicial, com o retorno da legítima direção da empresa eleita pelos trabalhadores.
Aguardamos que o bom senso prevaleça.
Atenciosamente,

Nome, entidade, local

Envie para:

Dr. Tarso Genro
Ministro de Estado da Justiça do BrasilEsplanada dos Ministérios – Bloco T – Edifício SedeCEP 70064-900 – Brasília – DF Fax : (61) 3322-6817 E-mail: gabinetemj@mj.gov.br

Luiz Marinho

Ministro de Estado da Previdência do BrasilEsplanada dos Ministérios – Bloco FCEP 70059-900 – Brasília – DF E-Mail: gm.mps@previdencia.gov.br

Carlos Lupi

Ministro de Estado do Trabalho e EmpregoEsplanada dos Ministérios – Bloco FCEP 70059-900 – Brasília – DF E-Mail: gm@mte.gov.br

Dr. Oziel Francisco de Souza

Juiz Federal da Vara de Execuções Fiscais de JoinvilleRua do Príncipe, 123 – Centro89201-001 – Joinville – SC e-mail: scjoief01@jfsc.gov.br

C/c: Fernando

mobilizacaoflasko@yahoo.com.br

Polícia Federal invade Cipla e Interfibra e ameaça a Flaskô

Interventor instala regime de terror nas fábricas e ameaça fechar os 1200 postos de trabalho. Trabalhadores resistem e pedem solidariedade numa campanha de moções internacional.

Cerca de 150 homens da Polícia Federal invadiram a Cipla e a Interfibra em Joinville/SC na quinta-feira passada (31 de junho). Com ordens judiciais e mandatos de prisão contra os dirigentes das fábricas que estão sob controle operário, a administração foi passada para um interventor a mando dos antigos patrões, os irmãos Anselmo e Luís Batschauer, que respondem por inúmeros crimes cíveis, tributários e trabalhistas, devido a dívidas e corrupção.
Até o momento, o interventor já demitiu cerca de 100 trabalhadores, a começar por todos os membros do Conselho de Fábrica eleitos em assembléia. Além disso, a PF confiscou todos os bens que estavam na empresa, incluindo os de uso pessoal dos trabalhadores. Também cancelaram os telefones e os e-mails corporativos, na tentativa de impedir e vigiar a comunicação.
Imediatamente, uma campanha de moções se iniciou pelo país e mundo afora (ver em cima) e dois atos públicos se realizaram na sexta-feira (01 de junho). Um em frente à portaria da Cipla, com funcionários da empresa (que se recusam a aceitar a intervenção) mais os apoiadores de todo o Brasil. Outro na fábrica ocupada Flaskô (Sumaré/SP) que ainda não está tomada pela PF - apesar de pertencer ao mesmo grupo econômico e sofrer com a mesma intervenção judicial - mas corre sérios riscos de ficar inviabilizada, devido a procedimentos conjuntos com as unidades de Joinville/SC.
Os trabalhadores convocam ainda um grande ato nacional e internacional para o dia 13 de junho, na portaria da Cipla, precedido de uma atividade em Sumaré, no dia 12 de junho, às 19h, para preparar uma grande delegação à Joinville e comemorar os quatro anos de ocupação da Flaskô.

Entenda o caso
Há quase cinco anos, os trabalhadores da Cipla e Interfibra (de Joinville/SC) e da Flaskô (Sumaré/SP) ocuparam as empresas e as colocaram para funcionar, em resposta às ameaças de fechamento das fábricas e ao não pagamento de salários e direitos atrasados. Dessa forma, os trabalhadores mantêm os empregos, a produção e os salários, enquanto levantam uma campanha nacional e internacional de solidariedade. A cobrança é para o governo Lula reconhecer o parecer técnico do BNDES/BADESC que afirma a viabilidade das empresas, caso o passivo seja transformado em ativo, mediante a encampação pelos entes públicos. O documento faz jus à reivindicação dos trabalhadores de nacionalização das companhias, tal qual ocorre na Venezuela e na Bolívia.
Afinal, cerca de 80% dos R$ 500 milhões em dívidas que pesam sobre as empresas são com os cofres públicos e com os direitos dos trabalhadores, como FGTS e INSS recolhidos e não depositados. Tais valores nunca foram cobrados dos antigos donos, mas agora que as fábricas foram recuperadas pelos próprios trabalhadores, inúmeras ameaças jogam contra a determinação dos operários em manter seus postos de trabalho e o sustento de suas famílias.
Leilões de bens, máquinas e equipamentos, ações de penhora de faturamento e ameaça de prisão dos dirigentes se tornaram rotina, apesar das mobilizações em direção ao governo federal e dos acordos feitos com órgãos públicos.
No entanto, a decisão judicial favorável a uma ação do INSS, executada no dia 31 de junho por forte aparato policial, acaba por passar a administração a um interventor a mando dos irmãos Batschauer, da mesma maneira como ocorreu com outra fábrica do grupo, a Profiplast (SC) – cujos trabalhadores sofrem com quatro meses de atraso nos salários e com direitos não-pagos.
A intervenção implanta um regime de terror dentro das empresas, pois cinco capangas armados impedem a conversa entre os trabalhadores e o clima descontraído que existia no chão da fábrica quando ela estava sob controle operário.
Mais do que isso, a intervenção representa uma séria ameaça de fechamento das empresas, pois determina o pagamento do vultoso salário do interventor, de dívidas atrasadas desde 1998 e a penhora de 5% do faturamento da empresa.
Os trabalhadores não aceitam essa intervenção, querem restabelecer o controle das empresas que eles próprios recuperaram, restabelecer os acordos com órgãos públicos (como o assinado pelo próprio INSS) que visavam suspender todas as ações judiciais, enquanto se negocia com o presidente Lula a estatização das fábricas sob controle operário. Assim, os trabalhadores continuam a resistir e mantêm a disposição de lutar até o fim em defesa dos 1200 postos de trabalho. A campanha de moções já conta com centenas de aderentes e internacionalmente é divulgada pelo website
www.marxist.com, da Corrente Marxista Internacional (CMI).

Carta Aberta à população

Interventor implanta regime de terror dentro das Fábricas
Para garantir mandado de intervenção judicial administrativa da Cipla e Interfibra, mais de 100 policiais federais fortemente armados invadiram, na manhã do dia 31, a Cipla e a Interfibra. Expulsaram os atuais membros da Comissão que dirigem as empresas e implantaram um regime de terror dentro das Fábricas.
1. Está claro que a intervenção na Cipla/ Interfibra/ Flaskô não prevê a recuperação das empresas, mas o fechamento com a destruição dos postos de trabalho de mil pais e mães de família;
2. Esta conclusão é possível constatar nos termos do Mandado Judicial: “poder-se-á notar que o CUSTO SOCIAL da manutenção desses mil postos de trabalho é EXCESSIVAMENTE ALTO (...) talvez o momento seja propicio para que a sociedade joinvilense faça a seguinte reflexão: será que a manutenção do Grupo Cipla, gera, de fato, o bem à sociedade? Será que sua existência não estaria mais para um mal do que para um bem social?”. Em outras palavras, está dizendo: “Será que não é melhor fechar estas fábricas e jogar na lata do lixo os mil empregos?”;
3. O Mandado determina como prioridades da intervenção, acertar, “desde o inicio (...) as obrigações fiscais, previdenciárias e os encargos sociais”, o repasse mensal de 5% do faturamento para pagamento das dividas dos patrões e 3% para a Justiça do Trabalho, além do salário vultuoso do interventor;
4. O INSS sabe que é impossível para a Cipla/ Interfibra honrar estes compromissos. Afinal, os trabalhadores assumiram as fabricas após uma greve para manter seus empregos e receber seus salários. Após o diagnóstico feito pela Comissão de Fábrica e pelo BNDES, BRDE e BADESC, foi constatada uma divida impagável de mais de quinhentos milhões de reais deixada pelos patrões. Se o INSS continuar a “ferro e fogo” para receber o que lhe é devido, a fábrica fecha e o órgão não recebe mais nada. O resultado será uma tragédia social que vai sujar a imagem do Governo Federal por não ter cumprido com as promessas de acordo com INSS e Fazenda feitas aos trabalhadores em junho de 2005;
5. Para garantir a decisão política de fechar as fábricas, o Mandado Judicial, afastou a Comissão de Fábrica, impediu a entrada e permanência de alguns de seus membros e nomeou um interventor, Sr. Rainoldo Uessler, de Florianópolis, a pedido do INSS;
6. Extrapolando a decisão judicial, o interventor está encaminhando uma lista de mais de cinqüenta trabalhadores para serem demitidos, embora tenha falado para a imprensa que ninguém seria demitido;
7. No chão de fábrica está instalado um clima de terror, onde cinco seguranças contratados pelo interventor circulam pela fabrica para impedir qualquer conversa entre os operários, o que era comum na gestão da Comissão de Fábrica. Antes os operários trabalhavam alegres, descontraídos. Hoje, trabalham de cabeça baixa e assustados;
8. Para dar fim a esta situação, o Comitê está mobilizando no Brasil e no exterior, sindicatos, movimentos sociais, lideranças populares e políticas para enviarem moções e pressionarem os Ministérios da Justiça, do Trabalho e da Previdência Social para que determine a Justiça Federal a reintegração à administração de todos os membros da Comissão de Fábrica e a retirada do interventor.
9. Por fim, o Comitê repudia a atitude pelega e absurda do Sindicato dos Plásticos em respaldar a tentativa de fechamento das fábricas promovida pelo INSS e aceita pelo interventor, assim como o clima de terror instalado no chão de fábrica.
Comitê pelo fim da intervenção nas Fabricas Ocupadas

Justiça Federal trata trabalhador como bandido e quer fechar as fábricas ocupadas

Para garantir mandado de intervenção judicial administrativa da Cipla e Interfibra, 150 policiais federais fortemente armados invadiram, nesta manhã, 31, as Fábricas Ocupadas. Expulsaram os atuais membros da Comissão que dirigem as empresas e já determinou mas de 100 demissões.
O objetivo, da ação expedida pelo juiz federal Oziel Francisco de Souza é a penhora sobre faturamento cobrar dívida milionária com o INSS deixada pelos antigos administradores Luis e Anselmo Batschauer, datada de 1998, nem que isso resulte no fechamento das empresas.
"- Lutamos tanto nesses quatro anos para sobreviver nas fábricas. Quando vi a polícia dentro do pátio, achei que era um pesadelo e iria acordar", disse um operador de máquina da Cipla.
Segundo o documento baseado em mentiras e calúnias infundadas feitas pelo Sindicato dos Plásticos de Joinville, "poder-se-á notar que o custo social da manutenção desses mil postos de trabalho é excessivamente alto. A partir daí, é possível até se sustentar que o custo para a sociedade é desproporcional ao benefício social gerado". (...)
"será que a manutenção do Grupo Cipla, gera, de fato, o bem à sociedade? Será que sua existência não estaria mais para um mal do que para um bem social?"
Como entender que o custo social gerado pela manutenção da fábrica é maior que o benefício gerado à mil famílias dependentes desses empregos? As dívidas cobradas são de responsabilidade dos patrões e dos governos e não dos trabalhadores que ocuparam as fábricas para garantir os empregos e direitos.

Campanha de solidariedade
Os trabalhadores não são bandidos e exigem o fim da intervenção judicial na Cipla e Interfibra e a imediata reintegração dos membros da Comissão.
Uma campanha em solidariedade à luta das Fábricas Ocupadas está sendo feita por vários sindicatos, federações e lideranças sociais nacionais e internacionais. Moções pedem a solidariedade e o apoio a todas as organizações sociais operárias da cidade e do campo para essa luta!
Joinville, 31 de maio de 2007.