segunda-feira, 24 de março de 2008

Solidariedade internacional: programa turco de TV exibe luta das fábricas ocupadas!

Uma produtora de vídeos, chamada Dilek, de um programa turco de televisão acaba de retornar à Flaskô, após 3 anos, para fazer novas filmagens e mostrar a repercussão que a luta das fábricas ocupadas no Brasil adquiriu no movimento operário da Turquia.
Ela e o companheiro Metin estiveram na Flaskô anos atrás e acompanharam a Marcha à Brasília das Fábricas Ocupadas. Depois, exibiram o vídeo em um programa de alcance nacional na Turquia e receberam centenas de cartas que elogiavam e pediam mais informações.
O próprio companheiro Metin escreveu um livro sobre as ocupações de fábrica na América Latina, na tentativa de suprir o interesse, chamado “Sem Patrão”. Acesse o programa pela internet:
www.sendika.tv

Campanha em defesa do Mandato do Vereador Adílson Mariano

Companheiros e companheiras, segue campanha de moções em defesa do mandato do vereador Adílson Mariano (PT), militante da Esquerda Marxista, que foi condenado pela justiça criminal por apoiar as manifestações contra o aumento nas tarifas de transporte coletivo em 2003.
O Movimento das Fábricas Ocupadas impulsiona a campanha por se tratar de um parlamentar que sempre esteve ao lado dos trabalhadores da Cipla e sempre cumpriu seu mandato, organizando e apoiando as justas reivindicações da classe trabalhadora, fazendo de sua tribuna uma trincheira da luta pela revolução socialista.
Contamos com a solidariedade de todos, pois não será fácil reverter essa decisão. O Diretório Estadual de SC do PT já declarou apoio ao vereador, mas para se ter uma idéia da perseguição, a Associação dos Magistrados Catarinenses, entidade que congrega desembargadores e juízes de Santa Catarina, publicou uma nota defendendo o juiz Renato Roberge pela condenação contra Mariano.


Modelo de moção de apoio pela absolvição do Vereador Adilson Mariano (PT)

Considerando que o vereador Adilson Mariano, do Partido dos Trabalhadores de Joinville – SC, foi condenado pelo Juiz de Direito da Ia Vara Criminal, Renato Roberge, em dezembro/2007, por suposta “incitação” de manifestantes a impedirem o funcionamento do transporte urbano coletivo (artigo 262, do Código Penal) durante manifestações populares ocorridas em maio/2003 contra o aumento das passagens de ônibus, em Joinville;

Considerando que a pena, de primeira instância, é de um ano e três meses de detenção e pagamento de multa, substituída pela prestação de serviços à comunidade e multa de dois salários-mínimos, revertidos em favor de entidade beneficente;

Considerando que o vereador Adilson Mariano é autor de Projetos de Lei que se encontram em trâmite na Câmara de Vereadores de Joinville, questionando a legitimidade da concessão do serviço público às empresas de transporte coletivo do município;

Considerando que a defesa de uma reivindicação popular legítima, bem como a prática do direito de organização e de manifestação consistem em exercício da função parlamentar de vereador, amparado nas prerrogativas concedidas pelo artigo 29, inciso VIII, da Constituição Federal, que assegura a inviolabilidade do parlamentar em virtude de palavras, opiniões e manifestação pública, não podendo ser processado judicial ou disciplinarmente por ações que estejam relacionadas com o exercício do mandato;

Considerando que Adilson Mariano exerce seu segundo mandato e é considerado parlamentar dos mais atuantes da Câmara de Vereadores de Joinville, incansável defensor das causas mais humildes e difíceis que, via de regra, comprometem a vida de trabalhadores e trabalhadoras deste país vitimados pela desigualdade social.

Considerando que os advogados do vereador apresentaram recurso de apelação ao Tribunal de Justiça do Estado para reformar a sentença de primeiro grau e impetraram Habeas Corpus com fundamento na norma constitucional, tendo em vista que a jurisprudência é unânime ao garantir a inviolabilidade do vereador por suas opiniões, palavras ou atos no exercício do mandato;

Considerando que tal condenação é evidente demonstração de parcialidade e conteúdo político nocivo e que a defesa do vereador é um ato político de grande importância contra a criminalização dos movimentos sociais e de seus defensores, pela garantia da liberdade de expressão e manifestação pública;

Nós, (entidade), apelamos ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina na pessoa do Excelentíssimo Desembargador João Eduardo Souza Varella e os senhores Desembargadores da Primeira Câmara Criminal para que acolham as medidas judiciais impetradas em favor do vereador Adilson Mariano, resguardando-lhe o direito constitucional ao exercício da função parlamentar e absolvendo-o da penalidade injustamente aplicada, em prol da garantia da liberdade de expressão no Estado de Direito.

Enviar para:

Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
Senhor Desembargador João Eduardo Souza Varella
(Processo 2008.007940-1 - Apelação Criminal)
R. Álvaro Millen da Silveira, 208 - Centro
88020-901 Florianópolis – SC
Telefone: (048) 3221-1000
Fax: (048) 3221-1200
Com cópia para:
Mandato do Vereador Adílson Mariano

Excelente debate sobre a Comuna de Paris na Flaskô

Há 137 anos atrás, em 18 de março de 1871, os operários de Paris, na França, alcançaram o poder e formaram um governo que ficou conhecido na história como a Comuna. Essa vitória não durou muito tempo, mas resistiu heroicamente aos ataques do exército alemão, que fora apoiado covardemente pela burguesia da própria França.

A experiência, no entanto, não foi em vão, serviu para solidificar os estudos revolucionários de Marx e Engels e está até hoje gravada na consciência de milhares de combatentes socialistas, comunistas e anarquistas. A experiência da Comuna de Paris também foi retomada, na teoria e na prática, na revolução soviética de 1917.

Abaixo, seguem as fotos do debate ocorrido na fábrica ocupada Flaskô. Além de resgatar as melhores tradições do movimento operário, os trabalhadores puderam tirar as próprias conclusões e fazer as devidas aproximações com a realidade em que estão inseridos, com o apoio e orientação de militantes mais experientes, como a do camarada Daniel Feldman, economista e militante da Esquerda Marxista.

Assim surgiram perguntas e intervenções que relacionavam a Comuna com o controle operário na Flaskô e com a situação atual da revolução cubana e venezuelana quanto à construção de um estado socialista em substituição ao estado burguês.

Cerca de 15 trabalhadores da Flaskô participaram do debate com Daniel Feldman

Fotos da visita do Prefeito de Sumaré, José Antônio Bacchin (PT) à Flaskô

Além de visitar a fábrica, o prefeito encaminhou carta ao Lula e ao BNDES pedindo que os trabalhadores da Flaskô sejam atendidos. Lula encaminhou o pedido ao Ministério do Trabalho e, agora, aguardamos uma resposta quanto a realização de uma reunião com o ministro.

O gabinete do Prefeito também assinou uma carta endereçada à Presidência da Venezuela, pedindo para o companheiro Hugo Chávez visitar a Flaskô, para manter e aprofundar os laços de solidariedade existentes entre a revolução venezuelana e o Movimento das Fábricas Ocupadas do Brasil.

Chaolim (à frente) mostra à comitiva do prefeito o funcionamento da fábrica sob controle operário!

Carta de apoio da Confederação Nacional dos Químicos - CUT

São Paulo, 05 de março de 2008.

Aos Trabalhadores/as da Flaskô Industrial de Embalagens Ltda.

Assunto: Audiência Pública em Sumaré

Representando os trabalhadores/as nas indústrias químicas, de plásticos, farmacêuticas, higiene, limpeza e perfumaria, de tintas, adubos, corretivos agrícolas, de abrasivos, de álcool, de borracha, de papel, celulose, papelão, de vidros, cerâmicas, petroquímicas e refinação de petróleo no Brasil, a Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT manifesta solidariedade à luta dos trabalhadores/as da empresa Flaskô Industrial de Embalagens Ltda.

A Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT apóia os diversos movimentos e iniciativas que promovam a Economia Solidária, principalmente quando estes possuem valores comuns como gestão democrática, transparente e participativa dos empreendimentos econômicos e sociais.

Mesmo com todas as dificuldades encontradas, a luta dos trabalhadores/as da Flaskô Industrial de Embalagens Ltda fortalece o conceito de Economia Solidária como um campo filosófico, político, social e econômico mais adequado aos interesses dos trabalhadores/as, visto que nela os trabalhadores/as empregam os meios de produção, comercialização e crédito em função de seus interesses.

Esta luta favorece toda a população, pois se diferencia das empresas capitalistas que são constituídas com a finalidade de gerar lucro, de concentrar capital e renda para poucos, em detrimento de más condições de trabalho, de ausência de compromisso tributário com o poder público e de responsabilidade sócio-ambiental.

A população do Município de Sumaré que pagam devidamente seus impostos não pode ser responsabilizada pelo passivo criado por empresários aventureiros. Faz-se necessário planejar e definir estratégias para manter a fábrica aberta e funcionando, garantir os empregos, ampliar os direitos e reaver o dinheiro público sonegado.

Diante disso, a Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT declara seu apoio a Luta dos Trabalhadores/as da Flaskô Industrial de Embalagens Ltda.

Atenciosamente,

Aparecido Donizeti da Silva
Coordenador Geral

sexta-feira, 7 de março de 2008

Audiência Pública na Câmara de Sumaré solicita apoio de Lula e Hugo Chávez à Flaskô

Trabalhadores da Flaskô e apoiadores lotam o plenário


Pedro, do Conselho de Fábrica, instala a Audiência


Mesa: Oschin Alves, Pedro, Geraldo Medeiros, Danilo CNQ, Ari MST, Yuri DCE Unicamp, Moacir Comitê Cipla


Cerca de 100 pessoas lotaram o Plenário da Câmara Municipal de Sumaré na última quinta-feira (05/03) para prestigiar a Audiência Pública sobre a luta dos trabalhadores da Flaskô, que controlam a fábrica desde 12 de junho de 2003.
O vereador e presidente da Câmara, Geraldo Medeiros (PT) abriu os trabalhos e compôs a mesa com Pedro Alem Santinho, coordenador do Conselho de Fábrica e Vilson Oschin Alves, Secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Sumaré.
Estavam presentes também, entre outros: o vereador Niraldo (PCdoB – Sumaré), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ/CUT), a Federação dos Ferroviários da CUT, o Diretório Central dos Estudantes (DCE – UNICAMP), o Comitê pelo Fim da Intervenção Federal na Cipla, Mandato da Deputada Estadual Ana Peruginni (PT), Mandato da Vereadora Marcela Moreira (PSOL – Campinas), Sindicato dos Correios de Campinas e região, Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH – UNICAMP), Mandato do Vereador Adílson Mariano (PT – Joinville/SC), Sindicato dos Metalúrgicos de Garuva e Itapoá (SC), Esquerda Marxista do PT e Movimento Negro Socialista.

Prefeito do PT apóia a luta!
O Secretário Vilson Alves leu uma carta enviada pelo Prefeito José Antônio Bacchin (PT) em que se compromete a continuar ajudando os trabalhadores da Flaskô a conseguir uma reunião com o presidente Lula e o BNDES, a fim de discutir a estatização da empresa, conforme relatório técnico apresentado pelo banco à presidência da República em 2005 e que segue sem resposta.
Apesar de não comparecer à Audiência, o prefeito visitou a fábrica na quarta-feira de manhã e conversou com os operários e membros da Comissão de Fábrica. Além disso, mostrou o ofício que encaminhou à Presidência e ao BNDES, em que solicita apoio de Lula aos trabalhadores.

Pedido de apoio à Hugo Chávez
Na próxima semana, também será entregue uma carta para o governo venezuelano, através do coordenador geral do Movimento das Fábricas Ocupadas, Serge Goulart, assinada por todos aqueles que compareceram à Audiência.
O presidente Hugo Chávez já chegou a enviar carregamentos de matéria-prima às fábricas ocupadas brasileiras, através da estatal Pequiven (Petroquímica da Venezuela) e, agora, a Flaskô e seus apoiadores pretendem dar prosseguimento a esse acordo. A carta irá requisitar uma visita de Hugo Chávez à fábrica.

Importância da Flaskô para Sumaré
Além disso, foi destacada a importância da empresa para o desenvolvimento da Área Cura, região onde se localiza a Flaskô, pois além dos cerca de 100 empregos diretos que se mantêm com a luta, um bairro - com 150 famílias, chamado de Vila Operária - foi construído com a ocupação de um terreno abandonado que pertence à fábrica.Recentemente também, foi firmada uma parceria com a Associação de Moradores do Parque Bandeirantes que reativou um espaço da Flaskô para desenvolver as atividades sociais, culturais e esportivas da comunidade.