quarta-feira, 14 de maio de 2008

Operários da Flaskô na luta por igualdade, contra o racismo e as leis raciais!

Uma delegação de trabalhadores da Flaskô participou da III Reunião Nacional do Movimento Negro Socialista (MNS), no dia 10/05 em SP, para discutir e avaliar a luta contra o racismo no Brasil.

O encontro do MNS reuniu mais de 100 militantes anti-racismo de 10 estados do país, além de convidados africanos do Quênia, Moçambique, Guiné-Bissau e Tanzânia e tratou, principalmente, da luta contra as leis raciais que tramitam no Congresso Nacional (a política de cotas para negros e o chamado Estatuto da Igualdade Racial).

Clique no link abaixo para ver um vídeo de apresentação do MNS:
http://www.youtube.com/watch?v=Tz6uT-jvAkw

Assista também a notícia veiculada no Jornal Nacional:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM826057-7823-POLITICA+DE+COTAS+VOLTA+A+SER+CRITICADA,00.html

O site do Movimento Negro Socialista é:
http://www.mns.org.br/

Depoimentos:

O dinheiro da viagem entre Sumaré – São Paulo foi arrecado através da realização de uma feijoada no antigo restaurante da fábrica e as pessoas que participaram da reunião gostaram muito da atividade.

Fernando Gomes Martins, membro do Conselho de Fábrica da Flaskô explica que o racismo é parte da política capitalista de “dividir para reinar”. “Não importa a cor da pele e sim a classe social. Por isso lutamos pelo socialismo, pois será uma sociedade sem explorados e sem exploradores. Peço aos meus irmãos de classe que reflitam sobre isso, pois mais uma vez está em curso uma política para nos dividir e continuaremos nosso combate contra ela”.

Já Manoel Porto (o Manú), que também é membro do Conselho da Flaskô, avalia que “as cotas dividem os trabalhadores pela cor da pele. Isso é errado porque nós todos somos iguais”.

Presidente Chávez visita Sidor e assina contrato coletivo com os trabalhadores. Aumento salarial é de 79,8%!

Tradução ao português de notícia publicada em Aporrea:
http://www.aporrea.org/

Com o propósito de assinar o contrato coletivo com o Sindicato Único de Trabalhadores Siderúrgicos y seus Similares (Sutiss), o presidente Hugo Chávez visitou Puerto Ordaz, estado de Bolívar, na segunda-feira (12/05).

Segundo informou VTV, a assinatura do contrato corresponde aos anos de 2008 a 2010 e estabelece o aumento salarial de 79,8%, ficando o salário mensal em Bs.F 2.231,00 (ou cerca de R$ 2.677). Também foi concedido um bônus a cada trabalhador de Sidor, devido ao atraso na assinatura do contrato coletivo, equivalente a Bs.F 35,00 (ou cerca de R$ 42).

Antes disso, o presidente participou de um encontro com os trabalhadores, que lhe mostraram algumas das instalações da empresa e explicaram os procedimentos operativos que levam ao processamento da matéria prima na siderúrgica.

Na ocasião, acompanharam o presidente, o Sr. Rodolfo Sanz, ministro do Poder Popular para as Indústrias Básicas e de Mineração e presidente da Corporación Venezolana de Guayana (CVG), além de Francisco Rangel Gómez, governador do estado de Bolívar e Clemente Scotto prefeito do município de Caroní.

Com a visita do presidente Hugo Chávez a Sidor se afirma uma das grandes conquistas alcançadas pelos trabalhadores da indústria, cuja nacionalização foi anunciada pelo Governo Bolivariano a meados de abril passado: a assinatura do contrato coletivo.

Trabalhadores da IQT ocupam a fábrica exigindo pagamento de salários e a manutenção dos postos de trabalho

Taubaté, 13 de maio de 2008

A IQT (Indústrias Químicas de Taubaté) praticamente fechou as portas, pois demitiu ontem os 107 funcionários sem pagar as verbas rescisórias ou sinalizar uma data para quitar os débitos trabalhistas.
Cerca de 100 trabalhadores, da produção e do setor administrativo, que estão há dois meses sem receber salários ocuparam a fábrica, hoje às 14h00’, para exigir o pagamento dos salários, o cumprimento dos acordos com o Sindicato dos Químicos, a 2º parcela da PLR do ano passado e a manutenção dos postos de trabalho.

A empresa concedeu duas licenças remuneradas que não foram pagas. A segunda esgotou ontem, quando se esperava o pagamento dos passivos trabalhistas e a volta ao trabalho. No entanto, a empresa anunciou as demissões, mas não falou nada sobre os pagamentos devidos e verbas rescisórias.A IQT tem um histórico de descumprimento de direitos trabalhistas que vão desde a falta de EPI (Equipamentos de proteção individual) ao não pagamento de salários e demissão de sindicalistas. Este ano, já houve vários atrasos nos pagamentos. A empresa estava piorando as já precárias condições de trabalho.

O problema da IQT não é a falta de matéria-prima, mão-de-obra qualificada ou mercado para os seus produtos. O que acontece é uma briga de sócios. Um deles desfalcou a empresa. A situação foi parar na Justiça e agora virou briga de liminares.

Os trabalhadores não podem sofrer as conseqüências do desastre administrativo, do desvio de recursos e briga de liminares. Os trabalhadores pagam proporcionalmente mais impostos e tarifas que as empresas. Ao contrário, a IQT não pagava as contas de energia elétrica e teve que recorrer a liminar para voltar ao fornecimento do serviço. Exigimos que a prefeitura e as autoridades do Estado tomem providências imediatas para evitar o fechamento da empresa e a perda dos postos de trabalho.

Os trabalhadores, lesados pela empresa, recorreram à ocupação pacífica das instalações da empresa IQT como último recurso para tentar evitar o fechamento da planta e retirada do maquinário e garantir o pagamento imediato dos salários, direitos, e a manutenção dos postos de trabalho. Solicitamos a todas as entidades democráticas moção de apoio aos trabalhadores da IQT e a suas justas reivindicações.

Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e Região
Fax e e-mail, enviar para:
(12) 3921-8177
quimisjc.jur@uol.com.br

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Artigo sobre a Flaskô e o Movimento das Fábricas Ocupadas é publicado em três línguas pelo site "In Defense Of Marxism"

Os camaradas da Corrente Marxista Internacional, responsáveis pelo site "In Defense of Marxism", acabam de publicar um texto sobre a luta dos trabalhadores da Flaskô e do Movimento das Fábricas Ocupadas em português, inglês e espanhol.
Veja nos links abaixo:
No original (em português):
Em inglês:
Em espanhol:

Entrevista em espanhol sobre o Movimento das Fábricas Ocupadas

Entrevista em espanhol com o camarada Alexandre Mandl, advogado da Flaskô, publicada no Paraguai pela revista "El Despertar", do coletivo Germinal, impulsionado por militantes do Partido Movimento ao Socialismo (PMAS).
MOVIMIENTO DE LAS FÁBRICAS OCUPADAS:
Una experiencia de control obrero en Brasil


Durante estas elecciones de 20 de abril, tuvimos la oportunidad de contar con un representante del Movimiento de Fábricas Ocupadas, de Brasil, Alexandre Mandl, que nos explicó la historia de la lucha de las fábricas que están bajo control de los trabajadores.

¿Lo que es el Movimiento de las Fábricas Ocupadas?
Es un movimiento que propone una alternativa al cierre de las fábricas. Nuestro objetivo es salvar los empleos y mantener las fábricas funcionando. Consideramos que donde una fábrica cierra se crea un cementerio de puestos de trabajo, todo muere en vuelta y la clase trabajadora es empujada para la barbarie, los jóvenes para la criminalidad, etc. Al contrario, donde abre una fábrica, todo florece como en la primavera. Entendemos que la lógica capitalista hace con que las empresas se sostengan bajo la explotación de la fuerza de trabajo ajena para obtener logro, y así sostenerse. Y, cuando la fábrica no está siendo rentable, ellos cierran. Y los trabajadores, que no poseen cualquier responsabilidad en las administraciones de las fábricas, pierden sus puestos de trabajo, además de ya no tengan sus derechos laborales garantizados, condiciones mínimas de trabajo y salarios suficientes para una vida social. Así, luchamos para organizar los trabajadores para que, viendo que la fábrica camina para cerrar, organicen una huelga, paren la producción, ocupen las fábricas, resistan a la presión de los patrones, y retomen la producción bajo el control de los trabajadores. ¿Lo que eso significa? Que nosotros mostramos, en la práctica, que podemos administrar las empresas sin un patrono que explota la fuerza de trabajo de un obrero. Sabemos que todo que acontece en la sociedad pasa por la mano de la clase trabajadora, y que, se podemos administrar una fábrica, nosotros podemos administrar una sociedad. Por eso, entendemos que contribuimos con el proceso de conciencia de los trabajadores para que comprendan el papel que poseen en la sociedad, y como debe ser su organización para alterar las condiciones que vivimos hoy. Vamos a las puertas de las fábricas y decimos que hay alternativa. Sabemos que solamente el socialismo es la salida para la barbarie actual. Por eso, defendemos las ocupaciones de fábrica, su expropiación y nacionalización, manteniendo su gestión en las manos de los trabajadores. Esa es nuestra lucha: estatización bajo el control de los trabajadores.

¿Cual la diferencia con las cooperativas?
No aceptamos la salida del cooperativismo porque es un punto sin salida, pues no se alcanza y no se discute el verdadero problema y la verdadera solución: la lucha contra el capital, la planificación de la económica, con la expropiación de los bancos y de los grandes monopolios. Hay sectores que defienden el cooperativismo como se pudiéramos crear una transición a una economía que fuera organizada de acuerdo con los intereses de los trabajadores de manera gradual con la ampliación del cooperativismo y otras “economías” solidarias, sin enfrentarse con los patrones y su Estado, haciendo reformas en el capitalismo hasta llegar a otro mundo. Para nosotros, la única salida para nuestra clase es su organización y la lucha por el socialismo, que pasa, sin dudas, por defender cada conquista social, derechos laborales, libertad sindical, mejores salarios, etc. Son acciones defensivas contra los ataques de los patrones. Sin embargo, tenemos claro que el capitalismo es un punto sin salida. A todos aquellos que están en las cooperativas nosotros dijimos: Nuestra clase sólo puede vencer, unida. Nuestra clase sólo puede vencer si nos coloquemos en lucha contra el capital y sus gobiernos. Por eso luchamos por la expropiación de todas las empresas quebradas, así como, con el avance de la lucha, defendemos que para abrir una salida para los explorados es necesario expropiar los bancos y los grandes monopolios, y colocarlos bajo el control democrático de los trabajadores que son los únicos que pueden organizar la económica de acuerdo con los intereses de las mayorías exploradas. Por eso, dialogamos con los trabajadores de las cooperativas para que perciban que sus conquistas son limitadas por la lógica del capital, y que el patrimonio de la empresa sea de toda la clase trabajadora y no sólo de 15, 30, 100 cooperados.

¿Como comenzó el movimiento?
Desde 1998 tenemos una crisis muy grande en la industria brasileña, generando cierre de fábricas, a causa de las medidas neoliberales adoptadas por el gobierno. Comenzamos a discutir en los sindicatos y entidades obreras que algo necesitaba ser hecho para garantizar de forma duradera los puestos de trabajo. Así, en octubre de 2002, con el avance de las masas delante de la elección de Lula, en Joinville, Santa Catarina, ocurre una gran huelga en Cipla e Interfibra, dos fábricas que poseían, juntas, 1.000 trabajadores. Interfibra estaba parada hace tres meses sin producción y salarios. Cipla estaba caminando para también cerrar, siendo que los trabajadores recibían 20,00 reales por semana, en media. En Flaskô la misma cosa, de 700 para 60 obreros en junio de 2003, cuando se dio la ocupación, con dos meses de salarios atrasados. En todas ellas, no había pago los derechos laborales y de seguridad social, además, no había cualquier perspectiva. En todos los casos, sabemos que el patrono había abandonado la empresa, estaba más preocupado en administrar el dinero que había retirado de las fábricas. Así, venimos que podríamos levantar la cabeza para impedir más esta destrucción con el cierre de la fábrica, y nosotros simplemente hicimos lo que sabemos hacer: trabajar, luchar y producir.

¿Como funciona la gestión de las fábricas?
Necesitamos tener la organicidad y la disciplina de una fábrica. Cada uno cumple un papel en la producción, comprendiendo que debemos hacer nuestro trabajo de la mejor forma posible, pues no habrá nadie explorándonos. Cuánto mejor trabajemos, más fuerte seremos para mostrar que este camino es la alternativa. Para la administración de la fábrica, elegimos, en cada una de ellas, un consejo de fábrica, que es elegido anualmente, siendo que sus miembros pueden ser destituidos a cualquier momento. Tiene representantes de todos los sectores y todos los turnos. No reciben mayores salarios por eso. El Consejo se reúne semanalmente para resolver todos los problemas. La administración de la empresa queda subordinada a la decisión de los trabajadores. Además de eso, mensualmente, tenemos una Asamblea General donde todos pueden intervenir, y donde discutimos los mayores problemas de la fábrica y de la lucha del movimiento. Por fin, nos reunimos con las otras fábricas, intercambiando experiencias y fortaleciendo nuestra unidad. Así se da, por lo tanto, el control democrático y colectivo de la fábrica por los trabajadores.

¿Y cuáles las conquistas sociales?
En todas las fábricas, fueron creados más puestos de trabajo; reducción de jornada de trabajo de 44 para 40 horas, sin reducción de salario; pago de salarios en día, pago de los derechos que estaban atrasados; además de pagar deudas de los patrones, como los pasivos laborales de ex-operarios. Eso fue fruto de una mejor gestión de la empresa, sin desvíos y otras tácticas de explotación adoptadas por los patrones. Aumentamos la producción de las fábricas en más del 100%. Además de eso, en diciembre de 2006, en el Encuentro Pan-Americano de las Fábricas Ocupadas, con en la presencia de 16 países y más de 700 delegados, los trabajadores de Cipla e Interfibra, aprobaron por unanimidad, y firmaron, un acuerdo colectivo que reducían de 40 para 30 horas la jornada de trabajo semanal, sin reducción de salario, y con la generación de nuevos puestos de trabajo.

¿A causa de eso, imagino que vosotros deben despertar la ira de los capitalistas?
Sí, porque ellos no aceptan que son una clase que se sostiene por medio de la explotación de la fuerza de trabajo ajena. Y que cuando los trabajadores se organizan, expropian las fábricas, retoman la producción, ellos caen la ficha de que son inútiles. Nuestro movimiento, como el MST (Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra) y el MTST (Movimiento de los Trabajadores Sin Techos), muestra como no necesitamos de ellos para sobrevivir. Y más, hace percibir que sin ellos, avanzamos en nuestras conquistas. En mayo de 2007, en las fábricas Cipla e Interfibra, fuimos sorprendidos con un proceso de intervención judicial, con la presencia de la Policía Federal, donde fueron dimitidos 60 trabajadores de un golpe, todos miembros de los Consejos de Fábrica. Retiraron todos los beneficios sociales alcanzados. Fue una decisión política contra el movimiento. Quieren cerrar la fábrica y decir que los trabajadores no pueden administrarla, como dijo el juez cuando afirma que “somos un peligro para la orden pública. ¿Imagine si la moda coge?”. El problema es que “abre precedentes”, como dijo el Ministro del Trabajo, al decir que nada podía hacer por nosotros. Vale recordar que el proceso era una deuda del patrono con el Instituto de Seguridad Social Nacional. Intentamos parcelar el pago, pero nunca aceptaban negociar con la gente. Negocian con las transnacionales, pero con nosotros, no. Y eso es lamentable, pues es el gobierno de Lula. Es un claro proceso de criminalización de un movimiento social.

¿Cuál es la situación actual? ¿Cual la perspectiva?
Cipla e Interfibra están bajo intervención hace un año, y el interventor defiende su cierre. Además del fin de las conquistas sociales alcanzadas y del terrorismo instalado dentro de las fábricas, en Cipla, ya fueron dimitidos 320 trabajadores. En Interfibra, de los 180, restan 74. La situación es inadmisible. En Flaskô, intentaron la intervención, pero no conseguirán. Pero, la situación económica está muy difícil, pues dependíamos mucho de la fuerza de Cipla. Sin embargo, estamos resistiendo y ahora, en abril, conseguimos reducir nuestra jornada de trabajo de 40 para 30 horas semanales, sin reducción de salario. Fue una gran victoria en términos de resistencia. De allá, mantenemos nuestra relación con los demás movimientos sociales, nacionales, como MST y MTST, e internacionales, que son solidarios con nosotros. Tenemos óptimas relaciones con la FRETECO (Frente Revolucionaria de los Trabajadores de Empresas en Co-Gestión y Ocupadas), en Venezuela, con la Frente Sindical de los Mineros de Bolivia, con movimientos de los obreros de Argentina y de Uruguay, y estamos comenzando a aproximarnos de los trabajadores de Paraguay. Espero que podamos conseguir avanzar en este proceso de integración internacional de la clase trabajadora. Aprovechamos, por fin, para invitar a todos para una actividad que haremos los días 27 y 28 de junio de 2008, en Joinville, Santa Catarina, cuando organizaremos, con los movimientos sociales, un juicio popular de la intervención criminal que sufrimos hace un año. De esta forma, fortalezcamos la lucha por nuevas fábricas ocupadas, en Brasil y en el mundo, así como la reocupación de Cipla e Interfibra por los trabajadores. Sabemos que la lucha para combatir la barbarie del capitalismo internacional, es, justamente, internacional. Y, por eso, América Latina, con este viento de izquierda que se tiene en este continente que siempre sufrió con la explotación, con Venezuela como protagonista, cumple un papel estratégico tremendo. Por eso, como nos enseñaron Marx y Engels: “Trabajadores de todo el mundo, uní-vos”.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Juíza do Trabalho desmoraliza intervenção na Cipla e anula 40 demissões por justa causa!

Dra. Ângela Konrath sentencia: “Além de nula, a despedida por justa causa se deu numa prática discriminatória, em represália à convicção ideológica”.

A sentença da Juíza do Trabalho, Dra. Ângela Konrath, desmoraliza a intervenção ocorrida na Cipla/ Interfibra em maio de 2007 e anula 40 demissões por justa causa.

Para Carlos Castro, dirigente eleito da Cipla, demitido por justa causa junto com outros 44 companheiros, cai por terra todas as acusações caluniosas do interventor, do sindicato pelego e de algumas “bocas de aluguel”. “A sentença é uma carta de alforria política que cala a boca daqueles que nos caluniaram. Está provada que a intervenção se deu num processo de perseguição política e ideológica aos militantes petistas da Esquerda Marxista que compunham o movimento das fabricas ocupadas”, dispara Castro.

Abaixo segue trechos da sentença:

“(...) se valeu a ré de critérios subjetivos para justificar ato que necessita, para sua validade e eficácia, estar objetivamente caracterizado”.

“Há, no depoimento citado, três pontos a serem marcados: a) a perseguição ideológica, na indicação clara da causa da despedida dos trabalhadores – todos os trabalhadores que faziam parte da mobilização foram despedidos tão somente por integrarem a mobilização política; b) o reconhecimento da importância da mobilização dos trabalhadores como fator determinante à manutenção dos postos de trabalho, com a preservação dos empregos – aponta as mobilizações dos trabalhadores como atos e fatores determinantes à manutenção dos postos de trabalho, com a preservação dos empregos mediante a conquista de apoio e solidariedade da população e das autoridades para a situação de quebra da empresa; c) o imaginário circundante quanto à atuação política dos trabalhadores, cheio de subjetividade, resultante de idéias preconcebidas de “proveito próprio e partidário” em relação ao engajamento em uma causa coletiva”.

“(...) a testemunha traz a informação de que foi elaborada uma “lista”, com definição político-partidária, para a despedida por justa causa - todos os empregados que participavam do movimento e da corrente do PT do trabalho, radical marxista, foram relacionados e despedidos”.

“Mais essencial, no depoimento de OSMAR, é a demonstração da prática de assembléias com todos os trabalhadores, para decisão coletiva quanto às estratégias de atuação, salários e faturamento da empresa - nas assembléias eram discutidas questões como faturamento da empresa, salários dos empregados, mobilizações em favor da Cipla e de apoio a outras empresas, e estratégias de mobilização (...) nas assembléias era divulgado o faturamento da empresa”.

Em relação à utilização do patrimônio da empresa, não há prova, nem nestes autos e nem nos processos de situação análoga, examinados por esta magistrada, de que os trabalhadores despedidos tenham se favorecido, pessoalmente, dos bens da empresa, nem de que tenha havido favorecimento de um grupo – e isso mesmo tendo em conta o relatório de auditoria feita após a intervenção, ainda não apreciado judicialmente. Todo o esforço empreendido, segundo demonstrado na generalidade dos processos, tinha por destinação a atuação política com o objetivo de manter a fábrica funcionando e assim preservar os empregos”.

“Importante frisar que sequer há provas de que a empresa tenha tido prejuízo decorrente da gestão dos trabalhadores – aliás, foi durante a encampação que a empresa obteve certificação ISO 9001. E com a manutenção dos postos de trabalho – é comentado, nesta jurisdição, que depois da intervenção judicial, mais de 300 trabalhadores foram despedidos, já nos primeiros meses”.

“Atos de solidariedade a trabalhadores ameaçados de perder o emprego ou com direitos trabalhistas violados, passeatas para expor à população uma dada realidade, união de entidades sindicais e criação de associações civis, são práticas que se dão no pleno exercício de direitos constitucionais próprios da cidadania (CRFB, 5º, IV – livre manifestação do pensamento; 5º, XVII e XVIII – plena liberdade de associação; 5º, IX, liberdade de expressão; 8º, livre associação profissional)”.

“Sobre o fato de integrarem corrente político-ideológica, essa é uma garantia constitucional inviolável, salutar numa sociedade que se quer democrática, resultado da liberdade de manifestação do pensamento (art. 5º, IV), liberdade de consciência política (5º, VI e VIII), inviolabilidade da vida privada (5º, X), e exercício dos direitos políticos (14 e s.)”.
“Durante a encampação do Grupo CIPLA pelos trabalhadores, a política de atuação coletiva se opunha ao cooperativismo e estava voltada à estatização da empresa, por verem nessa forma a solução que melhor contemplaria a garantia de emprego, com a continuidade de funcionamento da empresa (...) A estatização da fábrica era buscada na responsabilidade social do Governo na manutenção dos empregos (...) É uma perspectiva socialista, frente a um sistema que tende a se impor como única idéia de mundo. Esse é o melhor dos mundos possíveis”.
“Tenho por caracterizado o dano moral na forma discriminatória como se realizou a despedida (...) fixo, como indenização, o valor equivalente a um mês de salário por ano de serviço ou fração”.

“Declaro nula a justa causa aplicada na despedida e reconheço a rescisão do contrato de trabalho, sem justa causa, por iniciativa da empresa”.

Meu Maio

A todos
que saíram às ruas,
de corpo-máquina cansado,
a todos
que imploram feriado
às costas que a terra
extenua
Primeiro de Maio!
O primeiro dos maios:
saudai-o enquanto
harmonizamos voz em
canto.
Sou operário
este é meu maio!
Sou camponês
este é meu mês.
Sou ferro
eis o maio que eu quero!
Sou terra
O maio é minha era!

(Vladimir Maiakovski)

Um poeta da revolução

Vladimir Maiakóvski nasceu em 1893, na Rússia. Em 1908, com 15 anos, juntou-se aos bolcheviques, aos 16 amargou 11 meses de prisão devido à militância política.
Maiakóvski foi um artista que abraçou a revolução russa de 1917 e colocou a sua arte a serviço do Estado operário, escreveu textos e desenhou cartazes durante a guerra civil.
Com a degeneração do Estado soviético e a ascensão da política stalinista, as garras da burocracia se estenderam também para a produção cultural. Surgiu uma censura à arte.Ao ver sua arte podada e toda a degeneração que sofreu a revolução que ajudou a construir, por ser também ele “incapaz de ter plena consciência disso, no plano teórico e, por conseguinte, de encontrar o caminho para superá-la” - como disse Trotsky - Maiakóvski foi levado ao suicídio aos 36 anos de idade.
Homenageamos esse poeta genial publicando seu poema Meu Maio nesse dia especial (1º de maio) para a luta dos trabalhadores em todo o mundo, luta que edificará uma sociedade justa, uma sociedade inspiradora e livre para propiciar o pleno desenvolvimento cultural da humanidade.

1º de Maio – dia de luta do trabalhador

Transformado em dia de festa dos trabalhadores junto com patrões e governo desde Getúlio Vargas, o Primeiro de Maio ressurgirá independente com as lutas revolucionárias e a luta pelo socialismo. O Editorial do Jornal Luta de Classes (edição 10) reafirma a tradição. (Visite: www.marxismo.org.br).

Em 1º de Maio de 1886, em Chicago (EUA), são marcadas manifestações com a palavra de ordem: “8 horas de trabalho, 8 horas de descanso, 8 horas de educação”.
O choque com a repressão violenta é inevitável: 38 mortos, centenas de feridos e vários líderes presos. Depois de um julgamento absurdo (uma farsa), sob a acusação de terem assassinado um policial, cinco operários foram condenados à morte (Lingg suicida-se e Spies, Parsons, Fischer e Engel são enforcados), Neebe, Schwab e Fielden são condenados à prisão perpétua.
Antes de sua morte, August Spies disse: “Com o nosso enforcamento, vocês pensam em destruir o movimento operário. Aqui vocês apagam uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescem e vocês não podem apagá-las.”
Enquanto isso a burguesia vociferava: “A prisão e os trabalhos forçados são a única solução adequada para a questão social.” (Chicago Times); “Esses brutos (os operários) só compreendem a força, uma força que possam recordar durante várias gerações...” (New York Tribune).
Em 14 de Julho de 1889 o Congresso Internacional dos Partidos Socialistas, realizado em Paris, proclama o 1º de Maio como a data internacional de luta dos trabalhadores.
Luta aqui no país
No Brasil os primeiros movimentos relacionados ao 1º de Maio aconteceram em 1890. Mas a primeira grande manifestação do 1º de Maio ocorreu no Rio de Janeiro, em 1906, organizada pela Confederação Operária Brasileira (COB – primeira experiência de central sindical do país). Contrariando as tendências da época, a COB combatia veementemente aqueles que encaravam a data como feriado, como festa. As palavras de ordem eram: jornada de 8 horas; melhores condições de trabalho; autonomia sindical.
De lá pra cá, os trabalhadores obtiveram muitas conquistas com sua luta: direitos como férias, 13º salário, jornada de 8 horas diárias, etc. Entretanto alguns direitos foram retirados, outros estão hoje ameaçados e outros estão ainda por serem conquistados.
CUT e o governo Lula
Em 2008, em pleno Governo Lula eleito pelos trabalhadores, o 1º de Maio está marcado pela luta pela redução de jornada de 44 horas semanais para 40 horas semanais. A CUT está realizando as plenárias estaduais e realizará a plenária nacional em Agosto. Nas assembléias dos sindicatos que elegerão os delegados o que deve estar no centro é a independência da Central Única dos Trabalhadores, o que passa pela exigência da CUT para que Lula rompa com o governo de coalizão nacional com a burguesia e atenda as reivindicações dos trabalhadores!