terça-feira, 30 de setembro de 2008

Oposição lança chapa contra pelegada dos plásticos de Joinville

Carlos Castro

Os operários do setor plástico de Joinville podem recuperar seu sindicato após 5 anos de usurpação da pelegada. Mas a campanha precisa do apoio dos sindicatos cutistas!

Os operários do setor plástico de Joinville terão a oportunidade de resgatar o sindicato da categoria, após cinco anos de descaso e ataques reacionários da direção pelega. A oposição cutista protocolou sua chapa e está confiante na vitória (foto). Afinal de contas, a indignação é generalizada contra a pelegada. O histórico do último período foi de ataques graves contra os trabalhadores.

Os ataques e as medidas reacionárias

Amanco: em 2003, os operários da Amanco sentiram o significado do peleguismo após um acordo safado que reduziu o salário em 20%. Tal medida permitiu à empresa economizar capital para comprar uma indústria em Campinas.

Cipla e Interfibra: o presidente do sindicato não sente qualquer vergonha de assumir publicamente que foi um dos mentores da intervenção federal militar que retirou o controle operário das fábricas e já levou mais de quatrocentos operários à demissão sem nada receberem de rescisão.

Tigre: a pelegada teve a cara-de-pau de defender a proposta da empresa para banco de horas. Todos os patrões que requereram essa medida conseguiram o aval do sindicato.

Embrapla: Vai para três meses que os trabalhadores nada recebem de salário e há meses o FGTS não é depositado. O sindicato faz de conta que não tem nada a ver com isso.

Forza: não contente com a desgraça que cometeram contra os operários da Amanco em 2003, recentemente o sindicato assinou nesta empresa mais um acordo de redução de salário em 20%.

A pelegada se enganou

A direção pelega imaginava que a oposição seria eliminada após a derrota sofrida na Cipla e Interfibra com a intervenção. Ledo engano. O apoio da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ), o sentimento de mudança na categoria e o espírito aguerrido de seus militantes, fortaleceram a Esquerda Marxista para manter a chama opositora acesa. Deu certo. Trabalhadores de 18 empresas aderiram à chapa de oposição.

O medo assombra a pelegada

Temendo a derrota, a pelegada convocou a eleição para ocorrer entre 01 e 03 de Outubro, ou seja, na semana das eleições para prefeito e vereador. Fora isso, o presidente pelego articulou a demissão de dois operários da chapa, um da Dânica (empresa em que trabalha) e outro da Tecnofibras, durante o momento em que a chapa estava sendo protocolada. Não contente, não aceitou o protocolo de duas candidatas, uma da Cipla, sob o motivo de que estava encostada por auxilio doença e outra da Embrapla alegando ser de cidade vizinha fora da base do sindicato. Porém na última eleição, essa mesma companheira concorreu na oposição, e no mesmo ano – 2003 - uma assembléia aprovou a ampliação da base. Mais de cinqüenta trabalhadores desta empresa pagam o sindicato há anos. Mas é esta a empresa que está há três meses sem pagar o salário aos operários. O pelego imaginava que desta forma iria desmontar a chapa. Mais uma vez deu com os “burros na água”. Em cima da hora, outros operários disponibilizaram seus nomes e a chapa está garantida.

A hora da virada

A derrota da pelegada será a resposta dos operários plásticos ao ataque violento que os trabalhadores da Cipla e Interfibra sofreram no processo militarizado da intervenção. Será também a oportunidade de dar um fim a mais de uma década de decadência sindical e desgraça promovida pelo bando que dirige a entidade.
Mas a campanha precisa do apoio dos sindicatos cutistas! Agora é a hora dos sindicatos cutistas estenderem a mão para ajudar com logística, pessoal e recursos.

sábado, 27 de setembro de 2008

Flaskô: da ocupação no Ministério do Trabalho em SP até aqui...

Entrevista publicada no jornal Luta de Classes da Esquerda Marxista, edição 15 (www.marxismo.org.br). Clique na imagem para ler.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Delegação entrega carta no Consulado da Venezuela propondo II Encontro Latino Americano de Empresas Recuperadas pelos Trabalhadores

Uma delegação representando o Movimento das Fábricas Ocupadas no Brasil, a Campanha Internacional “Tirem as Mãos da Venezuela”, a Esquerda Marxista e a Juventude Revolução entregou para a Cônsul da Venezuela em SP, Sra Laura Virgínia Grasse Fajardo, uma carta propondo a realização do II Encontro de Latino Americano de Empresas Recuperadas pelos Trabalhadores.
A carta está assinada por líderes de movimentos de fábricas ocupadas na América do Sul, como Serge Goulart (Brasil), Eduardo Murua (Argentina), Liliana Pertuy (Uruguai), Mário Barrios (central sindical CTA – Argentina), além de companheiros de mais duas empresas argentinas recuperadas pelos trabalhadores.
No I Encontro Latino Americano de Empresas Recuperadas pelos Trabalhadores, ocorrido em 2005, em Caracas na Venezuela, o presidente Hugo Chávez abriu os trabalhos reafirmando a tese de que “fábrica quebrada deve ser fábrica recuperada pelos trabalhadores”.
Esse apoio “é um fato histórico muito importante para o movimento dos trabalhadores, que um presidente se reúna com eles para gerar políticas de emprego, de trabalho digno, de soberania industrial, de direitos e de novas formas de integração entre os povos”, afirma o documento.
A camarada cônsul se comprometeu a entregar pessoalmente a carta ao presidente Hugo Chávez e a tentar agendar uma reunião com ele e os proponentes do II Encontro Latino Americano de Empresas Recuperadas pelos Trabalhadores para impulsionar a organização do evento.


Leia a íntegra da carta (em espanhol), clicando na imagem.




quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Nova ameaça de corte de luz paira sobre a fábrica ocupada Flaskô

A CPFL enviou na tarde de hoje (03/09) um e-mail solicitando o pagamento imediato de uma conta de luz que venceu no final de agosto e mais uma parcela de R$ 28 mil referente a dívidas antigas.


Trata-se de mais uma ameaça de corte no fornecimento de energia elétrica, pois a companhia sabe que a situação dos trabalhadores é muito delicada e, mesmo assim, exige cerca de R$ 80 mil de imediato!


Os trabalhadores não suportam tamanho sacrifício! Por isso, pedem mais um prazo e que a CPFL aguarde a audiência prometida pela Superintendência do Ministério do Trabalho, antes de tomar qualquer decisão que possa comprometer a manutenção dos empregos e das atividades comunitárias da Associação de Moradores do Parque Bandeirantes.

Solidariedade com as fábricas ocupadas na Venezuela

FRETECO - Frente Revolucionária de Trabalhadores em Empresas Cogestionadas e Ocupadas

28 de Agosto de 2008


SIM AO CONTROLE OPERÁRIO, SIM AO CONTROLE CAMPONÊS, SIM AO CONTROLE DOS CONSELHOS COMUNAIS!!!!!!!!!!!!


SIM AO PODER POPULAR PARA DAR IMPULSO À REVOLUÇÃO!!!!!!!!!!!


1. Não à remoção dos trabalhadores da empresa ocupada INAF!

O empresário da Indústria Nacional de Artículos de Ferretería (INAF) ameaçou expulsar os trabalhadores desta empresa no dia 30 de agosto de 2008. Estes trabalhadores entenderam que era necessário ocupar a fábrica em agosto de 2006, para poder preservar seus postos de trabalho e manter o sustento de seus familiares. Os trabalhadores responderam à sabotagem do patrão. Os trabalhadores da INAF deram um exemplo à classe trabalhadora nacional e internacional de que os trabalhadores podem administrar as empresas; que o Controle Operário, sim, é possível na revolução bolivariana. O controle Operário é uma ferramenta fundamental para levar a revolução em direção ao verdadeiro socialismo.


2. Sim a reativação produtiva da Inveval!

Os trabalhadores da Inveval (empresa expropriada pelo Governo Bolivariano em 2005) administraram a empresa sob controle operário de maneira exitosa recuperando por completo a infra-estrutura e a maquinaria, mesmo sem possuir a matéria prima fundamental (as carcaças) que são fornecidas pela Acerven (esta empresa segue fechada desde a greve patronal petroleira de 2003). Para abastecer de válvulas a indústria petroleira é necessário, também, expropriar a Acerven e proceder sua reativação sob controle operário.

3. Outras empresas que foram ocupadas e recuperadas pelos trabalhadores se encontram hoje em situações similares.

Os patrões estão sabotando a economia do país escondendo os produtos alimentícios de primeira necessidade, fechando empresas, demitindo injustamente os trabalhadores, aumentando a exploração dos trabalhadores, etc.


Por tudo o que expomos acima os abaixo assinantes demandam:


1. A expropriação da INAF sob Controle Operário e construir uma verdadeira Empresa Socialista.


2. A expropriação de Acerven sob Controle Operário para a reativação produtiva da Inveval e assim poder suprir as válvulas para a PDVSA.


3. Expropriação da empresa de transporte MDS sob Controle Operário.


4. A expropriação da empresa têxtil Gotcha.


Fazemos um chamado de solidariedade à luta dos Conselhos comunais, Batalhões do PSUV, Sindicatos, Movimentos Camponeses, Cooperativas, organizações revolucionárias e reafirmamos que é necessário nos unir para alcançar a vitória e conseguir levar nossa revolução em direção ao Socialismo.


SIM À EXPROPIAÇÃO DE INAF, ACERVEN, TRANSPORTE MDS, FRANELAS GOTCHA SOB CONTROLE OPERÁRIO.


SIM AO CONTROLE OPERÁRIO NAS EMPRESAS NACIONALIZADAS COMO: SIDOR, CEMENTERAS LAFARGE- CEMEX- HOLCIM, LUZ ELECTRICA, CANTV.


SIM À CONFORMAÇÃO DOS CONSELHOS DE FÁBRICA E DE TRABALHADORES.


DEVEMOS LUTAR POR:

· DIGNIFICAR A VIDA DO TRABALHADOR.

· REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO.

· NÃO À EXPLORAÇÃO DOS TRABALHADORES.

· SIM AO SOCIALISMO SOB CONTROLE DO PODER POPULAR.


Assine esta resolução e a envie para:

Presidência da República: drsociales@presidencia.gov.ve

Ministério da Indústria Ligeira e Comércio (MILCO): mariruta@gmail.com

Enviar cópia para: frentecontrolobrero@gmail.com

Intervenção na Cipla é uma farsa!

Clique na imagem para ler na matéria publicada pelo Jornal Luta de Classes (edição 14) que o próprio INSS e o juiz federal de SC questionam o interventor da Cipla e Interfibra por não cumprir o mandado de execução fiscal, deixando evidente a que a intervenção judicial é uma farsa!
Governo Lula, devolva as fábricas para os trabalhadores!

Trabalhadores e apoiadores da Flaskô ocupam Ministério do Trabalho em SP

Uma caravana de várias regiões do estado se reuniu na Praça da República em SP e, em caminhada, chegou em frente à Superintendência do Ministério do Trabalho por volta das 11h.
Além dos próprios trabalhadores da Flaskô e das mulheres da Associação de Moradores do Parque Bandeirantes (bairro onde se localiza a fábrica), compareceram ao ato uma delegação de trabalhadores rurais sem terra (MST) de Limeira e Americana, um ônibus de trabalhadores sem teto (MTST) de Itapecerica da Serra, jovens da Juventude Revolução e do movimento estudantil da UNICAMP e USP, militantes da Esquerda Marxista de SP e Caieiras, Sindicato dos Vidreiros de SP, além de ativistas e candidatos do PT e PSOL, como a companheira Neusi, candidata a vereadora pelo PT de Sumaré e do companheiro Baltazar, candidato a vereador pelo PSOL de SP.
Destaque também para a presença do camarada Miranda, candidato a prefeito de Caieiras pelo PT, que mostra o compromisso da candidatura com a luta dos trabalhadores, independentemente da cidade ou país.

A ocupação
Enquanto uma comissão da fábrica ocupada Flaskô e de representantes de movimentos sociais presentes negociava uma audiência, cerca de 200 trabalhadores e jovens ocuparam o salão de entrada do prédio.
Utilizando um mega-fone e tambores de plástico produzidos pelos operários como instrumentos musicais, o ato seguiu em clima pacífico e festivo, com muita batucada e palavras-de-ordem. Várias faixas foram esticadas e centenas de jornais do Movimento das Fábricas Ocupadas foram distribuídos para a população que transitava pelo centro de SP.

O governo é o responsável pela manutenção dos empregos
A comissão dos trabalhadores, liderada pelo camarada Pedro Santinho, foi recebida pela superintendente regional, sra Lucíola Rodrigues Jaime (na foto, falando aos trabalhadores). A comissão explicou que a luta é para garantir os empregos e recuperar os direitos. Por isso, a responsabilidade é do governo Lula que, diretamente ou através dos órgãos públicos, deve tomar medidas urgentes para evitar o fechamento dos postos de trabalho.
Afinal, manter aberta a fábrica ocupada Flaskô é importante para fortalecer a luta do Movimento das Fábricas Ocupadas pela devolução da Cipla e Interfibra aos trabalhadores e pela estatização sob controle operário.
Sem falar que o controle operário na Flaskô, assim como as ocupações por terra e moradia, são exemplos de luta fundamentais para o povo trabalhador brasileiro e se reforçam mutuamente.

Audiência garante encaminhamentos práticos
A superintendente regional do Ministério do Trabalho, sra Lucíola Rodrigues Jaime, se mostrou preocupada e adotou uma série de encaminhamentos práticos que, se forem levados adiante, poderá aliviar a dramática situação dos trabalhadores da Flaskô.
Ela solicitou uma reunião com a Secretaria Estadual do Trabalho e Emprego até o dia 10/09, para envolver o governo do estado no caso. E já convocou a CPFL (companhia de energia elétrica) para uma audiência no dia 17/09, para que os trabalhadores possam rediscutir a redução do preço por kilowat/hora e o oneroso acordo de parcelamento das dívidas anteriores.
A DRT/SP se comprometeu ainda a convocar a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANAEL), a Secretaria Estadual do Trabalho e a de Minas e Energia, além do Ministério de Minas e Energia para participar dessa audiência.
Vale destacar que o preço praticado pela CPFL é 150 vezes mais caro do que a Vale paga pela energia elétrica que consome. Enquanto os trabalhadores da Flaskô pagam R$ 7,50 o kw/h, a Vale paga só R$ 0,05 o kw/h! Além da absurda conta mensal, os trabalhadores da Flaskô ainda são obrigados a pagar, todo mês, R$ 28 mil de parcelamento de dívidas deixadas pelos antigos proprietários. Isso tem comprometido o orçamento da fábrica, dificultando o pagamento dos salários! E assim não dá para continuar!

Outras propostas para manter os empregos
A sra Lucíola Rodrigues Jaime ainda vai oficializar o BNDES, a Petrobrás, a Fazenda Nacional e Estadual e a Caixa Econômica Federal (CEF).
A superintendente vai pedir ao BNDES que conceda capital para a compra de matéria-prima, pois sem material para produzir não há como manter os empregos. Na mesma linha, vai também oficializar a Petrobrás para que a estatal compre os produtos da Flaskô.
Vai solicitar ainda que a Fazenda Nacional e Estadual unifique as execuções fiscais (de INSS, ICMS, IPI, etc) para que os trabalhadores possam chegar a um acordo que suspenda ou renegocie as dívidas, enquanto não se chega a uma solução definitiva que, para o Movimento das Fábricas Ocupadas só virá com a transformação do passivo deixado pelos antigos proprietários em ativos do poder público, via estatização.
Outro ofício será encaminhado para a CEF, que não aceita receber o FGTS, por exemplo, porque não reconhece a personalidade jurídica dos trabalhadores da Flaskô, ou seja, não reconhece a gestão operária da fábrica.

Ocupação da DRT/SP mostra a força dos trabalhadores
Esquecidos pelo poder público e entregue aos leões do mercado capitalista, os trabalhadores da Flaskô encontram enormes dificuldades para manter os empregos.
Assim, a ocupação da Superintendência do Ministério do Trabalho, no centro de SP, recolocou na ordem do dia as reivindicações do Movimento das Fábricas Ocupadas e a proposta de estatização sob controle operário. As autoridades vão ter que responder aos trabalhadores da Flaskô, que lutam por empregos, salários, direitos e condições de trabalho.

O ato também foi importante para aprofundar os laços de solidariedade que unem os operários das fábricas ocupadas ao MST, MTST e movimento estudantil. “Quando o trabalhador do campo e da cidade se unir, a burguesia não vai resistir”! “Na greve, na rua e na ocupação, construindo alianças para fazer a revolução”, cantaram os trabalhadores e jovens presentes!