segunda-feira, 30 de junho de 2008

Trabalhadores da Flaskô se manifestam contra leilão de máquina! PM quis impedir!

por Luana Duarte Raposo, advogada dos trabalhadores da Flaskô

No dia 24 de junho (terça-feira) sofremos com mais uma ameaça de fechamento da fábrica. Em razão de uma dívida com o Estado de São Paulo (ICMS) deixada pelos patrões em 1993, a Justiça de Sumaré determinou o leilão da terceira máquina mais importante da Flaskô.
Para impedir a retirada de máquina da fábrica, os trabalhadores e alguns apoiadores estiveram em frente ao Fórum de Sumaré, manifestando-se contra o leilão, fazendo uso de palavras de
ordem como: “Ô seu Juiz, anula a decisão, na nossa máquina ninguém coloca a mão”. Um considerável número de policiais militares compareceu no local para impedir a manifestação, assim que souberam da nossa presença.
Tivemos dificuldades em usar o megafone para sermos ouvidos, porque no dia ocorria um julgamento do Tribunal do Júri de Sumaré que exigia silêncio. Com todo respeito ao indíviduo que estava sendo processado, embora se tratasse de sua liberdade, tínhamos por outro lado mais de 80 trabalhadores lutando também pela liberdade, liberdade de trabalhar, de ter uma vida digna.
Apesar disso a manifestação foi bastante produtiva e felizmente a máquina não foi vendida. No entanto, sabemos que dificilmente ocorre a compra do bem em um primeiro leilão. Já no segundo leilão a chance de venda é maior, já que o valor para arrematação diminui consideravelmente. E o segundo leilão já está marcado para o dia 08 de julho de 2008.
Assim, a presença de mais trabalhadores e mais apoiadores no segundo leilão será fundamental. Os trabalhadores da Flaskô, que resistem há mais de cinco anos para manter seus empregos, não desistirão do seu direito inalienável de lutar por uma vida digna. E para isso não deixarão que
saia nenhuma máquina de dentro da fábrica, pois sem qualquer uma delas, os 80 pais e mães de famílias ficarão desempregados.
Lembrando que a dívida foi deixada pelos antigos proprietários há mais de 15 anos! Não é possível admitir que a exploração do patrão
continue mesmo depois da ocupação da fábrica!

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