sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Ato no Fórum de Sumaré na sexta-feira, dia 26/10, às 13h

Queremos autorização da justiça para tocar a fábrica!

Após a intervenção federal na Cipla, a situação administrativa da Flaskô ficou ainda mais complicada, pois não podemos mais compartilhar a procuração legal que os trabalhadores da Cipla haviam conquistado.

Desde a ocupação em junho de 2003, sempre tentamos conseguir na justiça uma procuração para os trabalhadores da Flaskô, mas todas as vezes recebemos um não como resposta. Porém, agora vamos fazer uma nova tentativa.

Vamos tentar acelerar o andamento de uma ação feita pela Dra Luana em agosto, que pede para a juíza nomear o camarada Pedro (do Conselho de Fábrica) como administrador judicial dos bens. Ser administrador judicial dos bens é diferente e melhor do que ser apenas depositário fiel. Permite mais autonomia na gestão do patrimônio e, portanto, uma maior legalização para usarmos as máquinas, equipamentos e outros bens. Queremos trabalhar em paz, portanto, vamos lutar para conquistar essa autorização!

Nossa mobilização será importante porque esse pedido está parado faz tempo nas mãos de um perito. Ele precisa emitir um parecer para a juíza poder tomar uma decisão. Mas, não dá para ficar esperando. Queremos que a juíza analise o caso imediatamente! Para ajudar nisso também entregaremos um abaixo-assinado que já conta com mais de 150 adesões.
(link:
http://tiremasmaosdacipla.blogspot.com/2007/09/abaixo-assinado-em-fase-final-aumentar.html).

Assim, já estamos preparando a bateria nota 10 da Flaskô para fazermos uma bela apresentação para a juíza no dia 26/10, sexta-feira! Que rufem os tambores e as bombonas! Dra juíza, queremos trabalhar em paz! Os bens da Flaskô são dos trabalhadores! Todos ao ato público!

Informe sobre a intervenção na Cipla/Interfibra e a situação dos operários

O interventor declara que a saída é o cooperativismo

Não há mais como ter dúvida de que o processo de intervenção na Cipla/ Interfibra tem por objetivo a falência das fábricas para transformá-las em cooperativa.

O interventor tem declarado abertamente que esta é a única saída e que todos os salários em atraso, não pago no período da intervenção, assim como todos os direitos, farão parte do montante da massa falida. Isto tem deixado os operários indignados, mas ainda sem ter uma perspectiva clara sobre o que fazer. Dia 18 e 19 de outubro, inclusive, estava programada a vinda de dois dirigentes da UNISOL para debater as “vantagens” na transformação da Cipla/ Interfibra em cooperativas.

A luta impediu demissões em massa na Cipla

Em agosto foi descoberta uma Ata da reunião do Conselho Administrativo do Interventor que decidia pelo enxugamento de 26% dos trabalhadores. A informação vazou na fábrica e a Comissão de Fábrica destituída ajudou a organizar o combate contra as demissões.

A palavra de ordem “Nenhuma Demissão! Fora Intervenção! Se demitir um, todos param” passou a servir de defesa aos operários. Na imprensa o interventor afirmou que seriam demitidos os “laranjas podres, malandros e sabotadores”. A agitação na porta de fábrica com o clima de resistência no chão de fábrica, no entanto, obriga o interventor a recuar de demitir em massa.

Ocorre que ele passa a utilizar o plano B, de demitir a “conta gotas”. A situação insustentável na fábrica tem servido para pressionar os descontentes a pedir demissão com a promessa de receber a rescisão parceladamente. Vários trabalhadores têm caído na armadilha e a promessa não tem sido cumprida.

As demissões e os pedidos de demissões já atingiram a média de cento e cinqüenta operários. Nenhum deles tem recebido as rescisões, assim como os salários atrasados. Portanto, as demissões têm esvaziado o combate e a resistência, tudo sob a tutela da Justiça e do Governo Lula.

As demissões a “conta gotas”

Em meados de setembro o interventor demite dois operários da noite e impõe a troca de turno a outro, que perde o adicional noturno de 35%.

No dia seguinte os dirigentes destituídos procuram convencer os operários a paralisarem as funções e a não retornarem enquanto os três não fossem reintegrados. Ocorreu uma paralisação durante uma hora. No entanto, o interventor levou seu staff técnico para requentar todas as acusações contra a administração da comissão, procurando nos responsabilizar pela situação em que a empresa se encontra. Assim ele conseguiu desviar-se do foco - que era reintegração dos demitidos e pagamento integral dos salários que não ultrapassam o valor de mil reais – e manteve a decisão, derrotando a paralisação. O turno da noite é o que mais sofre com o teto neste valor, devido à perda do adicional noturno de 35%.

Mesmo assim e com as confusões e calúnias que continuam a ser espalhadas na fábrica, a animosidade recebeu uma nova injeção com a fala do interventor de que os salários em atraso e os direitos vão para a massa falida e que a Cipla será encaminhada para se tornar uma cooperativa. Além disso, o interventor ventilou a redução no salário do turno da noite para reduzir a jornada em 10 horas no mês.

Fica cada dia mais evidente a decomposição comercial da Cipla. Matéria prima quase inexiste para a produção. Como os operários não têm o que fazer, geralmente são liberados mais cedo para casa.

As demissões causam desânimo

Nem a vitória ocorrida na Justiça do Trabalho reanimou a maioria dos demitidos. Mas a vitória foi significativa, ao menos no dia da audiência coletiva, quando a Juíza fez a camarilha do interventor sair desmoralizada. Ela deixou claro o seu entendimento de que as demissões foram políticas. Mas a decisão ainda não foi sentenciada.

No entanto, determinou o pagamento dos salários em atraso em todos os processos e afastou as demissões por justa causa.

No fechamento da audiência, avisou as advogadas da empresa que no retorno de suas férias, ela queria a apresentação do pagamento das rescisões de todos os demitidos por justa causa, já que as mesmas não serão incluídas no acordo “Charles Rosa 2”, ou seja, naquele em que a Cipla/ Interfibra repassa 3% do faturamento mensal à Justiça do Trabalho.

A falta de perspectiva na Cipla

O espectro do fechamento ronda a fábrica. Há um cansaço natural dos operários para combater. Afinal, desde 1992 a fábrica passa por um processo de luta que se acirra de 2000 para frente, culminando com a ocupação em 31 de outubro de 2002. Daí até a intervenção foram quase cinco anos de combate sem trégua.

Inicialmente o interventor foi visto com esperança por uma parte da fábrica, já que representava a Justiça e foi empossado a pedido do Governo Lula. Os trabalhadores precisavam fazer a experiência para manter acesa a chama da esperança de salvar seus empregos. No entanto, o resultado da intervenção, com o não pagamento integral dos salários, com as demissões e o não pagamento das rescisões, torna essa esperança fugaz.

Os operários sabem que se a comissão retornar, os empregos só serão mantidos através de uma luta ainda maior do que a ocorrida anteriormente, já que não há santo milagreiro para manter os empregos sem luta.

A direção da empresa se conforma com o fechamento da fábrica porque sempre foram contra a luta política desenvolvida. Não pretendem reintegrar a comissão à fábrica, mesmo sabendo que seus anos de empresa serão perdidos, para não admitir que a única solução era o combate político pela estatização.

Já os operários que sempre apoiaram a luta política, afirmam que vão ficar até a fábrica fechar para “desligar a luz” e “passar o cadeado no portão”.

A Palavra de Ordem é “Assembléia para expulsão! Fora Intervenção”

Esta tem sido a palavra de ordem utilizada nos panfletos entregues na porta da fábrica. Busca-se incentivar os operários a procurar a comissão destituída e construir uma assembléia na porta da fábrica para destituir o interventor.

A situação na Interfibra

Na Interfibra a situação está mais estável. Contratos poderosos com a Petrobrás têm sido viabilizados, o que dá um fôlego para o interventor.

Os empregos vêm sendo mantidos e os salários estão em dia. No entanto, na última semana, o interventor determinou o retorno a 44 horas semanais, obrigando os operários a retornar o trabalho aos sábados.
Isto tem levado os operários a procurar a comissão para preparar o combate contra a intervenção. Será feita uma panfletagem agitando os operários contra a medida e convocando os mesmos pelo fim da intervenção.

Relançamento da campanha pela readmissão de sindicalistas metalúrgicos

No dia 10 de junho de 2007 os metalúrgicos das cidades de Garuva e Itapoá, no nordeste de Santa Catarina, cidades distantes de Joinville cerca de 40 km, realizaram assembléia geral e fundaram o Sindicato dos Metalúrgicos de acordo com a vontade da categoria da base territorial, que estava decidida a se organizar.

No dia seguinte os dirigentes eleitos do novo sindicato se dirigiram às empresas onde mantém o vínculo de emprego para, formalmente, comunicar a fundação do sindicato e sua eleição para a primeira direção.

No dia seguinte receberam o comunicado da demissão. Foi demitido o presidente eleito Edson da Silva, o vice-presidente Francisco Lanzzarin e um membro do Conselho Fiscal Sebastião Inácio Filho, todos da empresa Marcegaglia do Brasil, e José Wilson dos Santos, tesoureiro, da empresa Siloé Cerise.

Iniciou-se imediatamente uma Campanha de e-mails pedindo a reintegração dos companheiros:

1) No caso dos companheiros:
Edson da Silva, presidente; Francisco Lanzzarin, vice-presidente; e Sebastião Inácio Filho, do Conselho Fiscal.
Enviar e-mail para:
Marcegaglia do Brasil –
vendas@marcegaglia.com.br
Juiz do Trabalho César Nadal Souza –
1vara_jve@trt12.gov.br

2) No caso do companheiro José Vilson dos Santos, tesoureiro.
Enviar e-mail para:
Juiz do Trabalho Antonio Silva do Rego Barros –
5vara_jve@trt12.gov.br

Todos estes trabalhadores já entraram com processo na justiça do trabalho, e estão aguardando a decisão sobre o pedido de reintegração.

Entretanto, neste momento estão sem salários e passando extremas dificuldades. A patronal tenta com isso quebrar os companheiros e obrigá-los a dar baixa na carteira para poder trabalhar em outra cidade. Isto destruiria o sindicato recém fundado.

Para manter os companheiros enquanto a justiça do trabalho não se pronuncia é preciso que o movimento sindical seja solidário e os ajude a resistir. Eles pedem R$ 1.800,00 mensais para dividir entre todos.

O pedido aqui feito é de que os sindicatos contribuam com valores suficientes para garantir sua sobrevivência por seis meses. Se a reintegração sair antes, a contribuição será interrompida. Os companheiros seguem resistindo, mas cada dia que passa a situação fica mais difícil, por isso, relançamos a campanha de moções e o pedido de solidariedade.

Contatos com Dr. Francisco Lessa
Fone: (47) 99711773
e-mail:
chicolessa@terra.com.br

Enviem moções de apoio aos trabalhadores da Ellen Metalúrgica

O Movimento das Fábricas Ocupadas solicita às organizações da classe trabalhadora e a todo movimento social o envio do modelo de moção abaixo à Vara do Trabalho de Caieiras-SP, em apoio à campanha pela readmissão dos trabalhadores demitidos da Ellen Metalúrgica, em especial da Comissão de Fábrica eleita como representante dos trabalhadores e autorizada pela própria juíza a acompanhar o processo de recuperação judicial da empresa. O pedido é urgente! Favor enviar até o dia 25/10, quinta-feira.

MODELO:
Moção de apoio aos trabalhadores da Ellen Metalúrgica
Pela readmissão da Comissão de Fábrica eleita!


Tomamos conhecimento do pedido feito pelos trabalhadores da Ellen Metal junto a Vara do Trabalho de Caieiras-SP, que tem por objetivo readmitir os trabalhadores da Ellen, em especial, aqueles que fazem parte da Comissão de Fábrica, pois essa ordem já foi determinada por Vossa Excelência, pro sentença.

Explica-se que os trabalhadores da Ellen Metal travaram uma grande luta para manterem seus postos de trabalho, inclusive, conseguiram permanecer 15 dias dentro da Fábrica, mantendo-a funcionando, com visível avanços e melhorias. Todavia, após uma ação de recuperação judicial movida pelos proprietários da empresa, o administrador judicial nomeado assumiu o controle da fábrica, demitindo mais da metade dos trabalhadores da empresa, restando apenas 18 trabalhadores, dos mais de 100 que ali trabalhavam.

O pedido é simples, os trabalhadores querem voltar a trabalhar e, diante da notícia de que o administrador judicial vem contratando funcionários, nada mais justo que recontratar os trabalhadores que estiveram ao lado da empresa no momento mais complicado e que hoje permanecem sem emprego em função da péssima administração anterior.

Especialmente, quanto à comissão de fábrica, é certo que V. Exa. já determinou, por sentença, que os mesmos deveriam estar no interior da fábrica e acompanhar a recuperação judicial. No entanto, os membros da comissão foram proibidos de adentrar a Fábrica, e agora, cabe à senhora ordenar o cumprimento de decisão proferida anteriormente.

Concluindo, acreditamos na justiça de nossa luta pelos empregos, numa situação em que sabemos que qualquer fábrica que feche suas portas, nunca mais as reabre e a conseqüência inevitável desse processo é o aumento do número de pais de família desamparados e sem perspectiva de vida.

Enviar fax para:
Dra Juíza Jane Meire dos Santos Gomes
Vara do Trabalho de Caieiras – SP
(11) 4605-5711

E-mail para:
flasko_juridico@yahoo.com.br

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Flaskô consegue mandado de segurança para manter energia elétrica

Conforme explicado no texto "Informe sobre as negociações da Flaskô com a CPFL", as discussões com a CPFL avançaram a ponto de parcelar as três contas em atraso no prazo de 90 dias cada uma. No entanto, há uma conta abusiva cobrada referente ao mês que a Flaskô ficou sem energia elétrica.
Criou-se então, um pequeno mas perigoso impasse, que deixa no ar uma possibilidade da CPFL optar pelo corte de luz. Afinal, os trabalhadores se recusam a pagar pelo que não usaram e a CPFL até agora não re-faturou a conta, conforme prometido.
Por isso, nosso departamento jurídico entrou com um mandado de segurança preventivo e ganhou a liminar em 01/10/2007. Diz o juiz: “ocorre que a autoridade impetrada (CPFL) está cobrando o valor de R$ 88.404,93 referente ao período em que a empresa permaneceu sem energia elétrica. Ressalta que a energia foi cortada em 27/06 e que a medição de energia constou do período de 23/06 a 23/07. Assim, a CPFL está cobrando referido valor por 04 dias de funcionamento da fábrica”. Obviamente um absurdo.
Assim, consideramos importante a decisão, pois alimenta a nossa posição na mesa de negociações com a CPFL. Isso mostra que os trabalhadores têm razão neste caso.
Mais uma vez a intervenção atrapalha
Porém, a medida tem validade de 10 dias apenas, devido aos problemas com a representação legal da Flaskô - fruto da intervenção federal na Cipla e Interfibra que cortou nossa procuração. É que os trabalhadores ganharam a causa em nome da Associação Hermelindo Miquelace como parte interessada, mas a Pessoa Jurídica “Flaskô Industrial de Embalagens LTDA” precisa ser notificada como “titular originária do direito”. Agora, quem responde legalmente pela Flaskô? A quem se dirige esta notificação?
Se conseguirmos contornar essa questão juridicamente, poderemos ganhar uma prorrogação do mandado de segurança até a CPFL refazer os cálculos. Mas, como se vê, a questão central é política: a intervenção federal na Cipla cria enormes dificuldades para o movimento das fábricas ocupadas e, por isso, precisa ser derrubada. Todos à luta!

Movimento das Fábricas Ocupadas convoca campanha de solidariedade com Venezuela

A campanha internacional de solidariedade com a revolução venezuelana conhecida como “Hands Off Venezuela” (http://www.handsoffvenezuela.org/)
ou “Manos Fuera de Venezuela” (http://www.manosfueradevenezuela.org/) será lançada no Brasil no dia 10 de outubro, às 19h, no Auditório Teotônio Vilela da Assembléia Legislativa de SP (ALESP). Clique na imagem.
O Movimento das Fábricas Ocupadas é uma das forças que convocam a atividade, afinal defendemos as ocupações de fábricas na Venezuela e que se avancem as expropriações/estatizações. Queremos também que o processo revolucionário em curso avance rumo ao socialismo, por isso saudamos as propostas de mudança constitucional que reduzem a jornada de trabalho para 6h por dia, sem redução de salários e que almejam proibir o monopólio privado sobre setores importantes da economia.
O Cônsul Geral da Venezuela no Brasil, Jorge Luis Duran Centeno estará presente e explicará melhor a situação. Compareçam! Aos interessados, a Flaskô está disponibilizando algumas vagas em um ônibus que sairá da região. Entre em contato.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Informe sobre as negociações da Flaskô com a CPFL

Após uma campanha vitoriosa de mobilização, moções e telefonemas à Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), os trabalhadores da Flaskô conseguiram reabrir as negociações sobre a manutenção do fornecimento de energia elétrica e as condições de pagamento das contas em atraso.
Em uma reunião, entre a empresa e os representantes dos trabalhadores, ficou acertado um prazo de 90 dias para pagar cada conta de luz em atraso. Assim, a conta de abril de 2007 seria paga em fins de dezembro, a de maio de 2007 no final de março de 2008 e a de junho de 2007 após mais 90 dias.
Isso significa 33% da dívida por mês. Um acordo difícil para a Flaskô, mas possível de ser pago. Um bom acordo para a CPFL, que receberá gradualmente todo o montante (cerca de R$ 250 mil). Tudo isso mais as contas mensais e R$ 20 mil por mês do acordo anterior, que já voltaram a ser pagos no prazo de vencimento.
No entanto, há uma pendência na negociação que precisa ser resolvida logo, pois quanto mais o tempo passa sem o fechamento definitivo desse acordo, mais a ameaça de um novo corte ressurge. Hoje mesmo pela manhã (27/09), trabalhadores da CPFL realizaram serviços no poste onde se encontra o equipamento capaz de cortar a energia da fábrica eletronicamente. Houve muitos comentários entre os operários, que já desenvolveram um certo trauma só de ver os carros da CPFL na região. Mas, ao que parece é apenas manutenção de rotina.
Pendência
Todos sabem que a Flaskô ficou mais de 40 dias sem luz: desde meados de junho ao início de agosto. Por isso, a conta de julho (referente a junho) deveria descontar os dias parados, que ficaram sem energia elétrica. No entanto, o valor cobrado é semelhante ao de um mês normal de trabalho: R$ 88 mil!
Na mesa de negociação, os trabalhadores pediram para refaturar a conta, visivelmente sobrevalorizada. A direção da CPFL aceitou, mas manteve o mesmo valor na última carta enviada por e-mail ao camarada Pedro Santinho, coordenador do Conselho de Fábrica.
Os representantes dos trabalhadores estão em contato freqüente com os responsáveis pela cobrança, acompanhados pelo nosso depto jurídico. Um corte de energia neste momento, devido a esse problema em aberto, significaria uma ruptura nas negociações que já estão avançadas. Desejamos descartar essa hipótese o quanto antes.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Secretário Nacional de Movimentos Populares do PT envia moção à CPFL

Os trabalhadores da Flaskô agradecem. É isso aí, todo gás nesta campanha imediata! (Foto: Renato Simões visita a fábrica na véspera de nossa caravana à Brasília em 2006).

"Caros dirigentes da CPFL,

Tive a oportunidade, como deputado estadual, de acompanhar anteriores negociações da Flaskô com a CPFL no sentido de renegociar dívidas passadas e assegurar o fornecimento de energia para as atividades produtivas da empresa controlada pelos trabalhadores.

Venho, assim, solicitar o mesmo empenho da Companhia em buscar no limite o atendimento das propostas de renegociação apresentadas pela Flaskô, pelo inequívoco papel social e econômico da empresa. Como concessionária privada de um serviço público, a CPFL deve manter-se aberta para o impacto social desta negociação - aliás, já em outras oportunidades, tal abertura foi reconhecida e mostrou-se eficaz.

Atenciosamente",

Renato Simões
Secretário Nacional de Movimentos Populares do PT

Campanha Imediata de Moções à CPFL: em defesa da Flaskô

A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) poderá cortar o fornecimento de energia elétrica para a Flaskô mais uma vez, caso não aceite as propostas dos trabalhadores por um acordo de pagamento que não coloque em risco os empregos e o funcionamento da fábrica.
Haverá reunião nesta quinta-feira, dia 20/09, às 10h e estaremos lá a partir das 9h para um ato público. Convocamos nossos apoiadores e parlamentares a estarem presentes em frente à sede da empresa que fica no bairro Taquaral, em Campinas/SP.

Foto: que essa cena não se repita nunca mais!

À todo movimento operário nacional e internacional, pedimos que enviem imediatamente moções à CPFL, conforme modelo abaixo:


Moção à CPFL
Em apoio ao pedido de renegociação feito pelos trabalhadores da Flaskô


Tomamos conhecimento do pedido de renegociação feito em 12 de setembro do ano corrente pelos trabalhadores da Flaskô, fábrica ocupada de Sumaré/SP, junto à Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), em relação ao fornecimento de energia elétrica.

Tendo em vista que a fábrica só permanece funcionando até hoje porque os próprios trabalhadores resolveram assumir o controle da empresa e, portanto, tudo o que a CPFL já recebeu da Flaskô nos últimos quatro anos é fruto do esforço coletivo dos trabalhadores para manter todos os empregos... Tendo em vista ainda, a responsabilidade social e o caráter público da CPFL, referente à prestação de um serviço vital à sociedade;

E como não queremos que se repita a interrupção no fornecimento de energia elétrica ocorrido em julho e que quase levou a fábrica ao fechamento, gostaríamos que a CPFL aceitasse os termos de um acordo apresentado pelos trabalhadores, para que as contas de luz sejam pagas de uma forma que não coloque em risco os empregos e o pleno funcionamento da empresa.

A/C de:
alcantara@cpfl.com.br
guerreiro@cpfl.com.br
pedrocurt@cpfl.com.br

C/C para:
mobilizacaoflasko@yahoo.com.br

Abaixo-assinado em fase final: aumentar as adesões até o dia 15/10!

No mês de outubro, haverá duas audiências na Justiça do Trabalho em Sumaré/SP para as quais foram convocados militantes do Conselho de Fábrica da Flaskô. Os trabalhadores lutam para conseguir uma procuração legal, que garanta aos seus representantes o livre exercício das atividades da fábrica.
Com a intervenção na Cipla e na Interfibra, a Flaskô perdeu o suporte jurídico que compartilhava com elas e sente dificuldades para tocar a fábrica em seu dia-a-dia. Sem a procuração, uma simples compra de matéria-prima ou a troca de um título correm o risco de não serem aceitos na praça.
Por isso, chamamos nossos apoiadores a aumentarem as adesões no abaixo-assinado nessa reta final, para entregarmos o máximo de assinaturas à juíza no dia 15 de outubro.

Recorte e cole a cópia do abaixo-assinado no Word ou outro programa de edição de texto, imprima e mãos à obra!

Eu apóio a luta dos trabalhadores da Flaskô!
Em 2003, a Flaskô era uma fábrica ameaçada de fechamento. Os trabalhadores iam ser demitidos e não iam receber seus direitos, como salários e 13º atrasados, além de FGTS e INSS recolhidos e não-depositados.
Mas os trabalhadores da Flaskô resolveram lutar para não ficarem desempregados. Assumiram o controle da empresa e integraram um movimento nacional para exigir do presidente Lula a estatização das fábricas ocupadas.Durante esses anos, houve muitas conquistas. O faturamento aumentou, máquinas e equipamentos foram recuperados e a prioridade passou a ser o pagamento dos salários e a luta em defesa dos empregos, dos direitos e do parque fabril. Conseguimos um parecer técnico do BNDES favorável à estatização e também um contrato de colaboração comercial com o governo Hugo Chávez da Venezuela.
Além disso, através de um acordo na Justiça do Trabalho, a Flaskô está pagando os processos trabalhistas movidos pelos ex-funcionários que foram demitidos na época dos patrões.Mas, houve também muitos ataques. Leilões para arrematar máquinas, bens e equipamentos e ameaças de penhora do faturamento, devido às dívidas deixadas pelos antigos donos. No momento, existe uma decisão judicial para colocar um interventor federal no comando, para demitir o conselho operário e levar a fábrica à falência. Chegaram até a cortar o fornecimento de energia elétrica, mas depois de 40 dias de sofrimento e luta, os trabalhadores conseguiram acertar com a CPFL o re-ligamento da luz.
Em apoio à luta contra o desemprego, em defesa das conquistas da gestão operária e contra esses ataques, vimos por meio deste abaixo assinado declarar nossa solidariedade à luta dos trabalhadores da Flaskô. Pela estatização das fábricas ocupadas, conforme parecer técnico do BNDES!Eu apóio!

Nome:
Assinatura:
Contato:

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Trabalhadores da Cipla começam a reagir contra a intervenção

Carlos Castro, no ato nacional em frente à Cipla, contra a intervenção.

1. A Intervenção Judicial na Cipla/ Interfibra tem mostrado na prática seu verdadeiro objetivo: falir as empresas e dar fim aos empregos;

2. Percebendo estes objetivos e indignados com o atraso nos salários e com a demissão de dois companheiros, junto com a imposição a outro para mudar de turno e aceitar a redução do salário em 35% (percentual do adicional noturno), os operários da noite paralisaram as atividades na ultima terça feira por uma hora. Só voltaram ao trabalho quando o interventor por telefone se comprometeu a convocar uma assembléia com o turno que ocorreu na noite seguinte – quarta feira.

3. Na assembléia, tentando confundir os operários, foram requentadas as calúnias contra a comissão destituída que tem organizado o enfrentamento contra a intervenção. Mas isto não tem mais colado nos operários que não são tolos, nem marionetes. Os trabalhadores expressaram sua indignação contra as demissões e o atraso no pagamento dos salários. A situação vem se deteriorando a cada dia;

4. O interventor tem pagado somente até mil e duzentos reais de salário, liquidando o salário de metade da fábrica. No entanto, a outra metade, acumula atraso em seus salários. Situação bem diferente quando a empresa estava sob controle dos trabalhadores. O turno da noite é o mais afetado devido ao adicional noturno de 35%. Em setembro, até o momento, foi pago somente R$ 400,00. Assim as contas dos que estão com salário em atraso se acumulam e a vida vira um inferno.

5. Mas o salário do interventor está em dia. A Justiça Federal determinou o pagamento à Cipla da primeira parte dos honorários do interventor no valor de R$ 135 mil reais a serem pagos nos próximos três meses. Conforme o Juiz, “o pagamento incidente será determinado no momento oportuno”. Ou seja, querem arrancar a ultima “carne” da empresa.

6. Na última reunião do Conselho Administrativo da intervenção na Cipla, ocorrida em 07 de agosto, foi decidido enxugar 26% da folha de pagamento, ou seja, a demissão de aproximadamente 200 trabalhadores, mas esta decisão foi negada pelo interventor. Segundo ele, seriam demitidos os “malandros, sabotadores e laranjas podres”. A verdade é que ele tem demitido a “conta gotas” e pressionado os operários a se demitirem, para segurar uma revolta generalizada. Para receber a rescisão, os trabalhadores são obrigados a procurar a justiça;

7. Estas situações – atraso no salário e demissões – têm ampliado a indignação dos trabalhadores no chão de fábrica.

8. Cabe perguntar, cadê o sindicato que tem permitido estas barbaridades contra os trabalhadores? A continuar a política nefasta desenvolvida pelo interventor, quem vai assumir a responsabilidade quando esta empresa fechar?

9. Com a palavra o Governo Lula e o INSS que requereu a intervenção; a Justiça Federal; o Sindicato dos Plásticos; os “boca de aluguel” da imprensa de Joinville e a Revista Veja.

10. Continuamos na luta pelo fim da intervenção e pela devolução da Cipla e Interfibra aos trabalhadores que a mantiveram salvas por quase cinco anos.

Carlos Castro - Coordenador do Comitê pelo fim da intervenção na Cipla/ Interfibra.
Fone: (47) 9608-1479

CPFL quer escravizar trabalhadores da Flaskô

Mais uma vez a CPFL atua no sentido de pressionar a fábrica a pagar mais do que pode. Trabalhadores enviam nova carta à direção da companhia (veja abaixo) para reabrir negociações e apresentar proposta de pagamento das contas de energia elétrica, de modo que não coloque em risco a manutenção dos empregos. A CPFL se comprometeu a responder a carta por escrito, mas ainda não quis receber os trabalhadores em reunião.
A Vereadora de Campinas, Marcela Moreira (PSOL), visitou a fábrica e irá entrar em contato com a CPFL para demonstrar sua preocupação com o caso. O Deputado Estadual Raul Marcelo (PSOL) e o vereador de Campinas, Signorelli (PT), farão o mesmo para ajudar.
Na foto, trabalhadores da Flaskô ocupam sede da CPFL para protestar contra o corte de energia ocorrido em julho.

Carta aberta a Companhia Paulista de Energia

Somos trabalhadores da fábrica Flaskô. Há mais de 4 anos ocupamos a fábrica e retomamos a produção sob o controle dos operários diante da pilhagem e destruição que os antigos patrões organizaram com a conivência dos governos e dos corruptos deste pais. Desde o inicio levantamos a bandeira da estatização (função social e coletiva) como forma duradoura de manutenção dos empregos e dos direitos, inclusive o BNDES apresentou relatório conclusivo confirmando nossa opinião ao propor a adjudicação das fábricas ocupadas pelo governo federal como única forma de salvar os empregos. (Documento foi encaminhado em anexo - NE).

Estivemos reunidos com o Presidente Lula, com diversos ministros sempre discutindo e cobrando soluções para os empregos na fábrica ocupada Flaskô diante do passivo de mais de 110 milhões de reais deixados pelos antigos patrões. Nenhuma resposta conclusiva se apresentou por parte do governo. Mas de outro lado conquistamos o apoio de centenas de organizações da classe trabalhadora, de parlamentares comprometidos com a questão social e milhares e milhares de trabalhadores em todo o Brasil e pelo mundo força esta que nos permitiu continuar lutando e trabalhando, continuar em nossa luta para conquista uma solução final que mantivesse todos os empregos e direitos nas fábricas ocupadas.

Hoje sofremos uma situação muito mais muito difícil. Passamos 40 dias sem energia elétrica o que ocasionou prejuízos enormes entre todos o mais importante foi o sofrimento das famílias dos trabalhadores sem salários e comida em casa. Mas nos resistimos e conseguimos religar a energia após um acordo com a CPFL, que previa o pagamento de 4 contas atrasadas e mais a conta do mês, além do pagamento de um antigo acordo que foi feita para o pagamento de dívidas pelos antigos patrões e que durante mais de um ano não foi paga e os trabalhadores em 2005 fizeram um acordo diante da ameaça de corte de energia.

A energia foi religada em 06 de agosto e até hoje já pagamos uma conta de energia, pagamos 3 parcelas do acordo, o que totaliza mais de 150 mil reais.

No entanto ainda temos para este mês mais 180 mil para pagar nos próximos dias e constatamos em assembléia realizada nesta data que se não renegociarmos estes valores a fábrica vai ao fechamento e nos trabalhadores ficamos sem salários hoje e sem emprego amanha.

Não somos caloteiros. Ao contrários mantivemos a fábrica funcionando este 4 anos cumprindo com nossos acordo, por isso que lançamos esta carta a CPFL apelando para que aceitem uma renegociação da maneira como a apresentamos, pois é a única forma viável de manter os pagamentos e aos mesmo tempo manter os empregos e direitos.

Sabemos que a situação é muito complicada, mas vamos pesar na balança os fatos:
de um lado são mais de 100 pais e mães de família lutando pelos seus empregos e direitos, onde não resta mais nada senão apelar e explicar pacientemente a situação e mantendo a luta, pois nos não podemos desistir de nossos empregos.
De outro lado para a CPFL a diferença será muito pequena, e sabemos que há muitos acordos feitos como o que pedimos, além do mais a CPFL é uma empresa que reivindicaseu caráter social.

Sumaré, 12 de setembro de 2007
Pedro Santinho
Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô

Entrevista de Serge Goulart ao Sindicato dos Advogados de SP

(Clique no título para ver a matéria no site Porto Gente)
Entrevista de Serge Goulart publicada em 13 de setembro no Boletim Eletrônico do Sindicato dos Advogados de SP

Movimento das Fábricas Ocupadas: salvando empregos no Brasil
Em entrevista exclusiva ao Boletim Eletrônico do Sasp, Serge Goulart, um dos líderes do Movimento das Fábricas Ocupadas, fala dos objetivos e dos problemas que o movimento enfrenta. E dos ataques que vêm sofrendo do governo e da imprensa.

Boletim SASP – Qual é a situação hoje do Movimento das Fábricas Ocupadas?
Serge Goulart – Neste momento estamos concentrados na luta política, social e jurídica pelo fim da intervenção na Cipla e Interfibra. Isto de certa forma paralisa as atividades de ocupação de fábricas que estão ameaçando fechar ou demitir em massa. A Flaskô segue funcionando em Sumaré (SP), mas com muitas dificuldades, pois além do cerco ilegal do interventor (que liga para os clientes da fábrica dizendo que a produção e as mercadorias são roubadas), temos a ação da CPFL que tenta desde a intervenção e em coordenador com o interventor, cobrar dívidas milionárias dos antigos patrões e se recusa a conceder qualquer prazo ameaçando fechar a fábrica. Aliás, em julho e agosto, a CPFL cortou a energia por 45 dias.
A luta para salvar a Álcalis, no Rio de Janeiro, está parada por falta absoluta de recursos e meios. Outras fábricas em São Paulo, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul estão esperando nossa ajuda mas estamos neste momento sob intenso ataque do governo, da grande imprensa e do judiciário de forma que nossas forças se concentram nesta questão de terminar com a intervenção.
Uma ajuda importante que precisamos hoje é de advogados. Precisamos processar a revista VEJA pelas calúnias que divulgou e temos dificuldades, pois não temos recursos e os advogados que temos são da área trabalhista.
Temos recebido apoio nacional e internacional muito importante e isto nos dá um alento muito grande.

Boletim SASP – Como estava sendo o trabalho de vocês desde 2002, quando vocês tomaram conta de duas fábricas e começaram a produzir? Quais as fábricas que vocês ocuparam, qual a produção de vocês e quantos empregos foram mantidos ou criados?
Serge Goulart - O movimento começou com a Cipla e Interfibra com 1.000 trabalhadores. A Interfibra estava para há três meses com faturamento zero e zero de salários. A Cipla estava fechando com um faturamento de R$900 mil e pagando entre R$ 20 e R$ 50 por semana. Agora quando houve a intervenção a Cipla faturava R$3,5 milhões /mês e os salários estavam em dia. A Interfibra está faturando cerca de R$1,5 milhão/mês e os salários estão em dia. Desde a intervenção os salários só são pagos até o limite de R$1 mil reais.
Desde 2002 foram cerca de 15 fábricas ocupadas em Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. A maioria foi derrotada por fortes aparatos policiais e medidas judiciais de estrangulamento econômico e financeiro. Algumas sobreviveram, como a JB Costa, em Recife. Outras se tornaram cooperativas com 20% dos trabalhadores. Podemos afirmar que desde o início salvamos cerca de 2.000 empregos diretamente. Mas o mais significativo foi o recuo dos patrões que em muitos lugares pararam de organizar falências fraudulentas com medo de perder a fábrica.
Por exemplo, em Joinville quase não houve mais falências ou demissões em massa depois que ocupamos a Cipla e Interfibra. A metalúrgica BUSSCAR ameaçou demitir dois mil metalúrgicos e nossa luta propondo a ocupação e uma caravana a Brasília para exigir providências de Lula fez a empresa recuar.

Boletim SASP – Por que o INSS entrou com processo contra vocês?
Serge Goulart – Formalmente para cobrar uma dívida dos ex-patrões de 1998. Cerca de R$ 2,3 milhões de reais de apropriação indébita cometida pelos ex-proprietários. Na verdade, o pedido de intervenção feito pelo INSS em outubro de 2006 tinha e tem o objetivo definido pelo governo Lula de fechar as empresas e liquidar o movimento das fábricas ocupadas. É uma questão política.

Boletim SASP – Qual o objetivo do Movimento das Fábricas Ocupadas?
Serge Goulart – Nosso objetivo é salvar os empregos e manter as fábricas funcionando. Consideramos que onde uma fábrica fecha cria-se um cemitério de postos de trabalho, tudo morre em volta e a classe trabalhadora é empurrada para a barbárie. Ao contrário, onde abre uma fábrica, tudo floresce como na primavera. Consideramos que a responsabilidade desta situação, que vivemos no Brasil, hoje, é dos governos e dos patrões. Os governos servis organizam a economia para a rapina dos bancos e das multinacionais. Os governos cortam os serviços públicos, entre eles a fiscalização do trabalho e das contribuições sociais, isso permite a impunidade patronal que conhecemos. Dos capitalistas, então, não é preciso explicar. Eles chupam a laranja e jogam os trabalhadores fora como bagaço. São parasitas. Aliás, em cinco anos mostramos na prática que não precisamos deles para produzir. São sanguessugas inúteis.

Boletim SASP – O Movimento das Fábricas Ocupadas está sendo criminalizado? Por que?
Serge Goulart – Por que é a forma “legal”, hoje, de reprimir os movimentos sociais. O governo Lula e mesmo o de FHC não tem e não tinham condições políticas de reprimir abertamente os movimentos. Eles cairiam. Então, usam a lei que eles fizeram para proteger seus interesses de classe. No caso das fábricas, nos acusam de absurdos como o crime de “pagar passagem para militantes do MST”, “gastar dinheiro em congressos internacionais”, de “viagens de férias no Caribe com dinheiro da empresa” quando fomos ao 1º de maio em Cuba e participamos do 6º Encontro Hemisférico Contra os Tratados de Livre Comércio, etc. É tudo para intimidar e destroçar o movimento pressionando, quebrando militantes e aterrorizando gente. Mas, estão enganados. Em minha opinião Lula deu uma bola fora grave. E vai ficar manchado por isso para sempre. Quem manda a polícia invadir uma fábrica e reprimir violentamente trabalhadores para proteger a propriedade privada e os interesses dos capitalistas, este não tem mais volta e demonstra inequivocamente que sua política está completamente do lado dos patrões.
E os juízes que se prestam a ser o instrumento desta política mostram que são apenas serviçais que não tem escrúpulos quando se trata de defender o capital. É o caso deste juiz federal substituto Oziel Francisco de Souza. A quantidade de barbaridades legais que ele cometeu deve ensejar inclusive ações contra ele. Por exemplo, para “cobrar uma dívida previdenciária dos antigos proprietários da Cipla, ele arrolou na decisão de intervenção, a Interfibra, outra empresa (só que também controlada pelos trabalhadores), e ainda arrolou a Flaskô, que é outra em Sumaré, SP, e por cima de tudo a Associação Ferreirinha, que é uma associação dos trabalhadores do Movimento das Fábricas Ocupadas. Depois que reagimos e o interventor foi expulso da Flaskô, ele teve que recuar e retirou a Flaskô e a Associação da decisão. Ou seja, ele “tentou” pegar tudo como não conseguiu recuou para se proteger. É absurdo o que ele está fazendo.

Boletim Informativo do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo -
Telefones: (011) 3105-2516 (011) 3104-9605
(011) 3104-0159. E-mails:
sasp@sasp.org.br, sindicato.adv@terra.com.br
Assessoria de Imprensa do SASP

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Resposta às mentiras da Revista Veja

Revista Veja falsifica e calunia os dirigentes do Movimento das Fábricas Ocupadas

A Frente Única do Governo Federal com a FIESP, ABIPLAST, pelegos e a revista Veja tem o objetivo de tentar liquidar o Movimento das Fábricas Ocupadas e a Esquerda Marxista do PT

Quem são os que nos atacam e qual nossa atitude frente a eles?!
Em 31 de maio de 2007, por decisão judicial a pedido do INSS, 150 policiais federais e militares invadiram duas fábricas de Joinville, SC. A Cipla e a Interfibra estavam produzindo, desde 2002, sob controle dos trabalhadores. Lutamos para salvar os 1.000 empregos e exigimos de Lula a estatização das fábricas ocupadas. O governo Lula responderá politicamente pela intervenção na Cipla e Interfibra.
Esta invasão e violência pinochetista ficará para sempre como uma mancha nas mãos deste governo. O presidente é Lula e o Ministro da Previdência, Luis Marinho. Esta violência contra a classe trabalhadora coloca os dois governantes ao lado daqueles que durante a época da ditadura militar invadiram estações ferroviárias em greve, invadiram a COBRASMA em 1968, invadiram e mataram na CSN, em 1985. Nós explicaremos isto ao Brasil e ao mundo e continuaremos exigindo que o Governo Lula retire o pedido de intervenção e devolva as fábricas Cipla e Interfibra aos trabalhadores e sua Comissão de Fábrica eleita.
Em fevereiro, o jornal O Estado de São Paulo ataca o acordo comercial/político que fizemos com o governo venezuelano de Hugo Chávez. Paulo Skaf, presidente da FIESP, declara: “é inaceitável esta ingerência do governo de Chávez nos assuntos internos brasileiros e no seu relacionamento de apoio as fabricas ocupadas Cipla/ Interfibra/ Flaskô”. (OESP - 22/02/07).
Em maio, Meheg Cachum, presidente da Associação Brasileira de Indústrias Plásticas (ABIPLAST) publica um artigo dizendo: “O governo venezuelano apóia ocupações de indústrias de plásticos que foram assumidas por operários. Já são três (Cipla, Interfibra e Flaskô) as empresas que recebem apoio na forma de compra subsidiada de matéria-prima vinda da Venezuela... Em razão dessas atitudes, é imprescindível que os empresários e a sociedade civil de forma geral, organizem um manifesto de repúdio contundente a esse tipo de prática antes que isso se torne cotidiano e prejudique a democracia.Precisamos resgatar a indignação diante da interferência em nossos interesses, com o risco de sermos coniventes e passivos em demasia com esse nível de intromissão”.
E termina plagiando o poeta Eduardo Alves da Costa (
http://br.geocities.com/edterranova/maia40.htm ): “É preciso tomar providências já. No 1º dia eles vem e tomam uma rosa de nosso jardim. E não fazemos nada. No 2º dia eles entram e destroem nosso jardim. E não fazemos nada. No 3º dia eles tomam nossa casa e não fazemos nada porque já não podemos fazer nada”.
Eles não podem suportar a existência de fábricas ocupadas, que salvam os empregos, pagam os salários e reduzem a jornada para 30 horas semanais sem redução de salário. E não podem aceitar nossa aliança com a revolução venezuelana e Chávez. Eles não podem aceitar a idéia de que são inúteis parasitas e que a classe trabalhadora pode organizar a sociedade muito melhor que eles.
A FIESP e ABIPLAST são organizações patronais inimigas da classe trabalhadora e o que vão perder um dia são, exatamente, todas as suas fábricas. Eles são poderosos e ameaçam, mas nossa arma é a organização e um dia seremos milhões. Ameaçados e perseguidos continuaremos organizando a classe trabalhadora para acabar com toda opressão e exploração patronal. E, assim, um dia terminar com o regime da propriedade privada dos grandes meios de produção. Os capitalistas têm razão em nos odiar.
Os pelegos do sindicato dos plásticos de Joinville (não filiado a nenhuma central) são verdadeiros agentes políticos patronais dentro do sindicato. E enfrentarão a Oposição Cutista nas eleições outra vez, além de todos os processos judiciais cabíveis. Inúmeros processos judiciais por calúnia, difamação, etc., já correm na justiça contra estes gangsteres sindicais.
A Revista Veja, órgão de imprensa anticomunista, macarthista, de extrema direita, que se dedica a combater e difamar tudo o que existe de progressivo e de socialista no Brasil e no mundo, já recebeu nosso pedido de “Direito de Resposta” de acordo com a Lei de Imprensa. E está sendo acionada criminalmente por falsificação, calúnia e difamação, além de processo cível de reparação por danos morais.
Em 20 de junho, o fascista Rainoldo Uessler, junto com vários capangas, tentou também invadir e assumir a Flaskô, de Sumaré, SP, e demitir os membros do Conselho de Fábrica. Mas, os trabalhadores, que tiveram 21 dias para se preparar, pararam a fábrica e, com apoio de sindicalistas e parlamentares, expulsaram o fascista.
Então iniciou atos de sabotagem contra a fábrica: ligou para os clientes da Flaskô dizendo que não comprassem, pois eram produtos roubados, ligou para a CPFL pedindo que cortasse a energia, no que foi prontamente atendido pela multinacional e resultou em 40 dias de luta pela religação da energia. Hoje, a Flaskô retomou a produção e continua na luta pela estatização com controle operário e pelo fim da intervenção na Cipla e Interfibra.
O que a Revista Veja diz de verdade?
A Veja tem toda razão quando afirma que nós somos “comunistas do PT” e que criamos o “MST das Fábricas”. Desde 2002, militantes da Esquerda Marxista do PT ajudaram milhares de trabalhadores a defender seus empregos e assumir o controle de diversas fábricas ameaçadas de fechamento pelos patrões.
O Movimento das Fábricas Ocupadas tem atuação em Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina E se coordena internacionalmente com os movimentos de fábricas recuperadas na Venezuela, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru e outros.
A Veja diz a verdade, o que é raro, quando afirma que “A meta imediata do Movimento das Fábricas Ocupadas é a estatização das empresas sob controle dos trabalhadores”. É verdade, também, que sou fundador e membro do Diretório Nacional do PT. E que somos aliados de Hugo Chávez pelo aprofundamento da revolução venezuelana e no Movimento das Fábricas Recuperadas por Trabalhadores no Brasil e em toda a América Latina. Tudo isto, que a Veja apresenta como “acusação” é pura verdade, é político, nos orgulhamos disto e está tudo publicado.
Todo o resto da matéria é pura mentira, falsificação e calúnia. O ódio anti-socialista, ódio de classe da Veja, a leva a combater nossa política com os mais imorais e criminosos métodos.
A revista Veja afirma que “Na empresa em que a ocupação foi mais prolongada, a Cipla, tradicional fabricante de produtos plásticos em Joinville, isso significou quatro anos e sete meses de irregularidades administrativas, desvio de fundos e violência política”. Assim, a pretensa reportagem começa afirmando o que não pode provar e que desmontaremos peça por peça nos parágrafos seguintes. E nos tribunais.
Todas as mentiras da Revista Veja
¨ Mentira 1: “Três meses atrás, a Cipla sofreu intervenção judicial, ordenada porque os patrões socialistas descontavam o INSS do salário dos empregados, mas não o repassavam à Previdência Social”.
¨ Verdade 1: A intervenção judicial foi determinada (de fachada) para cobrar uma dívida da CIPLA S/A no valor de R$ 2.017.406,56. A Dívida foi deixada pelos antigos proprietários e é de 1998. Feita, portanto, quatro anos antes da ocupação.
Na verdade, a intervenção é para liquidar um movimento político anticapitalista. É perseguição política. Nunca, no Brasil, uma só fábrica controlada por capitalistas foi invadida pela PF, a pedido do governo, porque deve para a Previdência. E existem milhares, devendo bilhões de reais. Se alguém quiser a lista é só pedir.
E, além disso: “Para incentivar o investimento produtivo no País, entre 2004 e 2007, o governo federal promoveu a redução e a suspensão de impostos que incidem sobre empresas, produtos e serviços totalizando uma renúncia fiscal de R$ 29,2 bilhões no período. (Boletim EM QUESTÃO, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. nº. 523 - Brasília, 11 de junho de 2007)
____________________________________________
¨ Mentira 2: “No interior das fábricas, funcionários eram coagidos a freqüentar aulas sobre a ideologia comunista, a ler a respeito da Revolução Russa de 1917 ou a contribuir com ações políticas de outros sindicatos ou com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), sob ameaça de perder o emprego”.
¨ Verdade 2: Todos os cursos de Formação realizados sempre foram de participação voluntária. A prova é que centenas de trabalhadores nunca fizeram qualquer curso porque não se interessaram. As atividades de formação eram dados por economistas, professores universitários, advogados, e outros convidados que podem atestar o que afirmamos.
Até a presença nas Assembléias sempre foi voluntária. E nunca ninguém foi obrigado a participar de coisa alguma “sob ameaça de perder o emprego”. Todo o movimento sindical, que sempre participou de nossas atividades e que tinha as portas da Cipla abertas, é testemunha de como tudo se passava.
____________________________________________
¨ Mentira 3: “Membros do Ministério Público Federal, da Delegacia Regional do Trabalho, do governo estadual, da Câmara dos Vereadores e do sindicato da categoria decidiram entregar a administração da fábrica a uma comissão de funcionários. Foi o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Material Plástico de Joinville que indicou o radialista Carlos Castro, da Esquerda Marxista do PT, para membro da comissão.”
¨ Verdade 3: A fábrica foi ocupada depois de uma greve vitoriosa deflagrada contra a vontade do sindicato que fez um “parecer jurídico” contra a greve. E Castro foi eleito pelos trabalhadores para dirigir a empresa no mesmo dia do Acordo Trabalhista assinado. O Sindicato pelego só encaminhou a decisão da assembléia porque não podia fazer outra coisa. É o que diz a própria decisão judicial: “Como fruto dessas manifestações e reivindicações, em outubro de 2002, na presença do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho, do Sindicato da categoria e de outras autoridades e políticos locais, alguns sindicalistas assumiram, em nome dos trabalhadores, a administração das empresas do Grupo Cipla. Passaram, então, a geri-las diretamente, por meio de uma comissão criada para esse fim, como forma de garantir o recebimento de seus salários, forma de gestão que perdura até hoje”.
____________________________________________
¨ Mentira 4: “O objetivo da comissão era salvar a empresa e os empregos, mas o que se seguiu foi pura politicagem", diz Reinaldo Schroeder, presidente do sindicato, que rompeu com a administração esquerdista da fábrica em fevereiro de 2003”.
¨ Verdade 4: A ruptura com o pelego Reinaldo Schroeder se deu porque, em julho de 2003, ele começou a realizar assembléias dentro das grandes fábricas de plástico de Joinville fazendo aprovar redução de salários com redução de jornada junto. As votações eram feitas sob as vistas dos executivos e gerentes destas empresas. Então organizamos a Oposição Cutista no Sindicato.
____________________________________________
¨ Mentira 5: “O assalto ao caixa da empresa foi feito de diversas formas. Foram contratados 28 petistas, entre eles líderes estudantis, agricultores e um garçom ligados à Esquerda Marxista. Um sitiante, presidente do Sindicato Rural de Araquari, cidade próxima, foi empregado como auxiliar administrativo em 2003 ganhando 1.690 reais. Em abril deste ano, era gerente com salário de 5.316 reais. Nessa condição, empregou dois irmãos, uma cunhada, uma prima e um sobrinho”.
¨ Verdade 5: O trabalhador citado foi contratado para trabalhar na auditoria que fizemos ao assumir a empresa, em 2003. Ela não era militante da Esquerda Marxista. Tinha currículo condizente e fez um bom trabalho, chegando anos depois a ser o Gerente Administrativo da Cipla. Atualmente termina faculdade de administração de empresas. Um outro irmão dele assumiu a Gerencia Comercial abandonando um emprego na metalúrgica SID onde ganhava salário maior porque decidiu, a nosso pedido ajudar a fábrica ocupada. Este trabalhador era dirigente da Pastoral da Juventude.
Por fim, nunca houve critério partidário nas contratações. É só ver as centenas que foram contratados e não se sabe que partido têm. Todas as contratações eram coletivas feitas por um Comitê de Contratação composto por membros de diversos setores da fábrica.
____________________________________________
¨ Mentira 6: “Funcionários eram coagidos a doar parte do salário a uma certa Associação Ferreirinha, criada para financiar projetos políticos, que também recebia 0,5% do faturamento da empresa”.
¨ Verdade 6: Mais de um terço dos trabalhadores da Cipla nunca se associou ou descontou qualquer coisa para a Associação Ferreirinha. A adesão era voluntária e por isso sempre havia campanhas de filiação. Foi criada em assembléia e envolvia trabalhadores de todas as fábricas ocupadas. A Associação Ferreirinha tem como objetivo a defesa dos empregos e a luta pela estatização das fábricas e organizou todas as caravanas a Brasília, atos, manifestações e encontros nacionais e internacionais de luta.
____________________________________________
¨ Mentira 7: “Comprovantes de depósito revelam que o dinheiro ia direto para a conta bancária de Goulart”.
¨ Verdade 7: Todas as despesas da empresa eram reembolsadas via depósito em conta contra apresentação das notas e recibos dos gastos. Isso era feito para todos os funcionários que viajavam a negócios ou para atividades de defesa das fábricas. Aliás, como [é normal em qualquer empresa.
O Coordenador (presidente) da Cipla trabalhava e produzia conforme sua função. E para tanto, tinha gastos de viagens comprovados. Todas as atividades eram de conhecimento e aprovadas pelas instancias competentes fosse a Comissão de Fábrica, o Comitê Administrativo e Financeiro ou as Assembléias. Todas as viagens, atividades e Congressos e Encontros sempre foram divulgados nos Boletins, Jornais e na sua página eletrônica.
Como Coordenador da Cipla dirigi durante 5 anos a empresa. Sua receita anual era de cerca de 40 milhões de reais. Toda a contabilidade era aberta e publicada semanalmente (entradas e saídas) nos murais da empresa. Meu patrimônio é hoje exatamente o mesmo de antes de dirigir a Cipla. E me orgulho de ter sido o proponente da decisão de que a regra salarial fosse de que ninguém, nem mesmo eu como Coordenador (presidente) da empresa, podia receber salário maior do que o salário do mais antigo trabalhador da Ferramentaria da Cipla, ou seja, do mais especializado operário da fábrica. Esta decisão e todos os salários, todos, foram aprovados em assembléias realizadas depois de discussões e reuniões durante seis meses, a partir de proposta apresentada por uma comissão constituída com este objetivo. Este Plano de Cargos e Salários está a disposição. É só pedir:
sergegoulart@terra.com.br.
Já o interventor, o que a Veja esconde, está recebendo 83 mil reais por mês para falir e fechar a Cipla como ele mesmo afirma na pretensa “reportagem”.
____________________________________________
¨ Mentira 8: “Recibos mostram que a Cipla pagou 16.633 reais pela instalação de um sistema de segurança na casa de Goulart em Florianópolis”.
¨ Verdade 8: Aqui a falsificação, omitindo fatos deliberadamente, tenta mostrar utilização particular de dinheiro da empresa. A verdade é que esta foi uma decisão coletiva da direção da empresa para proteger a família de seu coordenador após um assalto na Cipla, em 4/02/06. Os assaltantes num sábado a noite renderam a guarda e levaram o Caixa Automático do Bradesco no interior da empresa, além de arrombar uma parede na antiga sala usada antigamente pelo ex-proprietário. Descobriu-se, então que esta parede tinha um fundo duplo, que desconhecíamos e de onde foi retirado algo que ainda não sabemos o que era. Todo o setor financeiro e administrativo foi revirado. Os assaltantes disseram aos guardas que voltariam para por fogo quando o depósito estivesse cheio de matéria prima. Poucos dias depois o Caixa Bradesco foi encontrado atirado em um mangue sem que os assaltantes tivessem tocado nos mais de 60 mil reais que ele continha.
Nas três semanas seguintes minha casa em Florianópolis, onde residem minha mulher e duas filhas pequenas, foi assaltada três vezes e meu escritório revirado. Objetos de valor não foram elevados. Minha família estava aterrorizada inclusive pelo fato de que eu passava a semana fora da cidade por causa da Cipla e do Movimento das Fábricas Ocupadas.
Frente a esta situação que tornava inviável minha permanência fora de minha casa e, portanto colocava em risco minhas atividades de defesa e administração da Cipla, a direção eleita decidiu instalar um sistema de segurança em minha casa para proteger minha família. Uma decisão política tomada pelas instancias competentes e legais na administração da empresa.
____________________________________________
¨ Mentira 9: O interventor Rainoldo Uessler é “Perito de Florianópolis especializado em recuperar empresas....”
¨ Verdade 9: Este interventor foi durante 20 anos diretor do Tribunal de Justiça de SC e amigo de muitos, muitos juízes. Agora tem um tal “Instituto Rainoldo Uessler” especializado em liquidação de empresas falidas onde ganha milhões. Foi o concordatário da Cipla de 1998 a 2000 quando trabalhou amigavelmente com os antigos proprietários, exatamente na mesma época em que estes não pagavam ninguém e se apropriavam dos descontos previdenciários feitos dos trabalhadores. A ação do INSS que dá base para a intervenção agora é exatamente desta época (1998). Há uma lista de empresas que ele fechou e outras que ele não conseguiu fechar porque os proprietários conseguiram impedir na justiça seus objetivos inconfessáveis.
____________________________________________
¨ Mentira 10: “... ele está no comando da Cipla e de outras duas fábricas que estiveram sob ocupação da Esquerda Marxista do PT. Sua missão é prejudicada por sabotagens praticadas pelos militantes remanescentes nas fábricas”.
¨ Verdade 10: Não há nenhuma sabotagem. Como não queremos fechar a Cipla, não queremos vê-la destruída, mas retomá-la sob controle dos trabalhadores, é que fomos nós que pedimos aos trabalhadores que se mantivessem trabalhando enquanto levamos a batalha judicial e política para por fim à intervenção.
O que ele chama de sabotagem é o resultado do terror que impôs com a Polícia Federal e depois com um exército privado armado que segue os operários até no banheiro e impede a conversa em grupos dentro da fábrica. Depois do terror o desanimo é imenso dentro da fábrica e isto age direto na produção. Qualquer idiota sabe disso. Além do que ele é incapaz de fazer funcionar a fábrica porque fornecedores e compradores, clientes, sabem que ele vai falir a Cipla. Quem vai vender para não receber ou fazer pedidos que não serão entregues? É por isso que grandes clientes, como a Mercedes Benz, já se preparam para se retirar seus moldes e produzir em outras empresas.
É por isso que ele decidiu absurdamente “cortar custos em 35%” e “reduzir a folha de pessoal em 26%” determinando aos chefes atuais que fizessem as listas de nomes a cortar (decisão do interventor descrita em ATA de 2/07/07).
____________________________________________
¨ Mentira 11: “Mais de 230 empregados foram demitidos durante a ocupação, a maioria por razões políticas”.
¨ Verdade 11: Nunca houve demissão política. Das 230 demissões ocorridas em cinco anos, 180 destas foram no primeiro mês da ocupação. E a pedido dos próprios trabalhadores que não acreditavam que íamos salvar a Cipla e preferiam ir buscar outro trabalho. O clima na época era terrível, sem matéria prima, sem capital algum e com montanhas de dívidas.
Aliás, toda a imprensa, os patrões, e seus políticos afirmavam abertamente que em três meses estaríamos fechados. Estavam enganados, como se comprova hoje. Sobrevivemos cinco anos e viemos de um faturamento de 900 mil para mais de 3 milhões mensais. Salvamos os empregos e pagamos os salários. Inclusive os 2 milhões de férias e salários atrasados. Fizemos um Acordo com a Justiça do Trabalho (Acordo recusado sempre pelo INSS) e o cumprimos rigorosamente durante anos. Pagamos mais de 2 milhões das ações trabalhistas deixadas pelos antigos proprietários. Restabelecemos a confiança de fornecedores e clientes. E a Cipla voltou a existir e seus trabalhadores não se envergonhavam mais de dizer onde trabalhavam.
____________________________________________
¨ Mentira 12: “No auge da tensão, os dirigentes ordenaram a fabricação de quarenta cassetetes de madeira e manoplas de plástico. Aulas de artes marciais começaram a ser ministradas para um grupo seleto de jovens. Para os empregados, foi um sinal de que todos estavam correndo perigo”.
¨ Verdade 12: A segurança da Fábrica sempre foi assegurada coletivamente após decisão de Assembléia e das diversas tentativas de retirada de máquinas e equipamentos pelos leilões promovidos a pedido do INSS. Depois do assalto a segurança foi reforçada com equipes de trabalhadores voluntários se revezando para ajudar a guarda fixa pois não havia dinheiro para contratar mais guardas.
O Tai Chi Chuan é praticado na China por milhares de homens, mulheres e crianças de todas as idades. E começa a ganhar o Brasil gradativamente pelos seus benefícios, sendo até foco de pesquisa realizada no Hospital das Clínicas, por seus elementos de equilíbrio corporal e mental. Temos uma lista de grandes corporações que utilizam este recurso para potencializar sua produtividade. Era, entretanto, praticado por apenas cerca de 90 trabalhadores, a maioria deles idosos com problemas de coluna ou postura. Foi por isso também que contratamos terapeuta e assistente social. Quando os trabalhadores assumiram o controle a Cipla acontecia uma média de 157 acidentes graves por ano. Um ano depois nossa média era de 8 por ano. Saúde em primeiro lugar, não os lucros patronais.
____________________________________________
¨ Mentira 13: “Nas três fábricas de Joinville sob intervenção, a maioria dos funcionários aprova a nova situação. A esperança é que seja decretada a falência das firmas. Dessa forma, poderiam formar cooperativas e assumir a administração das empresas... Os funcionários querem fazer exatamente isso, dessa vez, sem a intromissão de militantes comunistas”.
¨ Verdade 13: Uma semana após a intervenção o fascista nomeado pelo juiz fez com que os chefes de setor passassem um abaixo assinado indo de máquina em máquina e de mesa em mesa. Ao lado do abaixo assinado seguia junto um “homem de preto”, segurança privado armado, para proteger o chefe capacho. E na porta da fábrica tirou o Outdoor que dizia “Empresa sob Controle dos Trabalhadores” e colocou outro dizendo “Os funcionários apóiam a intervenção”.
Dizer que os operários querem a falência e a criação de uma cooperativa é uma afirmação ridícula. Só quem não conhece o que pensam os operários da Cipla e Interfibra pode afirmar uma idiotice destas. A Profiplast, outra empresa de Joinville sob intervenção do mesmo fascista Rainoldo, tinha 130 trabalhadores. Agora tem uma cooperativa com 27 remanescentes. Se a mesma “esperança” for aplicada na Cipla e Interfibra, como promete o interventor e a revista Veja elogia, dos 1.000 trabalhadores das duas fábricas, restarão apenas 201 operários-patrões por um breve tempo até que o mercado, dominado por enormes empresas, os liquide.
A única verdade é que...
Eles fecham, nós abrimos as fábricas. Eles roubam terras e nós ocupamos. Eles fazem guerras e destroem nações, nós defendemos a paz e a integração soberana dos povos. Eles dividem e nós unimos. Porque somos a classe trabalhadora. Porque somos o presente e o futuro da humanidade.
Convocamos todos a continuar esta luta e ampliá-la aprofundando a unidade e a luta que levamos junto com toda a classe operária e os povos contra o inimigo comum da humanidade.
Venceremos!
Serge Goulart
Coordenador do Movimento das Fábricas Ocupadas/Brasil
E-mail:
sergegoulart@terra.com.br
http://www.tiremasmaosdacipla.blogspot.com/
http://www.marxismo.org.br

Aqui está a matéria mentirosa da Revista Veja

Com o título de “Ocupar e arruinar”, a Revista Veja publicou na edição de 29 de agosto de 2007 uma matéria para atacar o movimento de ocupação de fábricas, caluniar seus dirigentes e criminalizar a Esquerda Marxista do PT, organização que lidera essas ações no Brasil.
Clique aqui para ler a íntegra esse absurdo:
http://veja.abril.com.br/290807/p_086.shtml
Saiba também que o PSDB fez questão de publicar a matéria em seu site: (
http://www.psdb.org.br/noticias.asp?id=31945).

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Juiz afirma que Flaskô não está sob intervenção

Atendendo a um pedido feito pelo advogado das fábricas ocupadas, Chico Lessa, o mesmo juiz que decretou a intervenção na Cipla acaba de excluir a Flaskô do processo de execução fiscal.
Conforme já explicado neste blog, o juiz federal Oziel Francisco de Souza determinou a intervenção em todo o “grupo econômico Cipla”, integrando portanto a Flaskô, a Interfibra e até empresas fantasmas dos Battschauer em sua decisão.
Se apoiando nisso, o interventor Rainoldo Uessler tentou tomar o controle da Flaskô. Seguros de que estariam fazendo justiça, os trabalhadores e apoiadores da fábrica expulsaram o “mão-grande”. E como a luta faz a lei, o mesmo juiz teve que voltar atrás e reconheceu: “embora seja integrante do grupo econômico Cipla, verifica-se que a Flaskô possui sede social em Sumaré/SP e parque fabril próprio. É, portanto, em SP que tramitam ações contra ela movidas. Diante dessa situação excluo a Flaskô do âmbito de incidência da decisão”.
Isso significa que os trabalhadores da Flaskô agora têm um respaldo legal para impedir a entrada do interventor na fábrica e para derrotar a sabotagem econômica que ele promovia ao tentar influenciar clientes e fornecedores, como a CPFL.
Essa pequena, mas importante vitória também será utilizada como argumento para retirar a Interfibra do processo de intervenção, afinal a empresa também tem CNPJ e parque fabril autônomos em relação à Cipla.
Além disso, hoje (27/08), como fruto da Audiência Pública realizada na Assembléia Legislativa de SP, o Conselho de Fábrica da Flaskô conseguiu marcar uma reunião com o secretário executivo do Ministério da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, onde será apresentada a exigência de fim das ações movidas pelo INSS na Justiça de SP, na tentativa de evitar decisões favoráveis à intervenção em fóruns paulistas.
Por isso, nada de desânimo ou de pensar que perdemos a guerra. É possível sim derrotar a intervenção e alcançarmos nossas reivindicações.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Interventor pretende demitir 200 trabalhadores

Clique na imagem para ler uma matéria publicada no boletim contra a intervenção na Cipla, distribuída semana passada aos trabalhadores na entrada e saída de turnos. Ela relata o plano de demisões do interventor e da corja que administra a fábrica.

Ministro Marinho se reuniu com o interventor da Cipla em julho

Com a escandalosa solicitação do Deputado Federal Carlito Merss - já rechaçado pelo PT/SC(http://tiremasmaosdacipla.blogspot.com/2007/07/pt-de-joinville-aprova-moo-unnime.html) - o ministro da Previdência Luís Marinho se reuniu com o interventor da Cipla e Interfibra, Rainoldo Uessler, em 11 de julho de 2007.
Percebe-se que o ministro foi favorável às demandas do interventor. Inclusive foi discutida a possibilidade de se apossar da matéria-prima vinda da Venezuela, destinada, na verdade, ao movimento das fábricas ocupadas, conforme documentos do governo Hugo Chávez.
Nota-se também que o ministro se mostrou disposto a elaborar, junto a outros órgãos federais, uma "re-estruturação" na Cipla e Interfibra, ou seja, para ajudar o interventor no processo de desmonte e fechamento das fábricas.
Essa traição à classe operária será vencida pela luta unitária de todos os trabalhadores do Brasil e do mundo!

Abaixo Assinado em apoio à Flaskô - texto na íntegra

Abaixo-assinado:
Eu apóio a luta dos trabalhadores da Flaskô!

Em 2003, a Flaskô era uma fábrica ameaçada de fechamento. Os trabalhadores iam ser demitidos e não iam receber seus direitos, como salários e 13º atrasados, além de FGTS e INSS recolhidos e não-depositados.
Mas os trabalhadores da Flaskô resolveram lutar para não ficarem desempregados. Assumiram o controle da empresa e integraram um movimento nacional para exigir do presidente Lula a estatização das fábricas ocupadas.
Durante esses anos, houve muitas conquistas. O faturamento aumentou, máquinas e equipamentos foram recuperados e a prioridade passou a ser o pagamento dos salários e a luta em defesa dos empregos, dos direitos e do parque fabril. Conseguimos um parecer técnico do BNDES favorável à estatização e também um contrato de colaboração comercial com o governo Hugo Chávez da Venezuela.
Além disso, através de um acordo na Justiça do Trabalho, a Flaskô está pagando os processos trabalhistas movidos pelos ex-funcionários que foram demitidos na época dos patrões.
Mas, houve também muitos ataques. Leilões para arrematar máquinas, bens e equipamentos e ameaças de penhora do faturamento, devido às dívidas deixadas pelos antigos donos. No momento, existe uma decisão judicial para colocar um interventor federal no comando, para demitir o conselho operário e levar a fábrica à falência. Chegaram até a cortar o fornecimento de energia elétrica, mas depois de 40 dias de sofrimento e luta, os trabalhadores conseguiram acertar com a CPFL o re-ligamento da luz.

Em apoio à luta contra o desemprego, em defesa das conquistas da gestão operária e contra esses ataques, vimos por meio deste abaixo assinado declarar nossa solidariedade à luta dos trabalhadores da Flaskô. Pela estatização das fábricas ocupadas, conforme parecer técnico do BNDES!
Eu apóio!


Nome:

Assinatura:

Contato:

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Luz volta a brilhar na Flaskô!

Foram 40 dias de sofrimento e luta, mas os trabalhadores da Flaskô conseguiram restabelecero fornecimento de energia elétrica, junto à Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).
As máquinas estão ligadas, a produção foi retomada, bem como os contatos com clientes e fornecedores. Aos poucos estamos colocando a fábrica em ordem, mantendo-a sob controle democrático dos trabalhadores, o que é mais importante!
A Flaskô está se recuperando do violento golpe que sofreu, na seqüência da intervenção judicial – federal na Cipla e Interfibra, contra o controle operário e a luta pela estatização.
A Flaskô agradece todos os apoios nacionais e internacionais que recebeu: foram de fundamental importância! Por isso mesmo, pede que continuem a proteger a fábrica dos novos ataques que não irão demorar para acontecer.
Sendo assim, a Flaskô iniciou uma ampla coleta de assinaturas num abaixo-assinado e convida todos os que apóiam a luta dos trabalhadores das fábricas ocupadas no Brasil a participarem de um ato público na próxima terça-feira, dia 14/08, às 19h, para fazermos um balanço dessa vitória e nos prepararmos para as próximas batalhas.

· Presidente Lula e ministro Marinho: retirem já a intervenção nas fábricas ocupadas!
· Pela estatização da Cipla, Interfibra e Flaskô sob controle democrático dos trabalhadores!

Ato público:
TODOS LIGADOS NA FLASKÔ!
Dia 14/08, terça-feira
19h, na fábrica (Sumaré/SP)

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Flaskô também está na mira da multinacional alemã Mauser

O jornal Gazeta Mercantil publicou uma matéria no dia 01 de agosto (http://www.investnews.com.br/integraNoticia.aspx?Param=13%2C0%2C1%2C671180%2CUIOU) na qual afirma que a Mauser, multinacional alemã, estaria interessada em comprar a Flaskô, como parte do plano de reestruturação que a empresa desenvolve atualmente no Brasil.
Na verdade, a estratégia da Mauser - que chegou ao país em 2006 - é comprar empresas do segmento de embalagens industriais para fechá-las ou incorporá-las ao seu capital, concentrando a produção em apenas algumas unidades.
Nas palavras do presidente da Mauser, Cláudio Parelli, “é uma visão estratégica da empresa fornecer soluções para toda a cadeia de valor das embalagens industriais no mercado nacional". Quer dizer, a Mauser quer dominar todo setor para solucionar os próprios problemas.
Por isso, em menos de um ano após adquirir a Girona, resolveu fechar a empresa que fica na cidade de Santana da Parnaíba (SP). A Mauser, que já tinha uma fábrica em Suzano (SP), admitiu: "Não fazia sentido ter duas fábricas na Grande São Paulo"!
No entanto, para os 260 trabalhadores da antiga Girona com certeza fazia sentido a manutenção das atividades da companhia. Tanto é que iniciaram, sob direção do Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas, Osasco e Vinhedo, uma greve acompanhada de acampamento em frente à empresa para defenderem seus empregos.
O histórico dessa luta pode ser encontrado a partir do link:
http://www.quimicosunificados.com.br/noticia_interna.php?id=442.

Não farão o mesmo com a Flaskô!
Não adianta sondar com a possibilidade de comprar a Flaskô. A fábrica ocupada não está à venda! Aliás, de quem a Mauser pensa que vai comprar a Flaskô? Dos antigos patrões? Do interventor?
Podem até tentar, mas não vão conseguir assumir o controle da empresa. Será que teremos que repetir mais uma vez? A Flaskô está sob controle dos trabalhadores! Não aceitamos nenhum tipo de patrão! Com ajuda de nossos apoiadores e do governo venezuelano, conseguiremos religar a luz e voltar a produzir! Exigimos do presidente Lula e do ministro da Previdência, Luís Marinho, que retirem a intervenção nas fábricas ocupadas e as estatizem sob controle operário!“A Flaskô é dos trabalhadores e de toda a sociedade. Os antigos donos deixaram dividas milionárias que somente podem se recuperar com a fábrica produzindo e cumprindo sua função social. A fábrica fechada é um cemitério. Sabemos qual a política dos patrões para as empresas. Sugam até o final e cospem os trabalhadores como bagaço. Nós já derrotamos os antigos donos e venceremos esta batalha. Sabemos que a única saída é a fábrica voltar a produzir sob o controle dos trabalhadores e o presidente Lula estatizar a fábrica sob o controle dos trabalhadores. Por isso vamos redobrar a campanha pelo fim da intervenção e para religar a luz na fábrica", disse Pedro Santinho, coordenador do Conselho da Flaskô.

Jornal Brasil de Fato e revista Caros Amigos divulgam nossa luta


Clique na imagem para ler a matéria da revista Caros Amigos:

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Sindicalistas peruanos, em plena luta, enviam moção contra a intervenção na Cipla

Dirigentes sindicais dos mineiros, de professores e de trabalhadores têxteis da fábrica Topy Top, todos ligados à Central Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) assinam, junto com representantes de organizações camponesas e estudantis, uma moção contra a intervenção na Cipla (ver abaaixo).
Os companheiros assinaram em meio a greve de mineiros que ocorria na época e na véspera de uma grande mobilização convocada pela CGTP, o que nos anima ainda mais a continuar lutando. Desde já, retribuímos o apoio que nos foi dado, expressando nossa solidariedade com a luta da classe trabalhadora do Peru.
Brasil: solidariedade urgente com os trabalhadores das fábricas sob o controle dos trabalhadores! A Cipla foi invadida pela Polícia Federal do Brasil!
Os trabalhadores da fábrica ocupada Cipla foram surpreendidos por 150 homens, armados fortemente, de polícias federais que invadiram a fábrica para parar os líderes do comissão. Depois que quase cinco anos que lutam para conservar os empregos e os direitos, lutando de modo que o governo federal estatize as fábricas - assim e enquanto propôs o comissão do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - os trabalhadores são ameaçados pelas polícias federais e ameaçados perdendo seus trabalhos.
O único "crime" dos trabalhadores de Cipla foi lutar pela direita de trabalhar e aprendê-lo ganhar um pedaço de pão para suas famílias. Os proprietários tinham levado à fábrica à falência e à ruína, o que levava ao inevitável o fechamento.
Os trabalhadores conservaram-na aberta e a dirigem sob controle dos operários. Desta maneira, os trabalhadores mantiveram os empregos, a produção e os salários. Além disso, criaram condições de melhores para o grupo, incluindo a jornada de 30 horas semanal, quando continuaram produzindo eficazmente.
Os trabalhadores pedem que as cartas sejam emitidas imediatamente na sustentação da luta dos trabalhadores, de encontro a toda a ameaça do governo federal, da justiça e dos antigos patrões.
Assinam:
Rafael Cabezas, Sec. Gral. del sindicato de trabajadores contratados mineros de Casapalca, Perù (em greve pela readmissaõ de demitidos).
Ronnie Cueto, Sec. Gral. del Sindicato de trabajadores contratados de Shougang (assinou antes de cair na prisão por lutar pelos direitos dos operários contratados)
Mario Huaman, Sec. Gral. de la Confederación General de Trabajadores del Perú.
William P., Sec. Gral del sindicato de Textiles Topy Top
Erwin Salazar, CGTP-Lambayeque.
Luis Castillo, Sec. Gral de la Federación Nacional de Trabajadores Mineros, Metalúrgicos y Siderúrgicos del Perú.
Luis Alcántara, dirigente estudiantil de la Alianza Popular Universitaria.
Eberth Rafael, Sec. de Org. De las juventudes de Rondas Campesinas de Cajamarca.
Víctor Apolaya, Sec. de Asuntos Académicos de la Universidad Nacional de Educación La Cantuta, Lima.
Tomas Soto, dirigente estudiantil de la Fac. de Educación de la Universidad Nacional de Puno.
Francisco Lanssiers, dirigente de la Universidad Nacional de Trujillo.

Fábricas ocupadas da Argentina também sofrem ataques

Como se não bastassem os duros golpes sofridos pelas fábricas ocupadas brasileiras, recebemos a declaração publicada abaixo dos operários e operárias da Zanon - fábrica ocupada da Argentina - que relata novas ameaças que pesam sobre nossos "hermanos" de classe e de luta.
Declaração dos Operários e Operárias de ZANON:

UMA NOVA AMEAÇA A ZANON SOB CONTROLE OPERÁRIO
VAMOS TODOS EXIGIR A EXPROPIAÇÃO E ESTATIZAÇÃO DA FÁBRICA!

Há uma nova ofensiva contra as fábricas ocupadas e recuperadas no país: na semana passada realizou-se um julgamento oral e público por usurpação contra os colegas da Gráfica Patricios (fabrica recuperada por seus trabalhadores) e na sexta-feira a justiça intimou os colegas do Bauen (hotel sob gestão operária) a devolver o hotel aos velhos donos num prazo máximo de 30 dias.
Neste contexto os trabalhadores e trabalhadoras de Zanon voltamos a ser ameaçados. O 20 de outubro do 2006 obtivemos uma prorrogação de 3 anos para produzir e vender na fábrica sob a figura da cooperativa FASINPAT (Fabrica Sin Patrón), mas um dos credores, a empresa italiana SACMI, apelou a resolução judicial pedindo que se termine com a gestão operária.
A Promotora Geral propôs aos juízes que diminuam o prazo da cooperativa a 2 anos.
perigo concreto é que a Câmara lhe de a razão a SACMI e de por terminada a gestão operária e ordene o despejo de imediato ou em outubro do ano que vem. Sempre dissemos que a cooperativa é uma solução transitoria e que a solução de fundo: É a expropiação e estatização sem pagamento da dívida e sob controle operário.
Já levámos 6 anos de luta e produção e 470 famílias vivem da gestão operária, a fábrica produz de a serviço da comunidade ainda sob estas ameaças.
Os Operários de ZANON temos uma proposta concreta; Nestes anos apresentamos dois projectos de lei tanto na legislatura provincial e no congresso nacional, respaldados com milhares de assinaturas que exigem uma solução definitiva, ainda não nos dão respostas.
Ante esta ameaça realizamos reuniões em Buenos Aires e Neuquen com colegas de várias organizações, é o começo de um plano de luta onde temos que redoblar os esforços. Fazemos um chamado a todos os trabalhadores e suas organizações para nos mobilizar e exigir em conjunto a solução definitiva: A expropiação e Estatização da fábrica sob controle operário.

ZANON sob gestão operária é uma conquista dos trabalhadores e da comunidade.
ZANON é do povo!

domingo, 29 de julho de 2007

Coordenador da fábrica ocupada Flasko é ameaçado de sequestro

No último sábado o Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô Pedro Santinho, recebeu duas ligações ameaçando sequestrar seu filho se não abandonasse a luta na fábrica ocupada Flaskô. Diante disso registrou boletim de ocorrencia na policia. E adotou medidas de segurança na fábrica.
No entanto, o que poderia parecer brincadeira, continuou. No mesmo dia a noite, e no domingo pela manhã, as ligações continuaram na própria Flaskô. As ligações eram de uma mulher que ameaçou dizendo que Pedro Santinho deve abandonar a Flaskô ou "seu filho e parentes próximos podem sofrer muito".
A quem interessa desestabilizar o Coordenador do Conselho de Fábrica da Flaskô, Pedro Santinho, e sua familia?
Desde a invasão policial realizada na Cipla e Interfibra em 31 de maio, Pedro Santinho tem organizado o combate contra a intervenção nas fábricas ocupadas, e em particular junto a todos os membros do Conselho de Fábrica da Flaskô, e a própria batalha que tem travado o Comite contra a intervenção em Joinville, conseguiu organizar a resistência na fábrica ocupada Flaskô. O que garantiu o funcionamento da mesma após a intervenção na Cipla e Interfibra durante 21 dias quando os trabalhadores e centenas de apoiadores expulsaram o interventor de sua tentativa de invasão da Flaskô. Também organizou a resistencia e a luta pela religação da energia realizada a mando do interventor para tentar acabar com a luta na Flaskô.
Sabemos que o fechamento das fábricas ocupadas interessa a ABIPLAST (Associação Brasileira das Industrias Plasticas), a FIESP (Federação das Insdustrias do Estado de São Paulo) e a todos aqueles incomodados a luta de resistencia do movimento das fábricas ocupadas no Brasil. Interessa diretamente ao interventor que invadiu a Cipla e a Interfibra a pedido do INSS (que está sob o comando de um Ministério dirigido pelo ex-sindicalista e ex-Presidente da CUT, Luis Marinho).
Temos muito claro que o único objetivo com estas ameaças e outras intimadações que possam continuar contra o Coordenador do Conselho de Fábrica e os demais trabalhadores, tem como objetivo claro tentar acabar com a luta das fábricas ocupadas, em particular com a luta na Flaskô que resiste há 50 dias e é um exemplo e ânimo a todos os trabalhadores das fábricas ocupadas.
Não conseguiram intimidar os trabalhadores! Ampliaremos nossa luta!
Há mais de 30 dias os trabalhadores da Flaskô se manter organizados e coesos em sua luta para re-colocar a fábrica para trabalhar, religando a energia e retomando a produção sob o controle operário.
É bom lembrar que, assim que houve a tentantiva de internveção na Flaskô e diante da resistencia dos trabalhadores, o intervetor Rainoldo Uessler, ligou por duas vezes para Pedro Santinho afirmando que voltaria a fábrica, "com a policia federal, com o exercito, a marinha ou qualquer um. Mas me espere que eu vou voltar."
Não há duvida que estas ameaças tem como origem política mais uma tentativa fascista de intimidar o coordenador do Conselho e assim acabar com a luta na Flaskô, destruindo assim a resisitencia que se mantém. Mas não aceitaremos nenhuma intimidação. Estamos organizados para nos defender. Vamos assionar imediatamente todos os orgãos da justiça e mais do que isso exigir que o Presidente Lula, o Sr. Ministro Luis Marinho e o sr. Ministro da Justiça Tarso Genro se pronunciem e tome medidas para acabar com tudo isso. E todos nós sabemos que a solução é a retirada imediata da intervenção federal nas fábricas ocupadas e a estatização das fábricas ocupadas sob o controle democrativos dos próprios trabalhadores.
Os trabalhadores já foram muito long: foram 4 anos de controle e recuperação da fábrica. São 45 dias resistindo contra tentativas de invasão pelo interventor fascista e 30 dias no escuro sem energia.
"Vamos organizar a resistencia, nossa auto-defesa. E mais do que isso vamos a ofensiva porque sabemos que a solução é podermos retornar a nossos postos de trabalho e os companheiros da Cipla e Interfibra para o controle das fábricas", conclui Pedro Santinho