sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Trabalhadores da Cipla começam a reagir contra a intervenção

Carlos Castro, no ato nacional em frente à Cipla, contra a intervenção.

1. A Intervenção Judicial na Cipla/ Interfibra tem mostrado na prática seu verdadeiro objetivo: falir as empresas e dar fim aos empregos;

2. Percebendo estes objetivos e indignados com o atraso nos salários e com a demissão de dois companheiros, junto com a imposição a outro para mudar de turno e aceitar a redução do salário em 35% (percentual do adicional noturno), os operários da noite paralisaram as atividades na ultima terça feira por uma hora. Só voltaram ao trabalho quando o interventor por telefone se comprometeu a convocar uma assembléia com o turno que ocorreu na noite seguinte – quarta feira.

3. Na assembléia, tentando confundir os operários, foram requentadas as calúnias contra a comissão destituída que tem organizado o enfrentamento contra a intervenção. Mas isto não tem mais colado nos operários que não são tolos, nem marionetes. Os trabalhadores expressaram sua indignação contra as demissões e o atraso no pagamento dos salários. A situação vem se deteriorando a cada dia;

4. O interventor tem pagado somente até mil e duzentos reais de salário, liquidando o salário de metade da fábrica. No entanto, a outra metade, acumula atraso em seus salários. Situação bem diferente quando a empresa estava sob controle dos trabalhadores. O turno da noite é o mais afetado devido ao adicional noturno de 35%. Em setembro, até o momento, foi pago somente R$ 400,00. Assim as contas dos que estão com salário em atraso se acumulam e a vida vira um inferno.

5. Mas o salário do interventor está em dia. A Justiça Federal determinou o pagamento à Cipla da primeira parte dos honorários do interventor no valor de R$ 135 mil reais a serem pagos nos próximos três meses. Conforme o Juiz, “o pagamento incidente será determinado no momento oportuno”. Ou seja, querem arrancar a ultima “carne” da empresa.

6. Na última reunião do Conselho Administrativo da intervenção na Cipla, ocorrida em 07 de agosto, foi decidido enxugar 26% da folha de pagamento, ou seja, a demissão de aproximadamente 200 trabalhadores, mas esta decisão foi negada pelo interventor. Segundo ele, seriam demitidos os “malandros, sabotadores e laranjas podres”. A verdade é que ele tem demitido a “conta gotas” e pressionado os operários a se demitirem, para segurar uma revolta generalizada. Para receber a rescisão, os trabalhadores são obrigados a procurar a justiça;

7. Estas situações – atraso no salário e demissões – têm ampliado a indignação dos trabalhadores no chão de fábrica.

8. Cabe perguntar, cadê o sindicato que tem permitido estas barbaridades contra os trabalhadores? A continuar a política nefasta desenvolvida pelo interventor, quem vai assumir a responsabilidade quando esta empresa fechar?

9. Com a palavra o Governo Lula e o INSS que requereu a intervenção; a Justiça Federal; o Sindicato dos Plásticos; os “boca de aluguel” da imprensa de Joinville e a Revista Veja.

10. Continuamos na luta pelo fim da intervenção e pela devolução da Cipla e Interfibra aos trabalhadores que a mantiveram salvas por quase cinco anos.

Carlos Castro - Coordenador do Comitê pelo fim da intervenção na Cipla/ Interfibra.
Fone: (47) 9608-1479

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