O interventor declara que a saída é o cooperativismo
Não há mais como ter dúvida de que o processo de intervenção na Cipla/ Interfibra tem por objetivo a falência das fábricas para transformá-las em cooperativa.
O interventor tem declarado abertamente que esta é a única saída e que todos os salários em atraso, não pago no período da intervenção, assim como todos os direitos, farão parte do montante da massa falida. Isto tem deixado os operários indignados, mas ainda sem ter uma perspectiva clara sobre o que fazer. Dia 18 e 19 de outubro, inclusive, estava programada a vinda de dois dirigentes da UNISOL para debater as “vantagens” na transformação da Cipla/ Interfibra em cooperativas.
A luta impediu demissões em massa na Cipla
Em agosto foi descoberta uma Ata da reunião do Conselho Administrativo do Interventor que decidia pelo enxugamento de 26% dos trabalhadores. A informação vazou na fábrica e a Comissão de Fábrica destituída ajudou a organizar o combate contra as demissões.
A palavra de ordem “Nenhuma Demissão! Fora Intervenção! Se demitir um, todos param” passou a servir de defesa aos operários. Na imprensa o interventor afirmou que seriam demitidos os “laranjas podres, malandros e sabotadores”. A agitação na porta de fábrica com o clima de resistência no chão de fábrica, no entanto, obriga o interventor a recuar de demitir em massa.
Ocorre que ele passa a utilizar o plano B, de demitir a “conta gotas”. A situação insustentável na fábrica tem servido para pressionar os descontentes a pedir demissão com a promessa de receber a rescisão parceladamente. Vários trabalhadores têm caído na armadilha e a promessa não tem sido cumprida.
As demissões e os pedidos de demissões já atingiram a média de cento e cinqüenta operários. Nenhum deles tem recebido as rescisões, assim como os salários atrasados. Portanto, as demissões têm esvaziado o combate e a resistência, tudo sob a tutela da Justiça e do Governo Lula.
As demissões a “conta gotas”
Em meados de setembro o interventor demite dois operários da noite e impõe a troca de turno a outro, que perde o adicional noturno de 35%.
No dia seguinte os dirigentes destituídos procuram convencer os operários a paralisarem as funções e a não retornarem enquanto os três não fossem reintegrados. Ocorreu uma paralisação durante uma hora. No entanto, o interventor levou seu staff técnico para requentar todas as acusações contra a administração da comissão, procurando nos responsabilizar pela situação em que a empresa se encontra. Assim ele conseguiu desviar-se do foco - que era reintegração dos demitidos e pagamento integral dos salários que não ultrapassam o valor de mil reais – e manteve a decisão, derrotando a paralisação. O turno da noite é o que mais sofre com o teto neste valor, devido à perda do adicional noturno de 35%.
Mesmo assim e com as confusões e calúnias que continuam a ser espalhadas na fábrica, a animosidade recebeu uma nova injeção com a fala do interventor de que os salários em atraso e os direitos vão para a massa falida e que a Cipla será encaminhada para se tornar uma cooperativa. Além disso, o interventor ventilou a redução no salário do turno da noite para reduzir a jornada em 10 horas no mês.
Fica cada dia mais evidente a decomposição comercial da Cipla. Matéria prima quase inexiste para a produção. Como os operários não têm o que fazer, geralmente são liberados mais cedo para casa.
As demissões causam desânimo
Nem a vitória ocorrida na Justiça do Trabalho reanimou a maioria dos demitidos. Mas a vitória foi significativa, ao menos no dia da audiência coletiva, quando a Juíza fez a camarilha do interventor sair desmoralizada. Ela deixou claro o seu entendimento de que as demissões foram políticas. Mas a decisão ainda não foi sentenciada.
No entanto, determinou o pagamento dos salários em atraso em todos os processos e afastou as demissões por justa causa.
No fechamento da audiência, avisou as advogadas da empresa que no retorno de suas férias, ela queria a apresentação do pagamento das rescisões de todos os demitidos por justa causa, já que as mesmas não serão incluídas no acordo “Charles Rosa 2”, ou seja, naquele em que a Cipla/ Interfibra repassa 3% do faturamento mensal à Justiça do Trabalho.
A falta de perspectiva na Cipla
O espectro do fechamento ronda a fábrica. Há um cansaço natural dos operários para combater. Afinal, desde 1992 a fábrica passa por um processo de luta que se acirra de 2000 para frente, culminando com a ocupação em 31 de outubro de 2002. Daí até a intervenção foram quase cinco anos de combate sem trégua.
Inicialmente o interventor foi visto com esperança por uma parte da fábrica, já que representava a Justiça e foi empossado a pedido do Governo Lula. Os trabalhadores precisavam fazer a experiência para manter acesa a chama da esperança de salvar seus empregos. No entanto, o resultado da intervenção, com o não pagamento integral dos salários, com as demissões e o não pagamento das rescisões, torna essa esperança fugaz.
Os operários sabem que se a comissão retornar, os empregos só serão mantidos através de uma luta ainda maior do que a ocorrida anteriormente, já que não há santo milagreiro para manter os empregos sem luta.
A direção da empresa se conforma com o fechamento da fábrica porque sempre foram contra a luta política desenvolvida. Não pretendem reintegrar a comissão à fábrica, mesmo sabendo que seus anos de empresa serão perdidos, para não admitir que a única solução era o combate político pela estatização.
Já os operários que sempre apoiaram a luta política, afirmam que vão ficar até a fábrica fechar para “desligar a luz” e “passar o cadeado no portão”.
A Palavra de Ordem é “Assembléia para expulsão! Fora Intervenção”
Esta tem sido a palavra de ordem utilizada nos panfletos entregues na porta da fábrica. Busca-se incentivar os operários a procurar a comissão destituída e construir uma assembléia na porta da fábrica para destituir o interventor.
A situação na Interfibra
Na Interfibra a situação está mais estável. Contratos poderosos com a Petrobrás têm sido viabilizados, o que dá um fôlego para o interventor.
Os empregos vêm sendo mantidos e os salários estão em dia. No entanto, na última semana, o interventor determinou o retorno a 44 horas semanais, obrigando os operários a retornar o trabalho aos sábados.
Isto tem levado os operários a procurar a comissão para preparar o combate contra a intervenção. Será feita uma panfletagem agitando os operários contra a medida e convocando os mesmos pelo fim da intervenção.
Não há mais como ter dúvida de que o processo de intervenção na Cipla/ Interfibra tem por objetivo a falência das fábricas para transformá-las em cooperativa.
O interventor tem declarado abertamente que esta é a única saída e que todos os salários em atraso, não pago no período da intervenção, assim como todos os direitos, farão parte do montante da massa falida. Isto tem deixado os operários indignados, mas ainda sem ter uma perspectiva clara sobre o que fazer. Dia 18 e 19 de outubro, inclusive, estava programada a vinda de dois dirigentes da UNISOL para debater as “vantagens” na transformação da Cipla/ Interfibra em cooperativas.
A luta impediu demissões em massa na Cipla
Em agosto foi descoberta uma Ata da reunião do Conselho Administrativo do Interventor que decidia pelo enxugamento de 26% dos trabalhadores. A informação vazou na fábrica e a Comissão de Fábrica destituída ajudou a organizar o combate contra as demissões.
A palavra de ordem “Nenhuma Demissão! Fora Intervenção! Se demitir um, todos param” passou a servir de defesa aos operários. Na imprensa o interventor afirmou que seriam demitidos os “laranjas podres, malandros e sabotadores”. A agitação na porta de fábrica com o clima de resistência no chão de fábrica, no entanto, obriga o interventor a recuar de demitir em massa.
Ocorre que ele passa a utilizar o plano B, de demitir a “conta gotas”. A situação insustentável na fábrica tem servido para pressionar os descontentes a pedir demissão com a promessa de receber a rescisão parceladamente. Vários trabalhadores têm caído na armadilha e a promessa não tem sido cumprida.
As demissões e os pedidos de demissões já atingiram a média de cento e cinqüenta operários. Nenhum deles tem recebido as rescisões, assim como os salários atrasados. Portanto, as demissões têm esvaziado o combate e a resistência, tudo sob a tutela da Justiça e do Governo Lula.
As demissões a “conta gotas”
Em meados de setembro o interventor demite dois operários da noite e impõe a troca de turno a outro, que perde o adicional noturno de 35%.
No dia seguinte os dirigentes destituídos procuram convencer os operários a paralisarem as funções e a não retornarem enquanto os três não fossem reintegrados. Ocorreu uma paralisação durante uma hora. No entanto, o interventor levou seu staff técnico para requentar todas as acusações contra a administração da comissão, procurando nos responsabilizar pela situação em que a empresa se encontra. Assim ele conseguiu desviar-se do foco - que era reintegração dos demitidos e pagamento integral dos salários que não ultrapassam o valor de mil reais – e manteve a decisão, derrotando a paralisação. O turno da noite é o que mais sofre com o teto neste valor, devido à perda do adicional noturno de 35%.
Mesmo assim e com as confusões e calúnias que continuam a ser espalhadas na fábrica, a animosidade recebeu uma nova injeção com a fala do interventor de que os salários em atraso e os direitos vão para a massa falida e que a Cipla será encaminhada para se tornar uma cooperativa. Além disso, o interventor ventilou a redução no salário do turno da noite para reduzir a jornada em 10 horas no mês.
Fica cada dia mais evidente a decomposição comercial da Cipla. Matéria prima quase inexiste para a produção. Como os operários não têm o que fazer, geralmente são liberados mais cedo para casa.
As demissões causam desânimo
Nem a vitória ocorrida na Justiça do Trabalho reanimou a maioria dos demitidos. Mas a vitória foi significativa, ao menos no dia da audiência coletiva, quando a Juíza fez a camarilha do interventor sair desmoralizada. Ela deixou claro o seu entendimento de que as demissões foram políticas. Mas a decisão ainda não foi sentenciada.
No entanto, determinou o pagamento dos salários em atraso em todos os processos e afastou as demissões por justa causa.
No fechamento da audiência, avisou as advogadas da empresa que no retorno de suas férias, ela queria a apresentação do pagamento das rescisões de todos os demitidos por justa causa, já que as mesmas não serão incluídas no acordo “Charles Rosa 2”, ou seja, naquele em que a Cipla/ Interfibra repassa 3% do faturamento mensal à Justiça do Trabalho.
A falta de perspectiva na Cipla
O espectro do fechamento ronda a fábrica. Há um cansaço natural dos operários para combater. Afinal, desde 1992 a fábrica passa por um processo de luta que se acirra de 2000 para frente, culminando com a ocupação em 31 de outubro de 2002. Daí até a intervenção foram quase cinco anos de combate sem trégua.
Inicialmente o interventor foi visto com esperança por uma parte da fábrica, já que representava a Justiça e foi empossado a pedido do Governo Lula. Os trabalhadores precisavam fazer a experiência para manter acesa a chama da esperança de salvar seus empregos. No entanto, o resultado da intervenção, com o não pagamento integral dos salários, com as demissões e o não pagamento das rescisões, torna essa esperança fugaz.
Os operários sabem que se a comissão retornar, os empregos só serão mantidos através de uma luta ainda maior do que a ocorrida anteriormente, já que não há santo milagreiro para manter os empregos sem luta.
A direção da empresa se conforma com o fechamento da fábrica porque sempre foram contra a luta política desenvolvida. Não pretendem reintegrar a comissão à fábrica, mesmo sabendo que seus anos de empresa serão perdidos, para não admitir que a única solução era o combate político pela estatização.
Já os operários que sempre apoiaram a luta política, afirmam que vão ficar até a fábrica fechar para “desligar a luz” e “passar o cadeado no portão”.
A Palavra de Ordem é “Assembléia para expulsão! Fora Intervenção”
Esta tem sido a palavra de ordem utilizada nos panfletos entregues na porta da fábrica. Busca-se incentivar os operários a procurar a comissão destituída e construir uma assembléia na porta da fábrica para destituir o interventor.
A situação na Interfibra
Na Interfibra a situação está mais estável. Contratos poderosos com a Petrobrás têm sido viabilizados, o que dá um fôlego para o interventor.
Os empregos vêm sendo mantidos e os salários estão em dia. No entanto, na última semana, o interventor determinou o retorno a 44 horas semanais, obrigando os operários a retornar o trabalho aos sábados.
Isto tem levado os operários a procurar a comissão para preparar o combate contra a intervenção. Será feita uma panfletagem agitando os operários contra a medida e convocando os mesmos pelo fim da intervenção.
5 comentários:
Ola
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