segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Juiz afirma que Flaskô não está sob intervenção

Atendendo a um pedido feito pelo advogado das fábricas ocupadas, Chico Lessa, o mesmo juiz que decretou a intervenção na Cipla acaba de excluir a Flaskô do processo de execução fiscal.
Conforme já explicado neste blog, o juiz federal Oziel Francisco de Souza determinou a intervenção em todo o “grupo econômico Cipla”, integrando portanto a Flaskô, a Interfibra e até empresas fantasmas dos Battschauer em sua decisão.
Se apoiando nisso, o interventor Rainoldo Uessler tentou tomar o controle da Flaskô. Seguros de que estariam fazendo justiça, os trabalhadores e apoiadores da fábrica expulsaram o “mão-grande”. E como a luta faz a lei, o mesmo juiz teve que voltar atrás e reconheceu: “embora seja integrante do grupo econômico Cipla, verifica-se que a Flaskô possui sede social em Sumaré/SP e parque fabril próprio. É, portanto, em SP que tramitam ações contra ela movidas. Diante dessa situação excluo a Flaskô do âmbito de incidência da decisão”.
Isso significa que os trabalhadores da Flaskô agora têm um respaldo legal para impedir a entrada do interventor na fábrica e para derrotar a sabotagem econômica que ele promovia ao tentar influenciar clientes e fornecedores, como a CPFL.
Essa pequena, mas importante vitória também será utilizada como argumento para retirar a Interfibra do processo de intervenção, afinal a empresa também tem CNPJ e parque fabril autônomos em relação à Cipla.
Além disso, hoje (27/08), como fruto da Audiência Pública realizada na Assembléia Legislativa de SP, o Conselho de Fábrica da Flaskô conseguiu marcar uma reunião com o secretário executivo do Ministério da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, onde será apresentada a exigência de fim das ações movidas pelo INSS na Justiça de SP, na tentativa de evitar decisões favoráveis à intervenção em fóruns paulistas.
Por isso, nada de desânimo ou de pensar que perdemos a guerra. É possível sim derrotar a intervenção e alcançarmos nossas reivindicações.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Interventor pretende demitir 200 trabalhadores

Clique na imagem para ler uma matéria publicada no boletim contra a intervenção na Cipla, distribuída semana passada aos trabalhadores na entrada e saída de turnos. Ela relata o plano de demisões do interventor e da corja que administra a fábrica.

Ministro Marinho se reuniu com o interventor da Cipla em julho

Com a escandalosa solicitação do Deputado Federal Carlito Merss - já rechaçado pelo PT/SC(http://tiremasmaosdacipla.blogspot.com/2007/07/pt-de-joinville-aprova-moo-unnime.html) - o ministro da Previdência Luís Marinho se reuniu com o interventor da Cipla e Interfibra, Rainoldo Uessler, em 11 de julho de 2007.
Percebe-se que o ministro foi favorável às demandas do interventor. Inclusive foi discutida a possibilidade de se apossar da matéria-prima vinda da Venezuela, destinada, na verdade, ao movimento das fábricas ocupadas, conforme documentos do governo Hugo Chávez.
Nota-se também que o ministro se mostrou disposto a elaborar, junto a outros órgãos federais, uma "re-estruturação" na Cipla e Interfibra, ou seja, para ajudar o interventor no processo de desmonte e fechamento das fábricas.
Essa traição à classe operária será vencida pela luta unitária de todos os trabalhadores do Brasil e do mundo!

Abaixo Assinado em apoio à Flaskô - texto na íntegra

Abaixo-assinado:
Eu apóio a luta dos trabalhadores da Flaskô!

Em 2003, a Flaskô era uma fábrica ameaçada de fechamento. Os trabalhadores iam ser demitidos e não iam receber seus direitos, como salários e 13º atrasados, além de FGTS e INSS recolhidos e não-depositados.
Mas os trabalhadores da Flaskô resolveram lutar para não ficarem desempregados. Assumiram o controle da empresa e integraram um movimento nacional para exigir do presidente Lula a estatização das fábricas ocupadas.
Durante esses anos, houve muitas conquistas. O faturamento aumentou, máquinas e equipamentos foram recuperados e a prioridade passou a ser o pagamento dos salários e a luta em defesa dos empregos, dos direitos e do parque fabril. Conseguimos um parecer técnico do BNDES favorável à estatização e também um contrato de colaboração comercial com o governo Hugo Chávez da Venezuela.
Além disso, através de um acordo na Justiça do Trabalho, a Flaskô está pagando os processos trabalhistas movidos pelos ex-funcionários que foram demitidos na época dos patrões.
Mas, houve também muitos ataques. Leilões para arrematar máquinas, bens e equipamentos e ameaças de penhora do faturamento, devido às dívidas deixadas pelos antigos donos. No momento, existe uma decisão judicial para colocar um interventor federal no comando, para demitir o conselho operário e levar a fábrica à falência. Chegaram até a cortar o fornecimento de energia elétrica, mas depois de 40 dias de sofrimento e luta, os trabalhadores conseguiram acertar com a CPFL o re-ligamento da luz.

Em apoio à luta contra o desemprego, em defesa das conquistas da gestão operária e contra esses ataques, vimos por meio deste abaixo assinado declarar nossa solidariedade à luta dos trabalhadores da Flaskô. Pela estatização das fábricas ocupadas, conforme parecer técnico do BNDES!
Eu apóio!


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Assinatura:

Contato:

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Luz volta a brilhar na Flaskô!

Foram 40 dias de sofrimento e luta, mas os trabalhadores da Flaskô conseguiram restabelecero fornecimento de energia elétrica, junto à Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).
As máquinas estão ligadas, a produção foi retomada, bem como os contatos com clientes e fornecedores. Aos poucos estamos colocando a fábrica em ordem, mantendo-a sob controle democrático dos trabalhadores, o que é mais importante!
A Flaskô está se recuperando do violento golpe que sofreu, na seqüência da intervenção judicial – federal na Cipla e Interfibra, contra o controle operário e a luta pela estatização.
A Flaskô agradece todos os apoios nacionais e internacionais que recebeu: foram de fundamental importância! Por isso mesmo, pede que continuem a proteger a fábrica dos novos ataques que não irão demorar para acontecer.
Sendo assim, a Flaskô iniciou uma ampla coleta de assinaturas num abaixo-assinado e convida todos os que apóiam a luta dos trabalhadores das fábricas ocupadas no Brasil a participarem de um ato público na próxima terça-feira, dia 14/08, às 19h, para fazermos um balanço dessa vitória e nos prepararmos para as próximas batalhas.

· Presidente Lula e ministro Marinho: retirem já a intervenção nas fábricas ocupadas!
· Pela estatização da Cipla, Interfibra e Flaskô sob controle democrático dos trabalhadores!

Ato público:
TODOS LIGADOS NA FLASKÔ!
Dia 14/08, terça-feira
19h, na fábrica (Sumaré/SP)

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Flaskô também está na mira da multinacional alemã Mauser

O jornal Gazeta Mercantil publicou uma matéria no dia 01 de agosto (http://www.investnews.com.br/integraNoticia.aspx?Param=13%2C0%2C1%2C671180%2CUIOU) na qual afirma que a Mauser, multinacional alemã, estaria interessada em comprar a Flaskô, como parte do plano de reestruturação que a empresa desenvolve atualmente no Brasil.
Na verdade, a estratégia da Mauser - que chegou ao país em 2006 - é comprar empresas do segmento de embalagens industriais para fechá-las ou incorporá-las ao seu capital, concentrando a produção em apenas algumas unidades.
Nas palavras do presidente da Mauser, Cláudio Parelli, “é uma visão estratégica da empresa fornecer soluções para toda a cadeia de valor das embalagens industriais no mercado nacional". Quer dizer, a Mauser quer dominar todo setor para solucionar os próprios problemas.
Por isso, em menos de um ano após adquirir a Girona, resolveu fechar a empresa que fica na cidade de Santana da Parnaíba (SP). A Mauser, que já tinha uma fábrica em Suzano (SP), admitiu: "Não fazia sentido ter duas fábricas na Grande São Paulo"!
No entanto, para os 260 trabalhadores da antiga Girona com certeza fazia sentido a manutenção das atividades da companhia. Tanto é que iniciaram, sob direção do Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas, Osasco e Vinhedo, uma greve acompanhada de acampamento em frente à empresa para defenderem seus empregos.
O histórico dessa luta pode ser encontrado a partir do link:
http://www.quimicosunificados.com.br/noticia_interna.php?id=442.

Não farão o mesmo com a Flaskô!
Não adianta sondar com a possibilidade de comprar a Flaskô. A fábrica ocupada não está à venda! Aliás, de quem a Mauser pensa que vai comprar a Flaskô? Dos antigos patrões? Do interventor?
Podem até tentar, mas não vão conseguir assumir o controle da empresa. Será que teremos que repetir mais uma vez? A Flaskô está sob controle dos trabalhadores! Não aceitamos nenhum tipo de patrão! Com ajuda de nossos apoiadores e do governo venezuelano, conseguiremos religar a luz e voltar a produzir! Exigimos do presidente Lula e do ministro da Previdência, Luís Marinho, que retirem a intervenção nas fábricas ocupadas e as estatizem sob controle operário!“A Flaskô é dos trabalhadores e de toda a sociedade. Os antigos donos deixaram dividas milionárias que somente podem se recuperar com a fábrica produzindo e cumprindo sua função social. A fábrica fechada é um cemitério. Sabemos qual a política dos patrões para as empresas. Sugam até o final e cospem os trabalhadores como bagaço. Nós já derrotamos os antigos donos e venceremos esta batalha. Sabemos que a única saída é a fábrica voltar a produzir sob o controle dos trabalhadores e o presidente Lula estatizar a fábrica sob o controle dos trabalhadores. Por isso vamos redobrar a campanha pelo fim da intervenção e para religar a luz na fábrica", disse Pedro Santinho, coordenador do Conselho da Flaskô.

Jornal Brasil de Fato e revista Caros Amigos divulgam nossa luta


Clique na imagem para ler a matéria da revista Caros Amigos:

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Sindicalistas peruanos, em plena luta, enviam moção contra a intervenção na Cipla

Dirigentes sindicais dos mineiros, de professores e de trabalhadores têxteis da fábrica Topy Top, todos ligados à Central Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) assinam, junto com representantes de organizações camponesas e estudantis, uma moção contra a intervenção na Cipla (ver abaaixo).
Os companheiros assinaram em meio a greve de mineiros que ocorria na época e na véspera de uma grande mobilização convocada pela CGTP, o que nos anima ainda mais a continuar lutando. Desde já, retribuímos o apoio que nos foi dado, expressando nossa solidariedade com a luta da classe trabalhadora do Peru.
Brasil: solidariedade urgente com os trabalhadores das fábricas sob o controle dos trabalhadores! A Cipla foi invadida pela Polícia Federal do Brasil!
Os trabalhadores da fábrica ocupada Cipla foram surpreendidos por 150 homens, armados fortemente, de polícias federais que invadiram a fábrica para parar os líderes do comissão. Depois que quase cinco anos que lutam para conservar os empregos e os direitos, lutando de modo que o governo federal estatize as fábricas - assim e enquanto propôs o comissão do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - os trabalhadores são ameaçados pelas polícias federais e ameaçados perdendo seus trabalhos.
O único "crime" dos trabalhadores de Cipla foi lutar pela direita de trabalhar e aprendê-lo ganhar um pedaço de pão para suas famílias. Os proprietários tinham levado à fábrica à falência e à ruína, o que levava ao inevitável o fechamento.
Os trabalhadores conservaram-na aberta e a dirigem sob controle dos operários. Desta maneira, os trabalhadores mantiveram os empregos, a produção e os salários. Além disso, criaram condições de melhores para o grupo, incluindo a jornada de 30 horas semanal, quando continuaram produzindo eficazmente.
Os trabalhadores pedem que as cartas sejam emitidas imediatamente na sustentação da luta dos trabalhadores, de encontro a toda a ameaça do governo federal, da justiça e dos antigos patrões.
Assinam:
Rafael Cabezas, Sec. Gral. del sindicato de trabajadores contratados mineros de Casapalca, Perù (em greve pela readmissaõ de demitidos).
Ronnie Cueto, Sec. Gral. del Sindicato de trabajadores contratados de Shougang (assinou antes de cair na prisão por lutar pelos direitos dos operários contratados)
Mario Huaman, Sec. Gral. de la Confederación General de Trabajadores del Perú.
William P., Sec. Gral del sindicato de Textiles Topy Top
Erwin Salazar, CGTP-Lambayeque.
Luis Castillo, Sec. Gral de la Federación Nacional de Trabajadores Mineros, Metalúrgicos y Siderúrgicos del Perú.
Luis Alcántara, dirigente estudiantil de la Alianza Popular Universitaria.
Eberth Rafael, Sec. de Org. De las juventudes de Rondas Campesinas de Cajamarca.
Víctor Apolaya, Sec. de Asuntos Académicos de la Universidad Nacional de Educación La Cantuta, Lima.
Tomas Soto, dirigente estudiantil de la Fac. de Educación de la Universidad Nacional de Puno.
Francisco Lanssiers, dirigente de la Universidad Nacional de Trujillo.

Fábricas ocupadas da Argentina também sofrem ataques

Como se não bastassem os duros golpes sofridos pelas fábricas ocupadas brasileiras, recebemos a declaração publicada abaixo dos operários e operárias da Zanon - fábrica ocupada da Argentina - que relata novas ameaças que pesam sobre nossos "hermanos" de classe e de luta.
Declaração dos Operários e Operárias de ZANON:

UMA NOVA AMEAÇA A ZANON SOB CONTROLE OPERÁRIO
VAMOS TODOS EXIGIR A EXPROPIAÇÃO E ESTATIZAÇÃO DA FÁBRICA!

Há uma nova ofensiva contra as fábricas ocupadas e recuperadas no país: na semana passada realizou-se um julgamento oral e público por usurpação contra os colegas da Gráfica Patricios (fabrica recuperada por seus trabalhadores) e na sexta-feira a justiça intimou os colegas do Bauen (hotel sob gestão operária) a devolver o hotel aos velhos donos num prazo máximo de 30 dias.
Neste contexto os trabalhadores e trabalhadoras de Zanon voltamos a ser ameaçados. O 20 de outubro do 2006 obtivemos uma prorrogação de 3 anos para produzir e vender na fábrica sob a figura da cooperativa FASINPAT (Fabrica Sin Patrón), mas um dos credores, a empresa italiana SACMI, apelou a resolução judicial pedindo que se termine com a gestão operária.
A Promotora Geral propôs aos juízes que diminuam o prazo da cooperativa a 2 anos.
perigo concreto é que a Câmara lhe de a razão a SACMI e de por terminada a gestão operária e ordene o despejo de imediato ou em outubro do ano que vem. Sempre dissemos que a cooperativa é uma solução transitoria e que a solução de fundo: É a expropiação e estatização sem pagamento da dívida e sob controle operário.
Já levámos 6 anos de luta e produção e 470 famílias vivem da gestão operária, a fábrica produz de a serviço da comunidade ainda sob estas ameaças.
Os Operários de ZANON temos uma proposta concreta; Nestes anos apresentamos dois projectos de lei tanto na legislatura provincial e no congresso nacional, respaldados com milhares de assinaturas que exigem uma solução definitiva, ainda não nos dão respostas.
Ante esta ameaça realizamos reuniões em Buenos Aires e Neuquen com colegas de várias organizações, é o começo de um plano de luta onde temos que redoblar os esforços. Fazemos um chamado a todos os trabalhadores e suas organizações para nos mobilizar e exigir em conjunto a solução definitiva: A expropiação e Estatização da fábrica sob controle operário.

ZANON sob gestão operária é uma conquista dos trabalhadores e da comunidade.
ZANON é do povo!