O camarada Pedro, coordenador geral do Conselho de Fábrica da Flaskô, foi notificado, em seu endereço domiciliar, pelo Ministério Público Federal de Campinas a comparecer em uma audiência para explicar sobre as dívidas com o INSS desde junho de 2003.
A reunião ocorreu no dia 14 de julho e foi explicada à procuradora geral toda a situação da fábrica e a luta dos trabalhadores nestes cinco anos. A doutora afirmou ter entendido o caso, concedeu um prazo de 60 dias para procurarmos o INSS a fim de renegociar os débitos, mas avisou que se não houver resposta, ela dará seguimento ao processo.
Nossos advogados alertam que “dar seguimento ao processo”, significa incriminar o camarada Pedro por apropriação indébita! Por isso, para evitar o pior e continuar lutando contra as perseguições judiciais, o Conselho de Fábrica já tomou algumas medidas iniciais e irá discutir o lançamento, em breve, de uma campanha contra a criminalização da luta dos trabalhadores da Flaskô.
Perguntar não ofende
Perguntar não ofende
O que leva o MPF de Campinas a intimar o camarada Pedro, em sua própria casa, se a convocação é para responder sobre a administração da fábrica?
O que leva o INSS a insistir em cobrar dos trabalhadores os débitos previdenciários, se os próprios trabalhadores são as vítimas e reais interessados em reaver esse direito? O que leva o INSS a cobrar dívidas a partir de junho 2003, ou seja, da data de ocupação pelos operários, e deixar em segundo plano os débitos de milhões de reais deixados pelos antigos proprietários?
Aliás, o que leva o INSS a deixar rolar as bilionárias dívidas que grandes empresas e multinacionais têm com a Previdência Social, ao mesmo tempo em que fecha o cerco sobre os trabalhadores das fábricas ocupadas?
Enquanto os irmãos Anselmo e Luís Batschauer - verdadeiros responsáveis pelas enormes dívidas da Flaskô - continuam foragidos, por que os órgãos públicos correm atrás dos representantes dos trabalhadores?
Por que questionar a gestão dos operários, que a tanto sacrifício, estão mantendo os empregos, pagando os salários, melhorando as condições de trabalho (por exemplo, reduzindo a jornada para 30 horas semanais) e abrindo as instalações desativadas da fábrica para a comunidade?
Como o MPF pode ameaçar o camarada Pedro por apropriação indébita se a fábrica mal consegue faturar para pagar os salários, a matéria-prima e a energia elétrica? Quem se apropriou indevidamente do dinheiro gerado pelo trabalho dos operários, durante dezenas de anos, foram os patrões!
Será?
Será?
Será que o governo Lula - através do INSS (que é ligado ao Ministério da Previdência) e da Justiça burguesa - planeja uma nova ofensiva contra o Movimento das Fábricas Ocupadas, assim como fez contra os trabalhadores da Cipla e Interfibra?
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